02 - Os Médiuns

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“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. (...) Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (Allan Kardec, O Livro dos Médiuns, capítulo XIV).

Como vimos no texto acima, Allan Kardec afirma que todos nós somos mais ou menos médiuns, pois a faculdade mediúnica é inerente a todo ser humano.

No meio espírita, é comum designarmos de médium somente aquele que possui a faculdade já desenvolvida, ou seja, aquele que já atua como médium nos trabalhos mediúnicos da casa. Neste caso, podemos dizer que eles possuem a mediunidade ostensiva.

No capítulo anterior, que trata da mediunidade, enfatizamos que o fato de alguém ser médium não significa que ela seja uma pessoa especial. É importante que isso fique bem claro. Principalmente porque a faculdade mediúnica é condição de todo ser humano. Porém, uns a tem em maior grau que outros. Acredito que agora o leitor memorizou bem isso.

            Várias são as formas pelas quais os médiuns podem interagir com os Espíritos, sendo que umas são mais raras do que outras, e nem todas possuem as mesmas formas, variando também a intensidade de cada uma delas. No capítulo anterior vimos e comentamos sobre as principais.

            Quando Kardec afirma que todos nós possuímos, de alguma forma, a mediunidade, ou seja, uma condição de entrarmos em contato com os Espíritos, ele se refere primeiramente à condição básica que todos nós possuímos: a de sermos Espíritos também. Entretanto, ele também se refere às formas mais comuns e mais simples da mediunidade. Dentre elas, podemos destacar a intuição e a inspiração.

Esses dois tipos de mediunidade ocorrem com muita frequência sobre todas as pessoas, embora muitas delas não se deem conta disso.

Na questão 459 do Livro dos Espíritos, Kardec fez a seguinte pergunta aos Espíritos superiores:

- Os Espíritos influenciam os nossos pensamentos e nossas ações?

“Muito mais do que julgais. Influenciam-vos tanto que, normalmente, são eles que vos dirigem.

Essa resposta dada pelos Espíritos a Kardec, consiste no fato de que todos nós somos influenciados pelos Espíritos em todos os atos que praticamos. Os bons nos influenciam sempre nas boas ações, enquanto os maus nas ações negativas. Essas influências ocorrem através da sintonia mental, normalmente pelos processos de afinidade vibratória, ou seja, quando pensamos e agimos de forma que se assemelhe a outras pessoas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. No caso dos Espíritos, por esta mesma afinidade, nos colocamos em condição de melhor receptividade para recebermos essas influências pelo pensamento. É o que chamamos de inspiração.

As inspirações podem ser boas ou más, como dissemos antes, dependendo da qualidade dos nossos pensamentos, e que, na maioria das vezes, de forma espontânea e natural, surgem em nossas mentes como ideias ou pressentimentos.

No caso das intuições, o fenômeno ocorre de forma parecida, porém o processo, no seu conjunto, difere da inspiração. Enquanto a inspiração é um pensamento sugerido por um espírito, a intuição depende dos conhecimentos adquiridos pela pessoa. Assim, podemos definir que intuição é o conhecimento adquirido que emerge ao consciente do indivíduo, normalmente sem nenhuma interferência, mas também pode ocorrer graças a intervenção de determinados Espíritos, que facilitam o afloramento da informação à mente do indivíduo. Para que possamos resumir isto para o leitor, de acordo com Francisco Aranda Gabilan, em publicação feita por ele em página da web, podemos assim definir a inspiração e a intuição:

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora