17. AS ENTREVISTAS

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O primeiro passo para quem deseja iniciar um tratamento espiritual em uma casa espírita, é se submeter a uma entrevista com um trabalhador da casa, adrede preparado, que irá ouvir a problemática do consulente, preencher uma ficha com os dados do mesmo e também proporcionar as primeiras orientações acerca do tratamento propriamente dito, bem como servir de instrumento da espiritualidade superior para as primeiras avaliações sobre a real situação do consulente.

As entrevistas têm como objetivo, proporcionar, àqueles que chegam com os mais variados problemas, principalmente os espirituais, a oportunidade de encontrar amigos, que não trazem interesse em qualquer outra coisa que não seja o de ajudar, e que possam ouvir os seus desabafos, os relatos de suas dificuldades, de seus sofrimentos materiais, e, principalmente, os de ordem morais e relacionados à possíveis questões de origem obsessiva.

Comumente, essas entrevistas são denominadas de atendimento fraterno, pela maioria das casas espíritas.

As pessoas que executam esse atendimento fraterno, são trabalhadores de boa vontade, com conhecimento doutrinário do Espiritismo, e que aprendem as técnicas de "saber ouvir", com muita atenção, e, acima de tudo, muito respeito e discrição. Eles sabem, em qualquer situação, como ministrar os devidos esclarecimentos, embasados na doutrina dos Espíritos, para que o consulente possa ir compreendendo o que está acontecendo com ele.

O atendimento fraterno pode ser caracterizado também, como a "porta de entrada", que permite o acesso ao Espiritismo, por parte do neófito.

Vale aqui esclarecer ao leitor, que esses trabalhadores, encarregados das entrevistas, não são profissionais do ramo da psicologia nem da medicina. Eles são apenas irmãos que se propõem à execução da tarefa, de grande importância para aqueles que buscam o consolo do Espiritismo. Jamais esses trabalhadores terão a pretensão de substituir aos especialistas nesse tipo de atividade.

As entrevistas trazem também o propósito de preparar o consulente para a realização da consulta espiritual, que será efetivamente realizada pelos Espíritos benfeitores da instituição em dia aprazado para essa finalidade.

Durante a entrevista, é criada uma ficha de atendimento do consulente, onde algumas informações básicas como: nome completo; endereço; tipo de trabalho; se possui alguma enfermidade física; se está tomando alguma medicação; se está recebendo acompanhamento médico; a idade; quais as dificuldades que está atravessando; se já fez algum tratamento físico ou de ordem psicológica; se já fez algum tratamento espiritual anteriormente; etc., além de outras informações mais específicas, são descritas para que a casa espírita possa ter um melhor acompanhamento do consulente.

A entrevista também tem a finalidade da seleção e avaliação de cada caso apresentado, para que a casa espírita possa encaminhar o consulente a uma de suas atividades específicas como medida de auxílio a sua problemática e posterior iniciação do neófito ao estudo do Espiritismo, caso haja interesse do mesmo.

É importante saber que durante o processo da entrevista, o consulente já está sendo assistido pela espiritualidade amiga da casa, que também faz os devidos e necessários registros dos problemas relatados pelo próprio, em conjunto com as informações prestadas, tanto pelos Espíritos familiares ligados a ele, quanto pelo seu guia espiritual (ou anjo da guarda).

Após as informações serem registradas, tanto no plano material como no plano espiritual, os Espíritos podem, até o dia da consulta (etapa seguinte à entrevista), analisar o caso do consulente de forma mais detalhada, realizando visitas ao seu lar; ao seu trabalho; enfim, visitando o seu meio social. Eles seguem analisando quem são as pessoas, encarnadas e/ou desencarnadas, que estão envolvidas direta ou indiretamente no processo obsessivo, se for o caso; analisam a situação moral, espiritual e física do consulente; analisam se existem ligações com vidas passadas; analisam se existe um enquadramento mais direto com a lei de causa e efeito; etc. Entretanto, no que concerne a todo esse processo de análise do caso, os irmãos espirituais só irão até onde possuem permissão para intervir, permissão esta concedida pelos Espíritos superiores, que, por sua vez, estão ligados aos desígnios de Deus.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora