O Otto parece também ter tido a mesma revelação porque me olhou como se dissesse "Estás a pensar no mesmo que eu?". Quer dizer, a revelação era um pouco óbvia mas, naquela situação de pânico, era muito difícil pensar seja lá no que for.
E que revelação é essa?
- As escadas! - gritou o Otto. - Desce as escadas! Não fiques aí parada!
Yap, as escadas. era absurdamente óbvio, visto que era a única saída dali mas eu estava a olhar para o Otto como se lhe dissesse "Vai primeiro" e ele olhava para mim da mesma maneira. Era uma discussão silenciosa.
Corremos pelas escadas. Eram um pouco apertadas e tínhamos de nos empurrar um ao outro mas, se não o fizéssemos, podíamos levar com um dardo envenenado.
Espero mesmo que ela tenha dardos tranquilizantes na caixa ou estávamos tramados.
Eu cheguei ao rés-do-chão antes do Otto, ele tinha tropeçado num tapete e ainda estava no primeiro andar. Assim que os meus pés tocaram no tapete do hall, não queria saber de mais nada. Corri para o meu primo e abracei-o com todas as minhas forças. Ele também estava assustado, a respiração dele era ofegante.
E foi então que comecei a chorar. Não me tinha apercebido o quanto estava assustada até àquele momento. Esteva tentar ser forte e manter os outros juntos mas era demasiada coisa.
Porquê eu?
Porquê nós?
Porquê a Ella?
E aí lembrei-me: se a professora nunca tivesse tropeçado naquela pedra quando estávamos a vir para aqui, ela não tinha deixado cair o mapa. Se não tivesse deixado cair o mapa, não teria ficado desorientada. Se não tivesse ficado desorientada, não tínhamos chegado aqui. Se não tivéssemos chegado aqui, estas coisas não tinham acontecido. Se estas coisas não tivessem acontecido, a Ella ainda estaria viva. E se a Ella ainda estivesse viva... bem... provavelmente estava a chatear-me para arrumar a tenda enquanto conversava com a Marilyn.
E então atingiu-me: a culpa era minha.
Se não tivesse consultado a minha bússola durante o caminho, a professora não tinha mudado de direção e encontrado o Ben.
Senti dois braços agarrarem-me com força pelas costas e virei-me. Era o Otto.
Também estava como eu, sentia-se culpado por tudo.
- Porque é que eu fiz isto, Rids? - começou ele.
- Tu não fizeste nada, Otto.
- Fiz, sim. Deixei a Hope tentar subir para a nossa canoa, menti-te sobre a rapariga de cabelo castanho, levei-te comigo para o último andar e ando a mentir-te sobre tantas, tantas coisas... Porque é que viemos? Eu preferia ter negativa a cem testes de matemática em vez de estar aqui!
- Preferíamos todos, meu... - concordou o Harry.
- Espera aí! - disse, limpando as lágrimas e libertando-me dos braços deles os dois. - Andas a mentir-me sobre quê?!
Todos nós, mesmo os do outro grupo, as professoras e o Ben, olhámos para ele com um ar acusador. A Luna semicerrou os olhos, fazendo uma expressão mesmo reprovadora. Como se fosse uma velha professora zangada.
- Bem... - disse ele. - É um pouco complicado...
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ILDA - Sem Saída
МистикаRidley é apenas uma comum rapariga do sétimo ano que vai passar uma comum semana num comum campo juntamente coma sua comum turma. Mas quando começa a receber chamadas de alguém que pergunta por uma Ilda, as coisas começam a ficar estranhas. Fantasma...