Deixo o algodão molhado com alcool queimar sobre a sua pele, enquanto ouço algumas palavras menos bonitas vindas da sua parte.
"Fodasse, podes ter cuidado? Essa merda doí." - resmunga, como se a culpa fosse minha.
Respiro fundo e guardo todas as palavras amargas que tenho aqui entaladas para um outro momento mais propício. Continuo com o meu trabalho de desinfetar os seus ferimentos e quando acabo, arrumo tudo no sitio e volto ao seu lado.
"O que é que se passou para estares neste estado? Quem é que te fez mal?" - pergunto preocupada.
Quem quer que seja que lhe fez isto não pode andar por aí sem que nenhuma consequência lhe seja imposta. Olho-o, enquanto espero por uma resposta da sua parte, mas a única coisa que ouço é uma gargalhada, demasiado forçada.
"Eu não te devo justificações, agora licença." - levanta-se, mas antes que tenha tempo de avançar até á porta, eu agarro a sua mão.
"Só podes estar a gozar comigo, tu pedes-me ajuda, eu trago-te até minha casa e ainda dizes que não tens nada a ver com isso? Oh meu Deus, tu precisas de um psicologo rapidamente." - desta vez sou eu que gargalho na sua cara, ainda que a vontade de chorar seja maior que qualquer outra coisa.
O meu corpo é atirado contra a parede com alguma força e as minhas costas logo dão sinais de falencia, assim que uma dor as atinge. O meu corpo é pressando pelo seu, fazendo as dores ganharem a forma de medo e enviarem vários arrepios ao longo de toda a minha espinha, eles filtram-se pelo meu sangue e logo correm todo o meu corpo.
"Tu não me conheces, então eu vou dar-te um conselho, não te metas mais comigo, ou então vais arrepender-te." - grita sobre o meu rosto.
Eu poderia sentir medo, mas a única coisa que sinto são doses demasiado violentas de adrenalina atinguem os seus limites.
"Achas que me fazes ter medo de ti? Vais fazer o que, bater-me. Oh boa, força então." - grito de volta.
Um segundo, uma dor e uma nova cicatriz. A sua mão acerta em cheio na minha face e uma dor demasiado sobria bate de frente com o meu coração, uma fenda por onde a dor entra e permanece. Tudo o que ainda conseguia ver, apaga-se com o ar que me sufoca exageradamente. Tudo parece demasiado irreal e eu quero apenas acordar e perceber que isto não passou de um pesadelo. Fecho os olhos e só os volto a abrir quando ouço a porta bater num enorme estrondo.
As paredes do meu coração concontram-se completamente partidas sobre o chão pisado por ambos e as fendas abertas brotam o sangue que têm suportado. A força afeta-me e tudo o que está ao meu alcance em poucos segundos encontra-se desfeito sobre o chão, mas não tão defeito quanto eu. Ele bateu-me, ele foi capaz, mas o que havia eu de esperar de uma pessoa que nem me conhece? Eu sou a culpada, eu sou a culpada de tudo a que se tem resumido a minha vida, eu sou....
I will try to fix you
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Drug {z.m}
FanfictionEle era um toxicodependente... "Se a droga me intoxica, então sai, sai daqui, porque és a droga que me vicia mais e mais" Ela era a cura