– Vamos sair daqui? - Vero sugeriu.– Onde a senhorita está pensando em ir?
– Uma boate, talvez.
– Perfeito, estou precisando de um bom uísque e muita música.
– Vamos então.
A morena passou na frente enquanto Madison fechava a porta do seu local de trabalho.
– Pronto, já podemos ir.
– Meu carro está bem ali. -Vero apontou para uma caminhonete preta estacionada a poucos metros de onde elas estavam.
A caminho da caminhonete, Vero escutou alguns gemidos de dor mas não sabia da onde saía. A morena olhava de um lado para o outro mas não viu ninguém. Outros gemidos foram escutados, só que agora provenientes de um beco a poucos metros de onde estavam as meninas.– Ahn, Maddie, vá andando até o carro que eu já volto. - Disse Vero entregando as chaves para Madison.
– Ah claro. - A morena pegou as chaves sem entender nada.
Vero foi caminhando, seguindo o som. Ao chegar no beco apertado e escuro, Vero viu um corpo estirado no chão.
– Ah meu Deus! - A morena se assustou, levando a mão à boca, tampando-a.
– Vero? Diz que é você. - A garota sussurrava com dificuldade.
– Como sabe meu nom... LUCY? - Vero se desesperou ao perceber que a garota caída no chão se tratava de Lucy.
– Me ajude.
– O que aconteceu?! - Vero se jogou de joelhos ao lado dela.
– Eu... Eu não sei. Eu estava saindo do café e uns caras vieram me assaltar, mas eu não tinha nada então me bateram, não sei, tinha uma garrafa quebrada, uns quatro caras altos. Não sei, não sei.
– Meu Deus, Lucy! - Vero se assustou novamente ao olhar para o rosto da morena.
Lucy tinha vários arranhões espalhados pelo rosto, cortes em seus lábios, feridas abertas e o que mais preocupava Vero, um corte profundo na altura do pescoço da morena.
– O que foi?
– Você... Temos que ir pra um hospital agora. - Vero encarava sua mão completamente suja com o sangue de Lucy. – Vamos, eu te ajudo a levantar.
– Não consigo, está doendo muito. - Lucy indicava o local com a mão.
– Tudo bem, tudo bem. Eu vou chamar uma ambulância. - Vero andava de um lado para o outro em busca de uma solução rápida.
A morena se virou para Lucy, então foi correndo até Maddie.
– Aonde vai? - Lucy questionava.
– Não se mexa!
Vero chegou na porta de seu carro onde Madison estava sentada, então explicou toda a situação o mais rápido possível.
– Ai meu Deus! Chame uma ambulância logo, Vero. Tome meu celular.
– Pode ligar por favor? Não posso deixá-la sozinha.
– Claro, claro! Vai lá.
Num instante, Vero voltou até Lucy. A morena praguejou de todas as formas por não poder fazer nada que pudesse ajudar sua amada naquele exato momento.
– Vero... Eu, eu quero te pedir desculpas por tudo que te fiz passar. Você é incrível e merece tudo de melhor. Me perdoe por não ter te dado a felicidade que você merece. - A morena cuspiu um pouco de sangue.
– Não fale besteiras, Lucy! Meus momentos com você foram os melhores! Eu só tenho a agradecer por tudo que fez por mim. Não se esforce, já devem estar chegando.
– Ora, Vero! Você acha mesmo que vou aguentar até eles chegarem? Eu estou ficando com frio... Eu sei que estou com um rombo no meu pescoço e que estou perdendo sangue pra cacete. Não seja ingênua.
Uma lágrima desceu pelas curvas do rosto de Vero, que segurou a mão de Lucy como se fosse a última vez. Bem, poderia ser. A morena sentia a pulsação enfraquecida de Lucy, o que lhe causou certo desespero.
– Por mais que não tenha demonstrado nesses últimos meses, talvez anos, eu te amo, Vero. Por mais que eu tenha sido apaixonada por Lauren e talvez ainda seja, também te amo. Não sei se isso é possível, mas eu te amo. Obrigada por tudo.
– Eu te amo também. - A morena se sentou ao lado do corpo de Lucy, colocando a cabeça dela sobre seu colo, acariciando seu rosto.
– Sabe, talvez eu tenha merecido pelo tanto que te fiz sofrer.
– Está louca? De maneira alguma! Você vai sair dessa, quem sabe poderemos recomeçar, não é?
– Seria bom, mas não será possível, Vero.
– Claro que será.
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Após alguns minutos acariciando os cabelos de Lucy, a ambulância deu seus sinais de existência, fazendo com que Vero sorrisse imediatamente.
– Lucy, acorde, a ambulância chegou. Vamos, Lucy. - A morena acariciava seu rosto para que ela acordasse. – Lucy? Lucy?! Acorde, Lucy!!! Não, não faça isso comigo, meu amor, por favor! Lucy! - Vero abraçava o corpo inerte e frio de Lucy, que não dava nenhum sinal de vida.
Os enfermeiros chegaram, afastando Vero do corpo de Lucy. Sua roupa estava encharcada com o sangue da morena, causando mais desespero nela.
Enquanto os enfermeiros realizavam todo o procedimento em Lucy, Vero observava incrédula enquanto ficava presa ao braços de Madison.
– Ela vai ficar bem? - Vero esperava receber uma resposta positiva dos profissionais.
– Estamos fazendo o possível para trazê-la de volta.
– É culpa minha, tudo culpa minha! Eu não deveria ter deixado ela sair sozinha!
– Não se culpe, Vero. A culpa não foi sua. - Madison abraçava a morena com mais força.
– Levem-a! - Um médico que se encontrava no meio deles se pronunciou.
– Pra onde?! Pra onde vão levar ela?! Me diz que ela está viva, por favor!
– Eu lamento, senhorita. Fizemos todo o possível. Ela perdeu muito sangue. Tentaremos algumas vezes mais durante o percurso até o hospital, mas não lhe dou garantias. Licença. - O médico acompanhou o grupo de enfermagem ao lado da maca.
Vero caiu no chão por desistência. O fim de tudo estava ali, bem na sua frente. Ela não teria outra oportunidade de dizer o quanto amava os cabelos de Lucy, o quanto amava sua boca, o quanto amava seu jeito destraído, o quanto amava seu jeito doce de ser. Lágrimas desesperadas rolaram por sua face. A morena soluçava tão desesperada quanto a velocidade de suas lágrimas.
– Venha, eu te levo pra minha casa. Hoje você dorme lá. - Madison falou gentilmente, enquanto levantava Vero.
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