- Ridley! Para com isso! - gritou o Otto. Ele devia estar mais assustado que eu porque ele estava mesmo no meio da ponte, eu só devia estar a um terço. - Não faças isso! Para!
- Otto! - gritei de volta. - Não sou eu! Harry, Anthony, ajudem-nos!
Então, a ponte parou de abanar. O Otto tropeçou na madeira molhada e tentou segurar-se. a ponte estava a abanar com o peso dele.
Acho que me esqueci de referir que a ponte só tinha proteção do lado esquerdo e o Otto tinha tropeçado para o lado direito. quilo não parecia bom...
- Ajudem-me! - gritava ele.
Corri para ele e puxei-o para cima. Para um rapaz daquele tamanho, ele até era pesado... Ele abraçou-me quando chegámos à margem.
- Obrigado! Muito obrigado! - disse ele.
Estranho...
- O que foi aquilo?! - perguntou a Hope.
Como se fosse a resposta, o meu telemóvel começou a tocar.
- Estou?
- Ilda?
- Sim?
- O que achaste da ponte?
Desliguei a chamada, assustada. Tinha sido o fantasma a abanar a ponte!
E essa foi a primeira vez naquele mês que parei para pensar no que estava a acontecer. Antes de vir para aqui, eu não acreditava no sobrenatural nem em fantasmas. Agora, se acontecesse algo que não consegui explicar, culpava logo os fantasmas daquele sítio.
Ia ser um longo mês...
- Ela disse parede de escalada, certo? - perguntou o Anthony, que tinha ido com o Josie ver o que havia à frente.
Nós fomos ter com ele e vimos um grande precipício que devia ter dez metros de altura e que tinha algumas pedras salientes aparafusadas. Acho que quilo era a parede de escalada.
- Vejam o lado positivo! - comentou o Hope.
Olhámos todos para ela como se ela tivesse duas cabeças ou assim.
- Não temos de descer! - disse ela com um sorriso.
Ela até tinha a sua razão.
O Anthony e a Josie foram primeiro para ver se a parede estava estável. Fiquei surpreendida por a Josie, que já tinha ficado nervosa com a cena da teia, se oferecesse para subir aquilo. Até pensei que ela tinha ficado com medo das alturas depois dos gritos.
Eles chegaram ao topo e a Josie olhou para baixo. A mim pareceu-me uma má ideia mas ela parecia estar bem. Estava feliz.
E aquilo tornou-se muito suspeito...
A Hope e o Harry subiram a seguir. Porque é que eram todos tão rápidos?
Eu e o Otto entreolhámo-nos, suspirámos e começámos a subir. Era uma subida assustador.
Não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo, não olhes para baixo!
(Se não se quiserem dar ao trabalho de ler, é a Ridley a pensar "não olhes para baixo" onze vezes)
Porque é que eu olhei para baixo?
Nunca ignorem os concelhos da vossa mente.
Eu estava quase a chegar ao topo, por isso, estava mesmo muito alto. No arborismo estávamos ainda mais alto mas o chão por baixo de nós era relva fofa e estávamos seguros por cordas. Aquilo era diferente.
Olhei para a esquerda e vi o Otto a trepar a parede, assustado. Olhei para a direita e vi uma rapariga de cabelos castanhos escorridos, olhos azuis muito claros (parecia que nem estavam vivos) e pele muito pálida. Eu tenho a certeza que éramos um grupo de seis, não sete.
Trepei ainda mais rápido e cheguei ao topo.
- O que foi isso? Esta parede só tem dois metros! - disse o Harry.
- Quê?! - admirou-se o Otto, recuperando o fôlego. - Aquela parede tinha dez metros no mínimo!
- Pois! - comentei eu. - E quem era a rapariga de cabelo castanho que estava a escalar connosco?
- Rids... - disse o Otto. Aquilo era irritante e fofo ao mesmo tempo. Não sei onde é que ele foi arranjar aquilo mas ele não dá alcunhas a mais ninguém. Devo interpretar isso de alguma forma?
- Rids... Eu vi uma parede de dez metros ou mais, não vi nenhuma rapariga de cabelos escorridos e castanhos. Acho que só tu é que a vês...
Continuámos a andar, todos a pensar naquilo. Seria a Ilda? Como é que aquela parede podia mudar de altura aos meus olhos e aos do Otto?
Só horas depois me lembrei de fazer a pergunta fatal...
Como é que o Otto sabia que ela tinha cabelos escorridos sem eu lhe ter dito?
Este capítulo foi dedicado à MrDelete17 porque ela é provavelmente a única pessoa que está a ler esta história e porque ela me começou seguir numa altura em que eu pensava que não teria mais de oito seguidores.
Obrigada!
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ILDA - Sem Saída
ParanormalRidley é apenas uma comum rapariga do sétimo ano que vai passar uma comum semana num comum campo juntamente coma sua comum turma. Mas quando começa a receber chamadas de alguém que pergunta por uma Ilda, as coisas começam a ficar estranhas. Fantasma...