Drug {z.m}

❌Capítulo 12❌

A chuva embate contra a vidraça da minha varanda e o meu ser agradece a quem quer que seja, por hoje não ter que sair de casa. Centro todas as minhas atenções no ecrã do meu computador e assim que ouço a campainha tocar, solto um grunhido de frustração. Levanto-me e corro até ao andar debaixo, acabando por abrir a porta.

"Bom dia amor!" - a minha melhor amiga entra, deixando um beijo na minha testa.

Sorrio ao sentir o seu toque, mas logo o rosa se vai embora, dando lugar ao negro. Ontem errei com ela, com a pessoa que mais me ajudou, com aquela que desde sempre me deu o braço, quando só possuía a mão, com aquela que sempre me reconfortou.

O seu corpo senta-se no sofá e o meu logo o imita. Baixo o olhar e brinco apressadamente com os meus dedos.

"Desculpa!" - sussurro.

Sinto os seus braços em redor do meu corpo e agora sim, sei que está tudo bem, sei que estou capaz de enfrentar tudo e todos.

"Já passou."

As suas palavras fazem o meu coração relaxar e as peças do meu mundo edificarem-se umas nas outras, ganhando o sentido que ela me deu até ao dia de hoje. 

"Tu como estás?" - enlaço os nossos mindinhos, fazendo ambas sorrir.

É bom estar com ela, sentir que não estou sozinha, mesmo depois de todas as palavras idiotas que transbordaram pelos meus lábios. Por vezes só temos que ser fortes o suficiente para guardar aquilo que nos atormenta e seguir em frente, sem dar chance aos outros de serem um alvo sem sentido. 

"Estou bem!" - a sua voz sai num sussurro.

Fecho os olhos e deixo que o meu corpo absorva a sensação de libertação que paira no ar envolvente. Podia ser sempre assim, podia não haver males no mundo e todos seriamos verdadeiramente felizes, sem o negro da noite e o cinzento de um arco-iris sem cor, no entanto, a vida encarrega-se sempre de tirar o ar aos meus pulmões e o batimento ao meu coração, como se este sobrevivesse por si só, sem que a existência de algo maior seja realmente necessária. 

(...)

Deixo o meu corpo cair sobre o minha cama e fecho os olhos. Os meus pensamentos são direcionados ao ser cujo sentido é ainda uma incognita para mim. É estranha a forma como eu penso nele, é estranha a forma como o seu olhar paira sobre a minha mente, é estranha a sensação do seu toque ainda estar presente na minha pele. É tudo tão estranho e confuso que já nem sei aquilo que é realmente certo ou divinamente errado. 

Um longo suspiro solta-se de minha boca e logo de seguida os meus olhos dão uma revisão ao longo do pequeno espaço onde me situo. Tudo tão triste, tudo tão frio, tudo tão distante, tudo tão só. Tudo tão sem nada e nada sem tudo. Será que o meu futuro é este? Será que o destino é assim tão traiçoeiro? Espero que não.

Bem, eu quero dedicar este capítulo as duas pessoas mais importantes da minha vida. A minha melhoramiga e o meu menino. Já devem estar fartos de ver capítulos dedicados a eles, mas a verdade é que eu quero que todo o mundo saiba o quanto, ambos, são essenciais na minha vida. Quero mesmo.

Para começar ambos me amparam nos momentos mais difíceis, ambos aturam as minhas birras e as minhas pancas, o que não é, de todo, tarefa fácil.
Eu só queria agradecer vos por tudo o que têm feito e fizetam por mim, sem vocês nada do que sou, nada do que faço seria realmente possível.
Amovos muito .❤❤❤