❌Capitulo 36❌

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Saio do carro e corro até ao armazém indicado na mensagem que recebi hoje de manhã. Agarro o envelope com todo o dinheiro que preciso e abro o portão com cuidado, tentando reproduzir o menos barulho possível.

"Olá olá. Afinal estás mesmo apaixonada pelo Malik." - ouço uma gargalhada atrás de mim e logo de seguida, uma mão sobre o meu ombro.

Afasto-me do toque dele e estendo-lhe o envelope.

"Agora deixa o Zayn em paz e nunca mais te metas na nossa vida." - corro dali para fora, mas antes de conseguir alcançar o carro, sinto o meu corpo ser empurrado contra a parede.

Uma dor forte atinge a minha cabeça e em menos de um milésimo de segundo tudo fica negro. Tão negro quanto eu.

(...)

Abro os olhos e tento esquecer a enorme dor de cabeça que me atinge. Tudo permanece em silêncio e não existe mais nada, a não ser uma pequena janela e uma porta, entre as quatro paredes que rodeiam o micro espaço em que me situo.
Tento lembrar-me de tudo o que aconteceu, mas assim que uma ponta de lembrança me assumbra, passo a borracha por entre cada segundo da mesma.

"Isto não pode ser verdade e não me pode estar a acontecer." - sussurro exaltada.

A minha respiração acelera e eu logo tento controlar a mesma, mas a cada segundo que passa tudo piora.
As lágrimas correm pelo meu rosto de forma descontrolada, as forças fogem por entre os meus dedos e a ruína apodera-se a passos gigantescos do meu ser.

Estou aqui sozinha, não tenho como gritar ou tentar, sequer, derrobar as correntes que amarram os meus pés e as minhas mãos. Mexo o meu corpo na tentativa de acordar e perceber que tudo foi um enorme pesadelo, mas o único resultado obtidos, são barulhos estridentes, que dilatam ainda mais a minha esperança.

A raiva corre o meu sangue e inunda por todos os poros da minha pele. Tento soltar-me, mas nada, nada de realidade.
Fecho os olhos com força e conta até 100 baixinho.

Ouço a porta ranger e abro os olhos lentamente, encarando o individuo de à minutos atrás.

"Olá querida Marie."

Não é o Zayn, não é a minha salvação, não é quem eu preciso, não é quem eu quero, não é a ilusão que me trará a realidade, não é o raio de sol para a minha imensa noite.

As lágrimas correm e o mundo continua a girar, sem uma pontada de piedade. Os segundos passam num desalinho alucinante, que faz o tic tac gritar pela numeração que se desencaixa pelo meio do enorme alfabeto, que em constelações se desvanesse sem o lusco fusco.

"Deixa-me sair daqui. Vocês já têm o que querem" - sussurro, olhando o rapaz à minha frente.

"Nós queremos o Malik e para chamar o Malik nós precisamos de ti." - gargalha e de seguida, abandona o pequeno espaço, deixando-me sozinha.

E agora? O que vai ser de mim.

O sol cai e parte-se em pequeno pedaços. A lua morre e a sua luz apaga-se aos poucos. As flores murcham e o meu coração enreda-se por entre as pétalas que se propagam como os espinhos e rasgam as fendas só meu ser.





Olá leitores, quero apenas anunciar vos que o próximo capitulo, será o último desta temporada.

Drug {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora