O Ben não é um assassino

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Desculpem demorar tanto a postar! Estive três dias sem wi-fi noutro país e não consegui postar.

Eu e o Otto sentámo-nos nos degraus que davam para o terceiro andar. Todos os outros queriam deixar-nos sozinhos por causa daquela cena de ele me andar a mentir. Como ele era tímido e assim, devia ser difícil falar à frente de todas aquelas pessoas, revelando um "segredo terrível" segundo o Harry.

- Então... - comecei eu.

- Por favor não contes aos outros. Já me sinto mal assim...

- Okay...

- Bem... É complicado...

- Eu entendo.

- Não, não entendes. É simplesmente estranho e pensei que me podias tipo... dar estalos até à morte se eu te dissesse isto mais cedo.

- O quê?

Ele tirou um grande mosquetão de escalada do bolso de trás das calças. Não estou a ver como é que aquilo ia ajudar mas o Otto era estranho e aquilo devia fazer sentido para ele.

- Este mosquetão é exatamente igual ao que usamos em arborismo, climbing tower e escalada. Como podes ver... - disse ele, abrindo o mosquetão e largando-o, fazendo-o fechar-se instantaneamente. - Se o abrires e largares, ele fecha.

- E?

- Na sessão de histórias assustadoras, o Ben disse que o mosquetão da Ilda estava aberto quando ela andava na teia. Não estou a ver uma rapariga em pânico a manter uma mão a segurar um mosquetão e usar a outra para se agarrar. Ela estava cheia de medo, ela ia segurar-se o maior que podia.

- Tu não estavas na sessão de histórias de terror.

- Estava sim.

- Não estavas nada.

- Tenho a certeza que estava. Continuando... Alguém deve ter aberto o mosquetão dela para a prender na teia.

- O que é que estás a insinuar?

- Estou a dizer que há duas possibilidades: ou o fantasma que nos está a atormentar prendeu o mosquetão dela ou o Ben a atirou de lá!

- Estás a ouvir as palavras que saem da tua boca? O Ben não é um assassino!

- Não te esqueças da outra opção, é a mais provável.

- Era só isso que me querias dizer.

- Receio que... não. Eu reconheci um dos rapazes do outro grupo. Andei na mesma escola que ele quando andávamos no segundo ano. Ele tinha uma irmã uns dez ou onze anos mais velha que tinha morrido num acidente de desporto.

- Estás a dizer que...?

- O nome dele é Ian. A irmã dele chamava-se Ilda.

E isso fez-me lembrar uma coisa:

- Lembras-te daquela estagiária de que o Ben nos falou?

- Não, nem por isso.

- Aquela de cabelo preto que nos deu as indicações para o percurso militar.

- Ah! Já me lembro!

- Onde está ela? Achas que tentou sair?

E então ouvi um grito horrível vindo do rés-do-chão.

ILDA - Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora