Capítulo 56

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P.O.V   Avril

Acabamos de sair da lanchonete e estamos caminhando até o shopping.

- Luke?

- Oi?

- Por que escolheram aquela música?

- Porque achamos ela bonita, e músicas romântica atraem as pessoas... - Ele pisca.

- Que filme vamos assistir?

- Qualquer um...

Vi que ele não estava muito afim de papo, então decidi me calar. Ao chegar escolhemos um filme qualquer, compramos pipoca e chocolate, e entramos.

O filme era longo e eu não entendia nada do que estava acontecendo, eram tiros pra todo o lado e tinha muitas mortes... Eu gosto de filme de ação, mas esse não está fazendo sentido nenhum.

- Luke? - Chamo novamente.

- Hum?  - Ou ele está muito concentrado no filme, ou não quer falar comigo...

- Você está entendendo alguma coisa? - Ele me olha. - Do filme... Porque eu não estou entendendo nada.

- O pior é que eu também não... Vamos sair?

Assinto e assim saímos da sala de cinema e fomos até a praça de alimentação.

- Quer comer alguma coisa? - Ele pergunta.

- Não, até você dizer o que ta rolando...

- Como assim?

- Você está estranho Luke... Até sairmos da lanchonete você estava um amorzinho, mas no caminho você começou a ficar frio e cortar todas as tentativas de papo.

- Só não tenho o que conversar, Avril.

- Não tem Luke? Para!.. Você acabou de ganhar um prêmio em um concurso de música, frequenta a faculdade, sai quase todos os dias, assiste vários filmes e séries... O que mais tem é assunto... Mas não, você me chama pra sair e fica aí como se estivesse sozinho.

- Avril, não faz drama, eu to normal.

Ele levanta e eu vou andando atrás dele.

- Normal? Quando é que você no seu "estado normal" se levantaria e me deixaria falando sozinha?

- Tá, Avril, você venceu; eu não estou normal... Eu estou triste, bravo, cansado e tudo mais. Satisfeita?

Ele diz de forma rude, me assustando um pouco. Aqueles olhos lindos formaram uma expressão raivosa, mas ainda sim, eram os mais bonitos que eu já vi; e não estou falando da cor. É o mais lindo, porque é o mais sincero, e a sinceridade e o carinho do Luke, eram as coisas que mais me agradavam, mas agora o carinho doou todo o seu espaço para a raiva que ele sente.

- E por que é que você está assim?

- Por sua causa!

- Minha causa? O que é que eu fiz? - Cruzo os braços e ele suspira.

- Esquece...

- Esquece nada, continua... Qual é o problema?

- Ai Avril, olha em volta... O que mais se vê por aqui são casais, e é triste eu ter que sair com você fazendo coisas de casal, sabendo que nunca seremos um, por que você não gosta de mim.

Ele desabafa e suspira enquanto eu fico estática, ainda calculando suas palavras e tentando achar outras para me expressar sem ser cruél.

Poxa, não é que eu não goste do Luke, pelo contrário, gosto pakas. Ele é meu melhor amigo e apesar de dizer a todos que o considero um irmão, não é verdade... É claro que eu vejo o Luke como um homem, mas eu não posso gostar dele, eu nunca me dou bem em relacionamentos e o meu último namoro comprovou totalmente o que eu digo, e se eu o rejeito, é por medo de me machucar... Imagina se tentássemos e não desse certo? Perderia o melhor amigo que já tive na vida, e isso não pode acontecer.

Vítimas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora