19- Restart

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Alguns anos depois...

– Vamos Lauren! Não quero que demore! A não ser que queira ficar mais cinco anos aqui, se apresse. - A carcereira gritava enquanto Lauren se despedia de seus amigos.


   Finalmente tinha chegado o grande dia, o dia de reiniciar sua vida. Sem crimes pelos quais se culpar, sem autoridades em busca de seu pescoço, sem mais problemas, apenas um vida inteiramente nova que a aguardava a partir do momento em que colocaria o pé para fora do presídio.

– Não quero que se esqueça de mim. - Harry abraçou a morena, então sorriu.

– E tem como? Você quase matou o amor da minha vida. - Ela encarou seus olhos brilhantes.

– Sem ressentimentos, lembra? - O homem jogou seus cabelos para trás. Seus cachos castanhos pediam por um belo corte.

– Vou sentir sua falta. Pelo menos durante essas duas semanas em que você ficará aqui. Saberá se cuidar sem mim? - Lauren ajeitava alguns fios do cabelo de seu mais novo amigo.

– Vou sim, Laur. Se cuide... E cuide de Camila também. - Harry abaixou a cabeça.

– Não foi culpa sua, já conversamos sobre isso. Você só precisava de algumas sessões com o psiquiatra. Foi bastante compreensível depois do que você passou. Eu entenderia se soubesse da história desde o início. - Lauren abraçou Harry com força.

– Espero que ela me perdoe. Agora vá, você tem uma vida pra reconstruir ao lado dela. - Harry sorriu, então se soltou do abraço reconfortante de Lauren, deixando-a ir.

   Sem olhar para trás, a morena seguiu seu caminho indo até o pequeno meio de transporte que a acompanharia até seu novo endereço. Antes de saber o dia em que sua sentença acabaria, Lauren recebeu diversas visitas de sua amiga Vero. Tudo já estava combinado, ela ficaria na casa de Veronica até se reestabilizar.

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– Então aqui você parte, Jauregui. - O jovem motorista com quem Lauren tinha feito certa amizade lhe disse.

– Então aqui nossas vidas se separam, Payne. - Lauren deu um sorriso sem graça, como se não quisesse dizer o tão temido "adeus".

– Até a próxima então. Digo, nos vemos por aí, você bem longe dos presídios... Me desculpe. - Liam sorriu, sem graça.

– Eu entendi. Melhor eu ir logo. Já sabe onde me encontrar... - Lauren abriu a porta da pequena van, porém voltou. – Cuide do nosso Hazza. - E aquela foi a deixa de Lauren Jauregui.

  Com um leve baque Lauren fechou a porta do móvel, respirando o ar puro e limpo, um ar bem diferente do que a morena estava acostumada.


Vero? Cheguei. - Lauren disse no interfone.

– Lauren?! Ah meu Deus, suba correndo! - Vero gritava do outro lado da linha, então o portão de ferro foi destravado.

  Lauren deu um pequeno tchau para Liam, então o mesmo retribuiu. A morena rumou em direção ao elevador.

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No hospital...

– Então, Normani, Ally... Já estamos evitando isso a certo tempo. É hora de parar de adiar o inadiável. - O médico segurava uma prancheta em sua mão direita e uma caneta em sua mão esquerda.

– Não. Ainda não é hora! - Normani acariciava a mão gelada de Camila.

   Durante todos esses cinco anos, Camila não apresentou nenhuma melhora em seu quadro, nenhuma resposta aos tratamentos. Normani e Ally sabiam que já estava na hora de assinar os papéis mas aquela era uma decisão que não cabia à elas tomar.

– Normani, a única coisa que estão fazendo é gastar mais e mais dinheiro com o tratamento sem sucesso dela. Os aparelhos precisam ser desligados o quanto antes. - O médico saiu do quarto batendo a porta, deixando-as para trás.

– Mani, não podemos fazer isso! Não agora. - Ally andava de um lado para o outro.

– Você acha que eu não sei?! Precisamos dela aqui, agora. Ligue para ela. - Normani ordenou.

 
   Já faziam meses que as duas adiavam a desligada dos aparelhos respiratórios de Camila. Ninguém estava preparado emocionalmente para deixar Camila ir, apesar dela já ter sido considerada morta pelos médicos.

Sinu? Eu... Eu não queria incomodar mas preciso falar algo. - Ally secava algumas lágrimas.

– Minha filha acordou?! Ela está bem?! - A mulher perguntava euforicamente.

  Apesar de todos os médicos terem dado o veredito final de que seria impossível Camila acordar de seu coma de tantos anos, Sinu sempre teve esperança de ter sua filha em seus braços novamente.

  Durante esses incansáveis anos, muita coisa aconteceu à sofrida Sinu. Um AVC acometeu a mulher, deixando-a praticamente inválida. Ela ainda conseguia falar mesmo que com dificuldade, porém suas atividades psicomotoras foram seriamente prejudicadas, impedindo a mulher de viver com a independência de antes. Sinu não saía de sua cama, e quando saía, era com ajuda de sua cadeira de rodas sendo empurrada por seu marido Alejandro.

É hora, Sinu. - Ally apenas pronunciou essas poucas palavras, então Sinu caiu em desespero. O telefone foi de encontro ao chão.

  Sinu não estava mais na linha, porém o telefone ainda estava ligado. Ally podia escutar o desespero dos pais de Camila do outro lado da linha. Gritos de sua mãe eram escutados com perfeição. Seu pai tentava acalmar a mulher porém não houve sucesso. A pequena escutava tudo enquanto chorava compulsivamente em busca de uma luz, um milagre que salvasse sua amiga da morte.

   Passos rápidos acompanhavam Ally enquanto ela voltava ao quarto em busca de Normani.

– Ainda temos uma última tentativa. A esperança ainda não cessou por completo. - Ally sorria enquanto jogava seus fios de cabelo para cima para amarra-los em um rabo de cavalo.

Não acredito que não pensamos nisso antes... - Normani sorriu tanto quanto a pequena Ally.

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um dos últimos capítulos de Bad Girl :'( enjoy💘


Bad Girl - 2ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora