Zayn? Despacha-te, já estamos atrasados para a aula." - resmungo, enquanto visto o casaco.
Vejo o seu corpo encaminhar-se para o meu e sorrio.
"Ouve, daquela porta para fora eu sou o Malik e não quero qualquer tipo de aproximação."
Arregalo os olhos e tento esconder a tristeza que escorre pelas minhas veias.
"Sai daqui." - abro a porta e desvio o olhar, centrando-o num ponto qualquer.
Como é que este ser pode ter tantas facetas? Como é que eu acabo sempre por acabar presa na sua teia? Como?
"Pára com essa merda. É para teu bem." - tenta aproximar-se de mim, mas eu não deixo.
O seu corpo acaba por abandonar o espaço. A raiva inunda o meu corpo, as forças nascem e tudo o que se encontra em meu redor acaba estilhaçado no chão, onde, por fim, acabo caída.
Eu odeio-me. Eu odeio-me por ser quem sou. Odeio-me por estar no caminho onde me perco. Odeio-me por não saber qual é o rumo certo. Odeio-me por ser a própria a assinar o pacto de autodestruição.Levanto-me e limpo as lágrimas com a manga do casaco. Respiro fundo e por fim saio de casa, deixando as ruínas trancadas dentro dessa. Entro no carro e arranco. Hoje a Ellen não vais às aulas e sinceramente não sei se vou sobreviver no meio daquela espelunca sem ela.
As lágrimas descem ao longo do meu rosto agressivamente, enquanto seguro o volante com força. A visto o enorme edifício à minha frente e mais uma vez controlo o mundo que gira em torno de mim. Guardo as lágrimas, componho a postura e saio do carro, encarando o ar poluído que rodeio o ambiente.
Ao longe consigo distinguir o seu corpo no meio de um grande grupo de rapazes. Por entre os seus dedos prende um cigarro, que entra varias vezes em contacto com os seus lábios, que libertam depois uma enorme fumarada. Fico ali, parada, a observa-lo. A sua face não é mais igual aquela de à umas horas atrás, é, agora, dura e severa.
A sua mão estica-se em direção a uma outra que lhe cede um pequeno embrulho. O pó é descartado contra a sua mão e sem que me possa deter, as minhas pernas ganham vida própria e só param em frente ao seu corpo.
"Tu não vais fazer isso." - agarro a sua mão.
"Baza Rose." - fala rude, mas nada do que me possa dizer me vai fazer sair daqui.
Continuo com o meu olhar duro sobre o seu. Eu não vou deixar que ele continue a estragar a sua vida. Não vou deixar que se continue a destruir. Eu não vou.
Sinto um braço envolver os meus ombros e logo saio do seu toque.
"Malik, tens aqui uma brasa." - um rapaz cheio de tatuagens nos seus braços fala.
"Larga-a."
Antes que as atenções se voltem ainda mais para mim, rodo o seu pulso, fazendo com que a sua mão se vire e o pó caia sobre o chão.
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Drug {z.m}
FanfictionEle era um toxicodependente... "Se a droga me intoxica, então sai, sai daqui, porque és a droga que me vicia mais e mais" Ela era a cura