❌Capitulo 28❌

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Deixo que a água escorra ao longo da minha pele, enquanto as lágrimas se infiltram ao longo dos poras da minha pequena face. Passo as mãos pela cara e tento sair do buraco negro onde me encontro, mas não consigo.

O arco iris fugiu e agora o chuva fria sobre o alcatrão dilacera a última pontada de cor, que se encontra escondida por aí, sem que ninguém, sem que eu a consiga encontrar. Choro cada vez mais, sendo atormentada pelas imagens dele a consumir-se sem conseguir parar.

Ele pediu-me para confiar nele, pediu-me para ficar com ele, porém ele mesmo enterrou a luz, que se apagou. Não tenho mais forças para ser a chama que o iluminará esta noite. Não tenho mais forças para a procurar o caminho da estrela cadente. Não tenho mais forças para bater á sua porta e entrar de rompante.

Assim que acabo o meu banho, enrolo uma toalha á volta do meu corpo e outra no meu cabelo e caminho lentamente até ao meu quarto. Olho-me ao espelho, mas sinto-me demasiado cansada e por isso, apenas me deito sobre a cama, deixando que o frio alerte ainda mais todas as dores presentes em mim.

Os pensamentos continuam a correr a uma velocidade alucionante na minha mente e nada está mais no sítio.

Ouço a porta do andar debaixo abrir e de seguida bater. Deve ser a Ellen.

"Amor?" - vejo o corpo dela entrar pela porta e logo correr até mim -" Eu já estou aqui, estou aqui para te ajudar meu amor." - deixa um beijo sobre a minha testa e logo me abraça, fazendo com que um pequeno riacho volte a inundar a minha face.

Deixo-me ficar no quente dos seus braços, até que me sinto partir para um mundo sem dores.

(...)

"Acorda amor!" - alguém abana o meu corpo, fazendo-me resmungar.

Abro os olhos e vejo a Ellen, olhar-me com um enorme sorriso na cara.

"Bom dia." - sussurro e tento afastar as memórias que tenta entrar pelas fendas cada vez mais abertas.

"Tens uma pessoa lá em baixo á tua espera."

"Quem?"

"O Zayn."

Suspiro, mas logo sinto o meu coração andar mais e mais rápido.

"Podes manda-lo ir embora." - sussurro mais uma vez e levanto-me, indo para varanda, enquanto as lágrimas voltam a cair pelos meus olhos.

Eu não quero falar com ele, não quero que me magoe mais, eu não merço isso. Eu mereço um homem e não uma criança sem rumo, que não sabe valorizar nada nem ninguém. Em tão pouco tempo, já fiz tanto por aquele ser, porém nada foi, realmente, suficiente, então eu não faço mais nada na sua vida.

Ele vai seguir outra luz e eu? Eu irei procurar a minha e se não a encontrar, eu serei a minha luz, a luz que um dia já foi dele, mas que agora se apagou.

Gritos, vindos do andar de baixo, entoam por toda a casa, trespaçando as paredes e difudindo-se pela rua, despertando a atenção de algumas pessoas que passam na rua.

"Tu não me pods deixar assim." - ouço a sua voz atrás de mim.

Drug {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora