Cap 15

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Milagre ou ameaça? Isso que os cidadãos de Neva York estão se perguntando depois da ultima tentativa de heroísmo da Supergirl, que causou um desastre ecológico na baía.

Entro de cabeça baixa na empresa e logo sou abordada por Zayn.

– Meu Deus! Esse cheiro é você. – Ele pergunta me cheirando.

– TRÊS banhos e eu ainda estou fedendo a óleo queimado. Eu fui de super-heroína a eco-terrorista em um pulo!

– Você só está a uma semana nessa coisa de super-heroína, vai cometer alguns erros. – Ele diz e logo começa a rir. – Como quando você entrou aqui e a Sandra pediu para você trazer o almoço e você foi à lanchonete.

– É, mas agora eu estou cometendo erros na frente de todo mundo. – Paro de falar quando escuto a televisão.

Esqueça a inexperiência da Supergirl, eu falo do problema que ela vai causar em Nova York. Vejam em Metrópolis, desde que o Superman chegou uma guerra contra super vilões se instalou naquela cidade. O orçamento de manutenção deles quadruplicou. Nova York não precisa dos problemas de Metrópolis.

– Quem se importa com o que esse cara diz? – Zayn fala.

– Você se importa! Ele não é o seu herói?

– Eu tenho dois relógios do George Clooney e a biografia dele e a autobiografia e a... – Ele foi abaixando o tom de voz.

Bêbada ás nove da manhã... Essa é a ultima vez que eu tomo café da manhã com o Jesse.

– Ela chegou! – Digo para o Zayn e viro o rosto usando minha visão de calor para esquentar o latte.

– Pelo menos agora eu sei como você faz isso. – Ele diz e vai para a sua mesa.

Vou até a senhora Bullock que saia do elevador.

– Aqui está o seu latte, senhora. – Digo e entrego para ela, que toma um gole.

– Está quente.

– Como a senhora gosta. – Digo dando um sorriso forçado.

– Uma preocupação que você não tinha até hoje. Reunião de pauta, dois minutos, minha sala.

Chamo os outros e vamos para a sua sala.

– Estamos todos cientes do ultimo desastre da Supergirl, não é? – Senhora Bullock pergunta para nós.

– Ela garantiu que ninguém surfe em Nova York pelos últimos dez mil anos. – Drew diz sarcástico. – Bela heroína.

Idiota.

– Foi a história principal no site do Planet, a quinta dos últimos dias. O que me irrita, já que o Planet já tem um herói padrão e agora eles estão tentando roubar a minha. Quando eu escolhi focar nela havia uma promessa implícita que ela seria no mínimo acima da média, mas nessa semana ela se mostrou ser... Qual seria o oposto de super? Hashtag péssima girl?

– Sabia que o Superman também cometeu vários erros no começo? – Camila se pronuncia pela primeira vez. – Pelo menos ela está salvando vidas.

– Do jeito mais desleixado e esquisito imaginável Camila. Então resta a nós tomar as rédeas da narrativa da Supergirl, evitar que ela entre em autocombustão e destrua o planeta. Eu quero uma entrevista.

Começo a rir e todos os olhares param em mim.

– Pois não, Lauren?

– Desculpa, desculpa... Eu só... É... Pensei nos vídeos do gatinho que eu vi na internet hoje. – Digo rindo. – É tão engraçado o que esses gatos fazem, eu vou mandar pra vocês... Ou não. – Fico séria quando vejo a cara da senhora Bullock.

– Camila, talvez o seu amigo de azul possa ser útil para conseguir uma reunião, você pode tocar no assunto na próxima vez que se encontrarem. – Senhora Bullock diz indo até Camila, que estava sorrindo.

– Não é bem assim que as coisas funcionam Bullock. – Diz.

– Bom, mas os babacas da Planet estão trabalhando dia e noite para conseguir essa entrevista, nós temos que conseguir antes deles. Eu quero uma reunião com a Supergirl, de mulher para mulher. E eu quero até o fim dessa semana. Já podem ir... Menos você Lauren.

Ai Senhor...

Ela espera todos saírem e logo se dirige a mim.

– Acha mesmo que eu não sei o que está acontecendo com você? – Ela pergunta.

– Você sabe? – Pergunto de volta.

– Bom... Não, e na verdade eu não me importo. Mas seja o que for está afetando o seu trabalho. Então faça uma academia, vai a um psiquiatra, sei lá, mas tira a sua cabeça das nuvens e volte para a mesa onde ela pertence.

– Okay. – Digo e saio.

Encontro Camila no corredor e ela me leva para a sua sala.

– Eu não vou dar essa entrevista! Eu não posso! A Sandra não é burra ela me reconheceria em um segundo. Na hora! – Digo desesperada.

– Ela vai olhar bem na cara da Supergirl e nem vai reparar que é a assistente dela. – Camila diz.

– Como tem tanta certeza?

– Porque ela já não te vê agora. Eu vi isso acontecer por anos com o seu primo. Porque você acha que ninguém o reconhece como Damon Salvatore?

– Óculos de leitura e uma péssima postura? – Falo sarcástica.

– Ele consegue se esconder porque o mundo não acredita que tem um herói entre eles. – Ela diz e chega mais perto de mim.

– É eu sei que tem um bom motivo para o meu primo continuar trabalhando no Planeta Diário em vez de voar por aí sendo o Superman o tempo todo, o que seria muito mais fácil.

– Bom, pelo menos assim ele consegue parar o aluguel.

– Ela vai continuar te pressionando com essa entrevista. – Digo emburrada.

– Eu sei como lidar com Sandra Bullock. – Diz sorrindo.

– Eu não sei, eu não sei... Talvez eu tenha vestido o S rápido demais. – Digo e Camila fica séria.

– Lauren, olha pela janela. – Ela coloca a mão no meu ombro e me gira, ficando atrás de mim. – Me fala o que você vê. – Diz no meu ouvido.

– Ahm... Prédios, anúncios, ali tem um bar onde o cara sempre pede o meu documento, sendo que ele sabe quantos anos eu tenho.

– Eu vejo milhares de pessoas que precisam de ajuda, que precisam de um herói.

Me virei ficando de frente para ela.

– Você acha mesmo?

– Se tem alguém que se compara ao Superman, esse alguém é você. – Ela diz e chega mais perto de mim, fazendo nossos rostos ficarem a centímetros de distancia.

Ficamos nos olhando até eu acordar do transe.

– Obrigada Camila. – Digo e saio de perto dela. – Isso foi um bom discurso motivacional... É... Muito bom, muito bom.

Saio praticamente correndo de lá, escutando a risada da Camila.

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