❌Capitulo 9 ❌

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Os raios de sol perfuram dolorosamente as minhas pálpebras e um enorme ruído faz-se ouvir no andar de baixo. Tento alinhar os pensamentos na minha cabeça, mas nada é suficientemente correto. Sinto passos rápidos no corredor e cada fibra do meu corpo grita por uma solução. Atiro-me silenciosamente abaixo da cama e escondo-me debaixo da mesma. A porta bate com bastante força contra a parede, deixando as paredes dos meus ouvidos doloridas pelo enorme som que esta produz.

Tudo se revela demasiado fraco, tudo se revela fútil e mais uma vez tudo em mim se resume a uma única palavra - medo! 

Levanto ligeiramente a manta que me serve de proteção e assim que avisto um ser encapuçado com a minha pulseira na mão, arrasto o meu corpo para fora da cama e corro até ele. Agarro-o por trás, mas logo me arrependo. O meu corpo é empurrado com demasiada força contra a parede e um grunhido de dor sai por entre os meus lábios. Fecho os olhos e agarro o pequeno fio, iniciando uma nova batalha contra aquele, que agora tenho a certeza de ser um homem.

As lágrimas iniciam a sua corrida pela minha face e cada segundo que passa é mais longo que o anterior, tento segurar-me na esperança de que isto seja apenas um pesadelo, mas as certezas de que a qualquer momento irei cair no abismo são mais destrutivas. Eu até posso morrer, mas só o farei se este colar ficar, aqui e agora, preso por entre os meus dedos, onde ele sempre devia ter estado. Solto um grito e tento concentrar-me no mundo que tenho que conseguir ter novamente na palma das minhas mão.

"Sua cabra, larga esta merda." - puxa o pequeno fio e a ideia de que a qualquer momento este possa arrebentar, deixa o meu ser completamente deteriorado .

O desespero inunda os meus poros e a falta de ar atinge-me. Tento encontrar o caminho no meio do labirinto, mas tudo o que recebo são ondas de desilusões que me atacam as entranhas e as consomem como chamas e fazem dores insuportáveis destilarem o sangue do meu corpo.

"Não, levem tudo menos isso, por favor, tudo o que quiserem, menos a minha." - choro desesperada e em troca recebo apenas uma gargalhada.

Os niveis do meu desespero aumentam acentuadamente e mais uma vez em vão tento a minha sorte. Fecho os olhos e antes do arrependimento se instale em mim, ergo o meu joelho e mando-o no seu ponto fraco. Um grito ecoa por toda a casa. O seu corpo cai no chão e tenho finalmente o meu maior tesouro na mão. 

A porta do quarto volta a abrir e um outro sujeito entra pela mesma. O corpo desconhecido aproxima-se do meu e quando penso que o pior já passou, sinto uma dor imensamente forte atingir a minha barriga. Olho para baixo e sangue escorre pela mesma. O meu corpo não está mais em si e as forças existentes nele esvaecem-se. Caio no chão e solto um enorme grito.

Drug {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora