O encontro

12 1 0
                                    


Eu estava muito nervosa. Eu ia mandar o primo de uma amiga para a prisão. Acho que agora que descobri quem estava em frente ao carro, acho que vou conseguir superar melhor o que aconteceu.

Depois de uns minutos, o Patrick atirou pedras à janela e eu desci sem acordar os meus pais.

"Estás preparada?" – perguntou já perto do local.

"Estou." – não consegui dizer mais nada. Estava a guardar a voz para outra coisa.

Quando chegamos ao Big Ben, o Ryan já lá estava. Aproximei-me cautelosamente dele e quando já estava perto dele o suficiente dei-lhe um estalo.

"Esta foi por teres matado os meus amigos. Tu és doente!" – exclamei com brutalidade.

"De que é que estás a falar?" – ele parecia confuso.

"Tenham calma." – pediu Patrick. A calma dele irrita-me.

"Deixaste para trás este bilhete em Dublin. Foste tu que provocaste o acidente que eu e os meus amigos tivemos." – já sentia a raiva a ser expulsa em forma de lágrimas.

"Tem calma, eu posso explicar!"

"Eu não quero ouvir as tuas explicações. Eu vou ligar para a polícia!" – agarrei no telemóvel, mas o Ryan apanhou-o. – "Devolve-me isso!"

"Ouve, não fui eu. Eu apenas chamei a ambulância!" – ele parecia estar a ser sincero, mas nenhum criminoso admite o que fez. – "Quando eu cheguei, o carro já estava capotado. Tens de acreditar em mim." – ele estava em pânico.

"Como posso acreditar? As provas estão todas contra ti!" – gritei.

"Eu só saí do castelo às 21h30, pelo que sei, o acidente foi por volta das 22h; eu nunca teria tempo de chegar ao local. Sê racional! " – pediu em desespero.

O Patrick olhou para o Ryan e de seguida para mim. Agarrou no meu braço e afastou-me um bocadinho do primo da Rachel. Olhei para trás para ter a certeza de que ele não fugia.

"Para com isto! Ele está inocente, já deu para ver." – tentou chamar-me à realidade.

Ele tem razão, o castelo é um bocado longe da estrada onde eu estava. Eu não estava a pensar racionalmente. O Ryan foi quem me salvou a vida.

"Desculpa, Ryan!" – disse quando me reaproximei dele. – "Tudo apontava para ti e ficaste nervoso quando eu te fiz as perguntas. A sério desculpa!"

"Na boa! Eu nunca contei a ninguém que tinha sido eu a chamar o 112. Eu pensei que podia vir a ser suspeito e fiquei com medo! Eu era uma criança."

"Eu nunca deveria ter desconfiado de ti. Eu só peço uma coisa: não contes a ninguém! Eu não quero que ninguém saiba que eu estive envolvida no acidente." – sei que não tinha o direito de pedir nada, mas ele parecia um rapaz compreensivo.

Ele concordou, despedimo-nos e eu fui para a floresta. Não sei porquê, mas naquele sítio sinto-me bem e consigo pensar claramente. Fiquei lá durante um bocado até que ouvi o meu telemóvel.

"Onde é que estás, Bella Shannon?" – era claramente a minha mãe.

"Não me chames isso! Vim apanhar ar, vou já para casa."

Levantei-me do chão e fui andando para casa calmamente. Já sabia o que ia acontecer quando chegasse a casa. Desde a morte da Martha que os meus pais são muito preocupados, controlam (ou tentam) tudo o que eu faço, mas eu sei que eles gostavam mais da minha irmã.

Pensei que se entrasse com cuidado eles não davam por mim, mas enganei-me. Assim que abri a porta eles estavam na entrada com cara de poucos amigos.

"Onde é que estiveste?" – perguntou o meu pai.

"Por aí! Estava sem sono e fui dar um passeio, só isso. Não stressem!"

Não os deixei responder e fui para o quarto. Vesti o pijama, deitei-me e dei por mim a pensar no Theo. Tenho tantas saudades dele! Estranhamente, nunca vi o fantasma dele. Gostava de ver, ele era o querido. Talvez ele tenha encontrado paz. Eu não acredito que esteja vivo e li na internet que os fantasmas são 'almas atormentadas'.

Eu tenho mesmo de arranjar uma vida!


Ghosts of the PastOnde histórias criam vida. Descubra agora