"E quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água. Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.
Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino.
E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e desde aquela hora, ficou o menino curado" - (Mateus, cap. 17 - 14 a 18).
Já tendo atingido esta parte do livro, com certeza já sabemos de alguns pontos sobre o Espiritismo. Já aprendemos sobre a constituição do homem (corpo, perispírito e espírito); vimos sobre a imortalidade da alma; falamos da comunicabilidade dos Espíritos(no capítulo sobre a mediunidade), e também vimos sobre a reencarnação. Vimos nos capítulos anteriores sobre o pensamento e a vontade e, por último, discorremos sobre a lei de atração ou lei de afinidade. Todos esses assuntos vão ser de muita utilidade, e nos darãoum mais forte alicerce para a compreensão desse tema de que vamos tratar agora: as influências espirituais e as obsessões.
Este capítulo do livro é, com certeza, um dos mais importantes para que possamos entender a razão fundamental de um tratamento espiritual, assunto que será tratado de forma bem específica mais adiante nesse volume.
No capítulo pelo qual tratamos da reencarnação, que são as várias oportunidades de evoluir e também de reparar as faltas cometidas, principalmente contra nosso próximo, pudemos concluir que é muito grande a quantidade de pessoas que conosco trilharam nessas jornadas. E, se trilhamos por caminhos com pessoas em várias oportunidades reencarnatórias, com certeza, criamos muitos laços com elas, sendo, infelizmente, que muitos desses laços foram feitos à base de dores e de sofrimentos para nós e para elas. Esses laços são os que nos “amarram” uns aos outros e são os responsáveis pelas desditas que todos enfrentamos.
Já os laços criados com base no amor e na fraternidade são motivos de grande felicidade para nós e para os Espíritos neles envolvidos, e, sem sombra de dúvidas, ficarão eternizados em nossas vidas, como aquisições positivas já fixadas em nosso ser. Nesse caso, quando as relações entre nós e outros irmãos são sadias, equilibradas, e, onde reina a paz e o amor, só poderá existir um sentimento de liberdade recíproca. Não nos sentiremos presos uns aos outros. Não existirão “grilhões” que nos acorrentem e façam com que tenhamos que reencarnar juntos para nos libertarmos. Dessa maneira poderemos dizer que somos livres, mesmo sabendo que ainda teremos muito que realizar na seara do amor e do progresso com relação a outras pessoas.
Entretanto, quando se trata de Espíritos que conosco conviveram, e cujos laços que nos unem são feitos de dificuldades; de desentendimentos; de desequilíbrios; de erros; de maldades; de ganância; de traição; de amores doentios; enfim, de todas as formas de infelicidades, aí sim, a coisa se complica. E muito.
Esse tipo de situação, na maioria das vezes, são as que mais ocorrem em nossas experiências reencarnatórias.
Isso se dá, principalmente, pela nossa falta de amor para com o próximo. O mesmo ocorrendo também da parte deles.
Enquanto não praticarmos o perdão das ofensas; a boa vontade em compreender o próximo; e, enquanto não eliminarmos o nosso orgulho e o nosso egoísmo, permitindo que eles influenciem nossos atos e decisões, estaremos sempre jungidos, uns aos outros, por laços de dores e sofrimentos, e o que é pior, por tempos aparentemente intermináveis.
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume III
Non-FictionTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...