13. Taehyung.

224 9 1
                                    

Depois de Binnie me esclarecer - acredito que o necessário - sobre noite passada, ele buscou nossas roupas na lava e seca e nos vestimos.
Descemos para o térreo da casa e Park nos recebeu com um café da manhã, me desculpei por qualquer incômodo que tenha causado a ele e a Binnie também, mas ambos foram super gentis comigo.
Tomamos café da manhã e comentei com ele que soube que ele não ocupava mais o cargo de CEO da empresa que levava seu próprio nome, ele me contou que pelo menos continuava tendo ligação com a empresa sendo coreógrafo e ajudando na composição de algumas canções.
Conversamos bastante aquele dia e logo após o almoço Changbin chamou um táxi para que eu pudesse ir embora, nos despedimos com um abraço e eu entrei no carro. No caminho me esforcei a recordar o que havia acontecido no bar, mas não obtive sucesso, mas me lembrei do que aconteceu depois que fui embora do restaurante na mesma noite que estive na JYP.

FLASHBACK
(Ainda na noite após o término com Han)

Assim que V estacionou o carro em uma vaga num estacionamento claro e não muito cheio, mexeu em seu celular, ele encostou o smartphone na orelha e esperou que alguém do outro lado atendesse a sua provavel ligação.
Eu não sabia onde nós estávamos, seguimos todo o caminho em silêncio desde o restaurante. A verdade era que eu nem mesmo sabia porque havia entrado no carro quando o meu também estava bem ali.
- Oi, sou eu. - V disse quando atenderam. - Vamos ter que remarcar, surgiu um imprevisto.
Imensa era a sensação de desconforto e inconveniência por saber que eu era o "imprevisto" que havia mudado os planos do meu ídol aquela noite, suspirei e me espremi no banco o ouvindo pausar como se tivesse escutando a pessoa do outro lado falar.
- Não precisa vir, quando eu tiver um tempo de novo eu ligo para você. - disse o rapaz ao celular. - Eu vou desligar, até depois.
Vi quando V afastou o celular do teu rosto e tirou o cinto de segurança.
- Olha, eu...
Fui interrompida por V se debruçando em minha direção, segurou minha nuca e me beijou. Inesperadamente recebi aquele beijo e o retribui como se não tivesse levado um choque com aquela atitude do ídol. Não foi demorado, logo ele encerrou com dois selinhos seguidos e se afastou.
V recostou no banco e fungou me olhando.
Fiquei paralisada.
V sorriu de forma maliciosa, abriu o portão do carro e saiu, ele deu a volta, abriu a porta para mim e, ainda extasiada, eu desci. Ele trancou o carro e saiu andando, eu o segui de forma mansa. O garoto entrou no elevador da garagem, apertou o número dezessete e se encostou ali quando as portas se fecharam e a caixa começou a subir.
Não me contive em silêncio.
- O que... foi aquilo?
- No carro? - V me olhou. - Foi só eu beijando você. - ele disse tranquilamente.
- Tá, mas... por quê? - balancei a cabeça confusa.
V deu de ombros e franziu os lábios. - Eu senti vontade.
Ri de nervoso. - Você me beijou porque sentiu vontade, mas quem disse que você podia?
- Para quem parece estar tão incomodada agora, a um minuto atrás você parecia estar gostando bastante.
Engolir a seco por não ter o que responder, eu realmente havia gostado e demonstrei isso na forma que retribui, ainda que tenha sido de forma inesperada.
- Nossa, como você é chato e convencido, hein. - resmunguei com a expressão franzida.
V passou a língua no canto dos lábios entreabertos e me segurou pelo queixo apertando um pouco minhas bochechas, avançou em minha direção até me encurralar prensada na parede do elevador, ele aproximou seu rosto do meu e quando falou próximo a mim eu pude sentir seu hálito refrescante de menta.
- Fala comigo assim de novo que eu levo você lá para cima e te fodo com tanta força que o prédio inteiro vai ouvir.

MINHA

NOSSA
SENHORA
!!!!!!!

Tudo que eu queria naquele momento era enfiar a língua na boca dele e fazer tudo o que meus pensamentos mais profundos desejavam, meu coração acelerou como o motor de uma Ferrari zero Km. Senti meu sangue ferver e minha pele pinicar como se estivesse prestes a convulsionar de febre, engoli a seco e tentei controlar minha respiração. Afastei a mão de V do meu rosto e o empurrei de leve para longe, vi quando ele deu aquele sorrisinho malicioso e se virou me olhando pelo canto dos olhos.
Cruzei os braços e encarei o painel do elevador, faltavam dois andares para o número que o garoto havia apertado.
Quando chegamos no andar em questão seguir V até um apartamento aparentemente aconchegante, ele trancou a porta e colocou o seu celular em uma estante logo na entrada.
- Pode ir embora se quiser, mas também pode ficar o tempo que precisar. - ele disse. - Se for agora o Han Jisung pode ir te procurar na sua casa e eu acho que do jeito que a conversa de vocês terminou lá no restaurante, você não vai querer encontra-lo tão cedo.
Suspirei frustada e ainda de braços cruzados.
- É... Exatamente!
- O apartamento não é muito grande, mas você pode ficar a vontade. - disse V. - Sinta-se em casa.
Gemi fazendo uma careta.
- Não tem como, não fala isso. - pedi.
V deu de ombros e balançou a cabeça se sentado no sofá bege.
- Ué, o que tem de mais?
Me sentei em outro sofá.
- A Violet pode ficar nua, colocar o sutiã na geladeira, os sapatos no microondas e lavar a calcinha na pia da cozinha. - disse. - Tenho certeza que você não quer dar motivos para ela se sentir a vontade.
V arregalou os olhos e ficou boquiaberto, mas logo ele piscou.
- Espera, quem é Violet?
- Arh... Longa história. - gemi.
Olhei ao redor e a casa era linda e organizada, alguns quadros nas paredes brancas davam um contraste, poucos móveis, mas tinha o suficiente. Tudo era muito moderno com detalhes sofisticados.
- Você mora aqui?
V murmurou uma afirmação.
Suspirei. - Olha, eu espero não ter interrompido seus planos para hoje.
- Na verdade interrompeu, sim. - disse V, ele se levantou e veio em minha direção, parou de pé ali em minha frente e estendeu a mão para mim. - Mas a noite ainda pode acabar do mesmo jeito que acabaria se eu não tivesse encontrado você.
Aquele comentário me fez perceber que ele iria, provavelmente, encontrar alguma mulher, eles jantaram e encerrariam a noite na cama. E eu interrompi isso.
- Olha, não vai acontecer o que você está pensando. - eu disse. - Se quiser eu posso ir embora. - me levantei.
- Ouvi você dizer que tinha ninfomania. - lembrou o ídol.
Grunhi enojada. - Foi por isso que você me trouxe para cá? Com segundas intenções? - pausei. - Você me ouviu dizer que tenho dupla personalidade. Uma delas é a Violet, que é quem é ninfomaníaca. Eu no meu normal como agora, não sou assim.
- Não, não. - V esfregou a testa. - Desculpa, eu não quis te ofender. Só estou dizendo que...
- Você disse que estava errado sobre mim, e que eu te decepcionei pelo que aconteceu com JK. - o lembrei. - Me disse isso lá na casa army. E porque de repente está flertando comigo dessa forma?
- Eu não estou flertando com você. - V se aproximou um pouco mais. - Eu estou sendo direto.
Tentei engolir com dificuldade e estremeci.
- Kim Taehyung!!!! - gritei seu nome. - Pode parar com isso, já.
V riu e se afastou, voltou para onde estava sentado antes, mas antes de sentar tirou a carteira do bolso. Ele se sentou e abriu a pastinha, tirou de dentro um preservativo de embalagem preta com o símbolo de uma fogo estampado e estendeu para mim.
- Toma.
- Para quê isso? - questionei confusa.
V suspirou e se levantou novamente, ele se aproximou de mim e me puxou pela cintura. Me deu um selinho demorado e estalado e me soltou, novamente não tive reação. Ele pegou minha mão, colocou o preservativo sobre a mesma e dobrou meus dedos me fazendo fechar o punho.
- Quero que guarde isso.
- Para quê? - perguntei novamente.
- Considere um vale sexo, me procure quando você não for a Violet. - ele disse com um sorriso malicioso de canto.
- Pode tirar o cavalinho da chuva. - eu disse olhando o ídol fixamente, puxei a mão para soltar aquela embalagem, mas ele me segurou firme.
V aproximou seu rosto do meu, sua expressão me causou arrepio.
- Eu quero foder você de uma forma que você nunca foi. - ele disse com aquela voz espessa e arrastada, quase um sussurro: seu olhar fixo no meu. - E eu sei que você vai me procurar implorando por isso.
Eu fiquei ali, em estado de choque, paralisada, tentando não parar de respirar.
V tocou meu queixo e se virou saindo andando para outro cômodo. - Vou preparar alguma coisa para a gente, vem me ajudar.
Ele sumiu entrando por um corredor, e eu continuei ali, extasiada, sem conseguir me mexer, sentindo meu coração bater tão rápido que parecia estar prestes a explodir a qualquer momento.
Quando reagi, segui pelo mesmo corredor que V e o encontrei na cozinha, ele cozinhou tão bem que parecia ter aprendido com minha mãezinha. Lavei a louça depois de comermos e o ajudei a secar e guardar.
Ele me levou até um quarto onde eu poderia passar a noite, e antes que eu entrasse na suite para me banhar, ele trouxe uma camisa sua para que eu usasse de pijama, já que não havia outra roupa senão a do corpo. Tomei um banho fiquei da sacada do quarto olhando a vista, e me lembrei de Han, de alguns momentos nossos, de como eu elogiava tanto o sorriso com arcada perfeita dele que acabou virando um apelido, de como o abraço dele silenciava a balbúrdia em minha mente inúmeras vezes. Tê-lo ouvido dizer aquelas coisas, e que estava disposto a ficar do meu lado e abrir mão de tudo para estar comigo me fez sentir a pior pessoa do mundo, por ter dito aquelas coisas a ele, por ter tê-lo feito pensar que eu não sentia nada, quando na verdade sintia sim, e sinta muito.
Mas o que eu sentia não correspondia o que ele sentia na mesma intensidade.
"Eu te amo!", a voz dele ecoou na minha mente.
Fechei os olhos e respirei fundo tentando controlar as emoções em meu peito.
- Ainda está acordada.
Ouvi e olhei por cima do ombro, era V na porta do quarto.
- Até estou com um pouco de sono, mas não consigo ficar na cama.
V entrou no cômodo escudo, iluminado apenas por um abajur aceso no criado mudo ao lado da cama e sentou sobre o edredom amarrotado.
- Aposto que está pensando no Jisung.
Suspirei confirmando sua teoria, também me aproximei da cama e me sentei sobre uma das pernas.
- Eu fico tentando me convencer a não pensar. - falei. - Mas só de pensar isso, eu já estou pensando.
Já que V havia ouvido a parte da conversa entre Han e eu no estacionamento do restaurante, me sentir livre em conversar com ele a respeito.
- Não queria que tivesse terminado daquele jeito. - continuei.
- Por que vocês terminaram? - V perguntou.
- Ah, Tae... - pensei que parte deveria contar como resposta. - Minha imagem não é uma das melhores desde o programa do Fallon, e o Han estava disposto a abrir mão da carreira dele para ter uma vida anônima comigo, eu nunca aceitaria que ele fizesse isso. É loucura.
- Total. - Taehyung concordou. - Mas de qualquer forma, foi uma decisão pessoal sua, não pode deixar isso perturbar você. Tenta focar em outra coisa.
Abaixei a cabeça. - Como se fosse fácil assim.
V ficou quieto por uns segundos, parecia pensativo.
- Eu costumava ter muitos calafrios antes dos shows, em algumas vezes isso acabou comprometendo meu desempenho no palco, eu ficava pensando que eu não deveria estar ali, que era odiado e que todos que estavam me vendo faziam chacota de mim. - ele contou. - Jungkook me deu um urso de pelúcia para eu apertar e respirar fundo sempre que eu fosse me apresentar, depois de um tempo eu parei de pensar naquilo.
- Lindo depoimento. - falei com um leve sorriso e ignorando o nome de JK ter sido citado pela primeira vez naquela conversa. - Você ainda tem esse ursinho de pelúcia?
- Não. - ele estranhamente sorriu. - Dei ele a uma army que estava em estágio terminal de câncer.
Arfei. - Nossa, que triste, mas lindo da sua parte.
V balançou a cabeça e engatinhou na cama até mim.
- É disso que você precisa. - ele disse.
- Do quê? - perguntei confusa.
- De um urso para apertar e te ajudar a relaxar. - ele sorriu.
- Taehyung! - exclamei como advertência.
V se deitou e me olhou sereno.
- Eu disse que não ia tocar em você do jeito que quero até você me implorar por isso. - ele disse relembrando e abriu os braços em um convite. - Então relaxa e vem cá.
Bastante tentador, mas eu confiava em suas palavras. Cedi minha vontade e me entreguei aquele abraço.
V me apertou contra seu peito num abraço e eu senti novamente aquele cheiro de menta refrescante vindo dele: funguei de olhos fechados.
- Você tem um cheirinho gostoso de menta. - comentei baixo.
- Que bom que você gostou. - disse V, sendo última coisa que ele disse aquela noite.
Ficamos quietos ali abraçados na cama, seu abraço era quente e reconfortante, como um ursinho de pelúcia. Relaxei ali e adormeci.
Na manhã seguinte acordei de lado com V dormindo me abraçando por trás, não ousei me mexer e fiquei ali esperando até que ele acordasse.
Ele preparou um café para nós, e o almoço ficou por meus dotes culinários. Conversamos durante todo o dia sobre coisas aleatórias, dei boas risadas e conseguir distrair um pouco a mente de tudo o que vinha acontecendo. Por duas vezes Tae me roubou beijo e eu estranhamente parecido ter me acostumado, a companhia dele foi essencial e terapêutica para mim.
No final do dia eu peguei um táxi, fui até o restaurante tentar tirar meu carro da vaga que havia deixado na noite anterior e consegui, fui para casa e tentei voltar a minha vidinha de não celebridade em frente. Mas depois de tomar um banho e sentar no sofá da sala, todo aquele silêncio ensurdecedor estava me enlouquecendo e fazendo vir a minha mente lembranças da conversa que eu queria esquecer: com Han no restaurante.
Fui ao meu quarto e troquei de roupa, deixei o carro em casa e chamei um táxi, fui para um bar depois do centro onde eu costumava ir para me embriagar e esquecer tudo por algum momento.

- Então foi assim que eu o encontrei. - falei comigo mesma após relembrar como havia ido parar no bar em que encontrei Changbin.

v1 - Not celebrity • STAY ARMYOnde histórias criam vida. Descubra agora