❌Capítulo 2❌

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Entro na escola a correr e dirijo-me á sala onde vou ter aulas. Assim que avisto a porta e percebo que ainda não entramos, suspiro de alivio. Sinto um corpo em cima do meu mal alcanço  a ultima escada e logo sinto o aroma do perfume da minha melhor amiga.

"Bom dia amor." - grita, provocando uma gargalhada de ambas as partes.

"Bom dia amor!" - repito o seu gesto a aperto mais o seu corpo contra o meu.

A Ellen? A Ellen é a minha melhor amiga e se tivesse que a descrever numa única palavra, eu diria tudo, porque ela é mesmo tudo para mim. É a única capaz de me ouvir, mesmo que todas as palavras provenientes do meu ser sejam a anedota mais estupida a face da terra, é a única capaz de dar esperança, mesmo quando ela parece não querer permanecer ativa, é a única que me incentiva, que me dá força e que me faz ser realmente feliz. Ela? Ela fez a minha vida ser algo melhor, algo que me faz querer viver, algo de verdade. 

A professora chega e um suspiro escapa-se da sua boca, sendo acompanhado por um da minha. Olho-a e ambas caimos novamente na gargalhada. 

Entramos na sala e como sempre sentamo-nos uma ao lado da outra. Tiro o caderno e o livro e coloco-o sobre a mesa e por fim a aula começa e decorre normalmente, até que uma batida na porta faz com que o tempo pare e todos fixem a sua atenção na mesma.

Um corpo, uma alma e toda eu estremeço. 

O medo corre as minhas veias e o sangue deixa de existir, a minha mente perde-se na insanidade e o meu coração choca com as lateriais do meu corpo. A minha respiração para e tudo em mim se torna obscuro.

"Bom dia." - a voz do individuo ecoa pelas quatro paredes e mais uma vez o meu corpo estreme.

"Ah olá menino Malik, pode sentar-se." - a velhota, a quem chamamos de professora, instrui autoritariamente. 

Olho em volta e sinto cada sensação mais intensamente, ao perceber que a única secretária livre fica mesmo ao meu lado.

Eu tenho a certeza que este é o rapaz de ontem á noite, aquele que me gritou e que continua rude. A sua voz, as suas palavras tudo soa demasiado negro para alguém como eu. Os seus olhos carregam uma cor bem mais bonita do que a ultima vez que o vi e a sua aura é menos assustadora. Os seus passos são lentos e totalmente silenciosos.

A cadeira arrasta-se e seu corpo senta-se na mesma. Continuo a minha ardua tarefa de o observar, até que o seu castanho entra em contacto com o meu. Tudo parece demasiado tenebruso e logo paro, fixando-me somente nos apontamentos registados no quadro.

  When I'm gone, you'll need love  

Drug {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora