❌Capítulo 15❌

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"Temos que ir para a aula." - sussurro, contra o seu peito.

"Não quero." - a sua voz sai áspera.

O medo de que o Zayn arrogante volte atinge-me e a realidade torna-se ainda mais real, desalinhando aqui que pensava estar já alinhado.

Os seus braços abandonam o meu corpo e o meu olhar cai, assim como todo o meu ser. Rezo para que tudo fique bem, para que não haja mais lágrimas. Para que a rotação se acerte e tudo fique no sitio exato.

"Sai daqui miúda irritante."

O pesadelo atinge-me e o negro não é mais a busca de mim. Os segundos passam quebrados, a alma ergue-se esbotada e os remendos rebentam ponto a ponto. Sou demasiado burra por ter acreditado que tudo poderia dar certo.

Sem mais uma palavra, saio do pequeno espaço e caminho para a sala de aula. Sento-me no meu lugar e fico centrada no sabor dos seus lábios que ainda se encontra preso aos meus.

(...)

O som da campainha ecoa por toda a escola. As cadeiras arrastam-se, os berros perdominam e a dor paira sobre a minha aura. Arrasto o meu corpo até fora destas quatro paredes e os meus olhos giram em redor do longo corredor. Nada dele.

"Amor? O que se passou com ele?" - ouço a voz da minha melhor amiga.

"Nada."

As lágrimas ardem nos meus olhos, enquanto os maus pensamentos me atinguem. Várias perguntas giram a volta da minha mente, mas numa tem uma resposta.
A cada segundo que passa eu sinto-me cada vez mais fraca e frágil, como se a qualquer momento fosse partir sem antes ver a solução.

"Amor deixa-me ajudar-te." - a sua voz é preocupada, o que me deixa ainda mais irritada.

Olho-a e em questão de segundos a minha já se encontra completamente encharcada. Os meus braços caem ao lado do meu corpo, que logo é abraçado pela Ellen.

As lágrimas correm, os segundos passam e a tua sombra continua a atormentar-me como naquele dia. O dia em que julguei ver a minha salvação, no dia em que a chama de teu gelo foi enganosa, no dia em que as tuas garras foram a corrente prisioneira dos meus sentidos. E agora? Agora tu vais vens e eu? Eu fico, aqui, no chão quebrado à espera da ondulação que te fará ser meu por mais um minuto.

"Pronto amor, vai ficar tudo bem." - sinto os seus dedos finos trilharem caminho ao longo das minhas costas.

Assinto, mesmo sabendo que nada vai ficar realmente bem. Olho em redor e tento mais uma vez encontrar a sua silhueta perdida num canto qualquer.

O meu corpo arde e as minhas lágrimas aumentam, a minha respiração perde o rumo e os meus olhos não saiem dos seus. O seu rosto é triste e o seu cabelo desarrumado e aí eu percebo, que somos dois perdidos no meio de um mundo demasiado grande. Eu preciso dele por um motivo não obvio e ele precisa de alguém e eu? Eu quero ser esse alguém.

Aqui está, como vocês pediram. Amovos

Drug {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora