Mary Bergenthal

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Faltam exatamente 86400 segundos para sairmos.

O que significa que faltam 24 horas inteirinhas. A Luna anda a saltar pela escola toda confiante de que não vai levar com um dardo a qualquer momento.

Como se isso não fosse acontecer.

O Ben disse que nos queria matar até ao final da semana, hoje é a última oportunidade. Mas o que me incomoda é isto:

Ele disse que ia tentar. Por isso, ninguém sabe se vai mesmo matar-nos a todos ou não.

Se calhar vai usar o Otto e apunhalar-nos pelas costas.

Ele tem sorte. Não se lembra de nada, não sabe nada do que aconteceu. Só acha que estamos um pouco nervosos, não sabe a dimensão da coisa.

Estava silenciosamente a pensar sentada nas escadas quando a Hope se sentou ao meu lado.

- Ei! - cumprimentei.

- Ei... -disse ela, tristemente.

- O que foi? Eu já te disse que vamos conseguir sair!

- Pois... Deve ter sido isso que os outros todos disseram. Eu sei que nunca vamos sair...

- Vamos sim, não percas a esperança!

- Isso é tão irónico...

(Hope = "Esperança" em Inglês)

- Eu sei. Eu prometo que te vamos conseguir proteger.

- Ridley! Vem cá baixo! - gritou o Otto no hall.

- Tenho de ir... Tem cuidado!

Despedi-me da Hope com um sorriso e corri para o hall onde o Otto estava sentado no chão a ler um livro.

- Porque é que me chamaste?

- Chamei-te?!

Ele arregalou os olhos e eu fiz o mesmo. Se ele não me chamou, foi o Ben.

Ele devia querer a Hope desprotegida!

Porque seria...?

Corremos os dois para cima à espera de a ver sentada nas escadas com um dardo espetado no pescoço mas o que vi foi muito pior.

Ela não estava lá.

Continuámos a subir até vermos a porta do sótão. A parede do quarto andar tinha "Mary Bergenthal" escrito em sangue e uma seta vermelha a apontar para a porta do sótão.

Abri-a lentamente, imaginando as coisas horríveis que poderia encontrar lá dentro.

Mas o que vi estava além da minha imaginação.

No meio da sala estava uma corda atada como uma forca que parecia já ter sido puxada. No entanto, não estava lá ninguém.

Então, reparei que ao meu lado estava alguma coisa com uma forma muito estranha. Dei uns passos e virei-me.

Era o corpo da Hope. Ela estava a escrever qualquer coisa na parede mas não era possível.

Ela estava parada, encostada à parede. Tinha um grande corte no braço esquerdo de onde jorrava sangue.

O Otto atirou-me uma lanterna e eu apontei-a para a parede.

"SOU EU"

O Ben?

Ouçam-me bem! Gritou uma voz com ecos estranhos. Hoje é o vosso último dia. Encontrarão as vossas professoras atrás do altar, mortas, claro. Devem estar a perguntar-se como é possível que a Catherine Hope se tenha matado e depois, escrito com sangue na parede.

ILDA - Sem SaídaOnde histórias criam vida. Descubra agora