Capítulo 63

94 8 2
                                    

P.O.V Maya.

- Bebê...?- Diego repete espantado.

Assim como ele, todos estamos muito surpresos, ou seja, ninguém sabia... Talvez, ela mesma ainda não soubesse.

- Sim, a paciente se encontrava com dois meses de gestação...- O Doutor fala.- O senhor era o pai?

- Sim... É claro...- Diego diz.- Meu Deus, um filho...- Alguma lágrimas caem de seus olhos.

- Calma Diego.- Henry fala enquanto ele e o Alex o abraçam.

A essa altura, os pais da Alice a Manu já estavam chorando em luto pela criança, e eu? Estou pasma. Ainda com a mão na boca.

- Calma? Eu acabei de perder um filho e talvez perca o amor da minha vida, como posso ficar calmo?

- Eu sinto muito...- O médico diz.- Obviamente o senhor não sabia...

Diego se cala.

- Meu Deus... Uma filha e um neto? Não posso ter perdido os dois de uma vez...- A Tia Clarice (mãe da Alice) diz tremendo.

- Para tia! A Alice vai ficar bem... Ela vai sair daqui!- Digo tentando acalmá-la.

Já cansada do cheiro de hospital e de gente doente, saio de lá e vou para casa.

[...]

Tomo um banho e vou para o meu quarto, sento em minha cama e abraço minhas pernas.

Como pode? A vida de um ser humano mudar tanto da noite pro dia? Estavamos todos tão felizes, festejando sem motivos, rindo por coisas bobas, todos de bem com a vida e agora estou aqui, com uma dor imensa no peito, me acabando de tanto chorar, tenho duas amigas internadas, um "sobrinho" que nem teve a chance de conhecer o mundo, e amigos sofrendo assim como eu...

Fico perdida em meio à pensamentos, choros e soluços, e nem percebo a hora em que eu dormi.

[...]

Acordo bem tarde e com olhos inchados. Estou horrível, tanto por fora, quanto por dentro.

Dói tanto...

Tomo um banho, como alguma coisa e vou para o hospital.

Manu, Diego e Luke ainda estão aqui. Vou de encontro a eles, e os abraço.

- Ficaram aqui a noite toda?- Pergunto e eles assentem.- Onde estão os tios e as tias?

- Foram comprar alguma coisa pra comer.- Manu diz.

- Vão descansar... Eu fico aqui.

- Eu não quero sair daqui.- Diz Diego.

- Mas você precisa. Vai tomar um banho, comer alguma coisa, dormir um pouco e depois volta. E isso vale pra todos vocês.

Manu se levanta e vem em minha direção.

- Me liga se elas acordaram, ok?- Ela pede e eu concordo com a cabeça.

Assim que ela sai, os pais das meninas chegam. Eu os abraço e eles me ajudam a convencer o Luke e o Diego a irem pra casa.

E assim ficamos apenas nós.

(...)

Conforme os dias foram passando, começamos a revezar os horários, cada um ficava durante algumas horas. O Luke, traz lírios todos os dias para a Avril, enquanto o Diego traz rosas para a Alice. A Manu, sempre conversa sobre séries e conta tudo o que acontece no dia, sejam coisas boas ou ruins... Ela diz que é para elas não ficarem desatualizadas e quando acordarem estar por dentro de tudo.

Vítimas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora