A minha primeira reação foi desmaiar mas consegui evitá-la. Não conseguia chorar, estava determinada a tirar os outros daqui com vida nem que fosse a última coisa que fizesse.
Pela Hope.
O pior é que ela nem soube o que aconteceu, se o Ben a tivesse des-possuído (eu sei que a palavra não existe) antes de ela morrer, ela não saberia porque estava ali.
Esta coisa das possessões era tão cruel...
Levei o Otto para o hall onde a Luna estava sentada no chão a brincar com o sapato.
- Ouvi dizer que a Hope morreu... - disse ela sem parar de mexer nos cordões.
- Sim...
Sentia-me tão mal... Ela só tinha morrido porque eu a tinha deixado sozinha. A culpa era horrível e estava a esmagar-me.
Porque a culpa de tudo isto era minha.
Sentei-me ao lado da Luna. Perguntei-me se o campo para onde era suposto irmos existiria mesmo. Será que o rio passava por lá? Será que poderia estar agora a aproveitar um belo dia de sol se não estivesse aqui?
Provavelmente estaria a arrumar as coisas para me ir embora depois de uma semana perfeita. E se tivesse decidido ficar na escola com os meus outros amigos?
E se...
De repente, o Otto caiu de joelhos no chão sem conseguir respirar. Eu corri para ele, preocupada. Será que o Ben podia matar as pessoas sem que elas tocassem algum instrumento mortal?
- Otto, o que foi? - perguntei.
Ele abraçou-se como se se quisesse proteger de alguma coisa. Talvez de mim.
O olhar dele estava cheio de tristeza e medo. Parecia que não compreendia o que estava a acontecer-lhe. E eu também não.
- O que se passa?! - perguntei.
- Não era... sal...
E, ao dizer isto, caiu ao chão. A cabeça dele fez um barulho horrível, como uma pedra a bater no pavimento, que ecoou pelos corredores mais próximos e pelo hall.
Abracei-me ao corpo dele e comecei a chorar.
Ele não!
O Otto não!
Não era possível!
Não devia ser possível!
Sempre pensei que o Ben o deixava sair daqui com vida mas ele parece mesmo determinado a não nos deixar sair sequer.
Em menos de vinte minutos, tinha perdido dois dos meus melhores amigos.
Mas o Otto nem sequer sabia o que estava a acontecer. Ele não se lembrava de nada. E morreu sem o perceber.
- Porque é que estás a fazer isto?! - gritei, na vã esperança que o Ben me ouvisse.
Esperei quase um minuto mas ele decidiu responder-me:
- Porque tu me mataste! - gritou a voz dele, muito zangado.
Era por isso que ele parecia tão familiar. Porque eu já o tinha visto!
Lembrei-me então do que ele estava a falar.
- Como é que podes basear uma vingança no que eu fiz! Foi um acidente!
- Mas mataste-me! Atiraste-me de uma ravina!
- Ridley, do que é que ele está a falar?
- É complicado... - respondi, sentando-me ao lado do corpo do Otto. O que o Harry pôs na sandes devia ser mesmo cianeto de potássio que só reagiria quando o Otto não estivesse possuído. Era uma maneira horrível de morrer.
Mas o veneno é a arma dos cobardes. O Ben é um cobarde.
Mas não por muito tempo...
Capítulo 30! Parabéns para mim! Yey!
Mas agora a sério, senti-me mesmo mal a matar o Otto, ele nem sabia o que ia acontecer. Senti-me como se estivesse a matar alguém tipo... Sirius Black ou assim.
Acho que vou escrever "Otto Thomas" numa folha de papel e fazer um funeral à folha...
maffviana
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ILDA - Sem Saída
ParanormalRidley é apenas uma comum rapariga do sétimo ano que vai passar uma comum semana num comum campo juntamente coma sua comum turma. Mas quando começa a receber chamadas de alguém que pergunta por uma Ilda, as coisas começam a ficar estranhas. Fantasma...