A cena mais assustadora de sempre é o vento

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Quando saímos do túnel, encontrámos a ponte de corda e decidimos ir noutra direção. Os gritos dos outros já não se ouviam e tememos o pior.
Mas a Ilda não nos enganava, ela só ia matar um de nós.
Fomos a zonas da floresta onde a única luz era a das nossas lanternas (e suporte velas). Nessas zonas não havia luar e seria fácil matar-nos.
Tenho de confessar que a vela até estava dar jeito. A Hope ia à frente e aquilo dava mais luz do que eu esperava.
E então aconteceu a coisa mais assustadora de sempre.
Quando se fala nisso, vocês devem pensar em ver tipo... um serial killer com uma faca na mão e prontos para te matar ou um fantasma prestes a agarrar-vos.
Mas isto era diferente. Um vento gélido fez-me tremer e as nossas lanternas apagaram-se exceto a vela da Hope e a panela-lanterna do Anthony. Ou seja... havia uma luz vermelha ("mórbida", segundo o Harry) e uma velinha.
Andámos por muito tempo. Quer dizer... eu não sei se foi muito ou pouco tempo porque nem queria saber. Mas a Josie parecia um animalzinho em sofrimento quando respirava e ela tinha uma boa resistência.
De qualquer modo, fomos ter ao sítio onde estavam as tendas.
- Estamos a andar em círculos! - exclamou o Harry. - Nunca vamos impedir a Ilda de matar alguém!
- Tu querias impedi-la? - perguntou a Hope.
Olhámos para ela de uma forma reprovadora.
Não tivemos tempo para argumentar porque ouvimos um ramo a partir não muito longe de nós. Erguemos as armas (o Otto tirou o tampa do veneno) e espreitámos atrás de uma árvore. O Ben estava lá parado a apertar os cordões.
Levantou a cabeça e olhou para nós.
- Ah! Olá! Ainda bem que nenhum de vocês morreu!
- Ben... - começou o Otto. - Tu estás a ser pago para nós vigiar?
- Não.
- Então porque é que não foges daqui?
- Como disseste, tenho de vos vigiar. Se bem que pensei que iam chegar uns dias mais tarde...
- E que tal assim? - disse eu. - Amanhã levantamo-nos, arrumamos as nossas cenas e vamos embora daqui.
- Apoiado! - comentou o Harry. - Aliás, já tinha pensado nisso há séculos.
- Vamos avisar os outros!
- Eles não devem estar muito longe.
Caminhámos mais um pouco e parámos perto de um velho moinho em ruínas.
- Não! - gritava uma voz vinda de lá de dentro. Os gritos tinham um pouco de tristeza, desespero... raiva. - Ella!
No meio de um silencioso ataque de pânico, olhei para o Otto e ele fez o mesmo. Os gritos vinham do moinho.
Corremos lá para dentro e foi aí que vi algo que tinha a certeza que nunca iria esquecer nem que vivesse para sempre.
Sentada no chão, estava a Marilyn com lágrimas nos olhos. Mas o que verdadeiramente me impressionou foi o corpo imóvel e sem vida da Ella, estendido no chão.




Desculpem ter demorado a postar este capítulo mas tive uns pequenos problemas. Espero que não se importem. O próximo vai ser postado em breve.
maffviana

ILDA - Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora