Cap 8

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Soltei um suspiro quando as portas do elevador se abriram.

Não era isso que todos queriam? Então aqui eu estou, segurando um copo de café, voltando à velha rotina.

Passo em frente a umas das televisões e escuto o repórter falando que a heroína misteriosa foi nomeada Supergirl pela senhora Bullock.

Não. Acredito. Nisso.

Vou correndo até a sua sala.

– Supergirl! Sério? – Digo entrando e coloco seu café encima da pequena mesa de centro. – A gente não pode dar esse nome a ela.

Senhora Bullock gira sua cadeira lentamente e olha para mim.

– ''Nós'' não podemos. – Ela diz me corrigindo.

– É... Ahm... Me desculpe. É que eu não quero minimizar a importância de isso tudo. Ela é uma super-heroína! Não devia se chamar Super... Super... Woman? – Digo, mas ela parece não ligar.

– Perdão, docinho, mas eu não consigo te escutar com essa calça barata berrante. – Ela diz olhando para a minha calça com nojo.

Começo a andar de um lado para o outro.

– É...é, mas se a chamarmos de Supergirl, algo menor do que ela é, isso não nos faz culpados de Antifeminismo? – Pergunto e a senhora Bullock fica me olhando com cara de paisagem. – VOCÊ NÃO DISSE QUE ELA É UMA HEROINA! – Grito a assustando.

– EU sou uma heroína. Eu coloquei uma etiqueta nessa menina, e dei a marca a ela. Ela vai sempre estar ligada a essa empresa, a tribuna, a mim... O que você achou de tão ruim em girl? – Ela diz e se levanta. – Eu sou girl... E sua chefe, e poderosa, e rica, e bonita, e... Inteligente.

Mulher narcisista.

– Então, se você vê '' Supergirl '' como algo menor que excelente, o problema de verdade não é... Você? – Solto um suspiro e ela vem até mim e ajeita a gola da minha camisa social. – E se você é tão esperta Lauren , você pode me dar um motivo para eu não te demitir agora?

Quando eu estava preste a falar, sou interrompida por aquela linda voz rouquinha.

– Lauren, eu imprimi! E ficou em uma resolução mais alta do que você imaginava. – Camila diz sorrindo animada para mim.

Olho para ela confusa.

– Camila, você acabou de interromper uma reunião muito séria de demissão. – Senhora Bullock diz séria e faz um sinal para ela ir embora, mas Camila sorri e continua parada no mesmo lugar.

– A Lauren queria te fazer uma surpresa, mas ela tem um amigo que trabalha no Federal Reserve Bank. – Camila diz e senhora Bullock arregala os olhos. – A rede foi mesmo roubada?

– ISSO! É, isso, eu fui até lá sabe, eu demorei muito para estacionar meu carro. Aquelas ruas são confusas. – Dou uma risadinha nervosa e olho para Camila. – Você conta muito melhor que eu.

– A Lauren convenceu a sua fonte a nos deixar usar uma foto que ela mesma tirou. – Camila diz e vai até a mesa da senhora Bullock abrindo uma pasta e mostrando a foto.

Era uma foto do dia em que eu salvei o banco do assalto. Eu estava em pé como se estivesse andando e com um sorriso de lado.

Ficou perfeita.

Senhora Bullock pega a foto e olha para ela com os olhos arregalados.

– Você conseguiu uma imagem clara da Supergirl... Lauren, se você não se da credito por uma coisa que fez direito, você sempre ficara na base da pirâmide para sempre... Mas parabéns, você tem emprego por mais um dia. – Ela diz dando um sorriso debochado.

Vejo Camila sair da sala, então saio correndo atrás dela.

– Eu estava dando um jeito lá dentro! – Digo irritada seguindo ela.

– É mesmo? E qual era o plano? Esperar ela gritar com você e te demitir? – Ela pergunta sarcástica.

– Eu não preciso de você e nem de mais ninguém comprando as minhas brigas e... – Paro de falar quando escuto vozes bem altas na minha cabeça. – Eu... eu... to com uma dor de cabeça, eu vou buscar uma água. – Digo e saio correndo.

O doloroso som do eco! Os humanos de Nova York vão sofrer dez vezes mais se você não se entregar!

Aperto minha cabeça na tentativa de fazer a voz parar, mas ela só ficava mais alta e com mais eco.

Encontre-me na fabrica de açúcar abandonada. Quantas pessoas vão ter que morrer para você provar que não é uma covarde?

Entro na saída de emergência da empresa e encosto-me à parede pensando na mensagem que acabei de receber.

Tiro meu óculos e começo a correr abrindo minha camisa social, deixando o grande S no meu peito aparecer.

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