Ataque Inesperado

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Sentei-me na mesa com a Rachel e a Mack. Ambas falavam animadamente, mas a minha cabeça estava a pensar no plano. É arriscado, mas vai funcionar.

"Vens Bella?" – perguntou Mack acordando-me do meu transe.

"O quê? Desculpem, estava distraída!" – desculpei-me.

"Nós logo à noite vamos passear na floresta. Queres vir?" – perguntou Mack.

"Eu ia a cinema com o Shawn, mas vou ver se vamos na sessão da tarde. Não confio em vocês na floresta sozinhas!" – disse.

Levantei-me e fui falar com o Shawn. Ele concordou e fomos ver o filme na sessão das 17h50. O filme foi brutal e a companhia também. Ele foi super querido comigo e levou-me a jantar a um sítio giro, mas diferente do habitual.

...

"Então como foi o jantar com o Shawn?" – perguntou a Rachel com um sorriso perverso.

"Não comeces. Eu não gosto dele, não dessa maneira! Ele é só um amigo. Um bom amigo." – adverti.

"Tu podes não gostar dele, mas ele gosta de ti. Não para de falar em ti. E o Theo também gosta de ti. No outro dia falou de ti durante horas. E tu também sentes algo por ele." – comentou a rapariga.

Revirei os olhos e mudei de assunto. Acho que a minha vida amorosa ia acabar no Patrick e eu já não tenho mais desculpas. Andámos pela floresta durante um tempo e ouvimos uns barulhos estranhos. Estava alguma coisa ou alguém entre os arbustos.

"Deve ser só um coelho." – descansei-as.

Porém era algo maior do que um simples coelho. Era um rapaz, todo vestido de preto e com a mesma mascara do dia do baile. A Rachel e a Mack estavam assustada agarradas a mim.

"Quem és tu?" – perguntou Mack dando um passo em frente. Nessa altura o mascarado tirou uma faca do bolso do casaco.

Reparei que ele se estava a aproximar da Mack, com o pânico empurrei a Mack e levei uma facada no lugar dela. Nunca tinha sentido uma dor assim, era insuportável. Cai no chão e vi o "assassino" a deixar cair a faca e fugir.

Uma mancha de sangue estava a aparecer na minha única camisola branca. Coloquei a mão no local da facada. Sentia lágrimas correrem pela minha face.

"Não temos rede aqui, mas já são 23h o Logan já deve estar aqui perto vou ver se o encontro e ligamos para o 112." – a Rachel saiu a correr dali e a Mack dirigiu-se até mim.

Sentia os meus olhos pesados e o meu lábio inferior tremia. Eu estava cá vez mais fraca. Minutos depois ouvi uns passos e apareceu Logan preocupado.

"Bella, tem calma respira. A ambulância já está a chegar." – senti os meus olhos fecharem. – "Mantém-te acordada." – pediu Logan desesperadamente. Assenti com cabeça. Eu estava cada vez mais fraca. Apertei a mão do Logan duas vezes. – "Diz. Mas não te esforces."

"Promete-me que não contam nada aos meus pais e que avisam o Theo. Por favor." – olhei para a minha mão. Estava cheia de sangue. O meu sangue.

"Prometo."

...

Acordei com alguém agarrado à minha mão. Abri os olhos e pisquei várias vezes para me habituar à luz. Olhei para o lado e era Theo.

"Bella. Estou tão contente por estares acordado." – exclamou Theo. Notava-se que não dormia há algumas horas.

"Estou a dormir há muito tempo?" – perguntei com a voz fraca.

"Á quase dois dias. Operaram-te e correu tudo bem. Estava com medo que algo te acontecesse." – admitiu o rapaz.

"Não te livras de mim assim tão facilmente." – brinquei. – "Tiveste sempre aqui?"

"Claro, eu não te ia deixar outra vez." – afirmou o rapaz.

"Aproxima-te." – pedi. Ele fez o que eu pedi. – "Mais um bocadinho." – assim que ele estava perto o suficiente beijei-o. Senti-o a sorrir durante o beijo.

"Já vi que acordaste da melhor maneira!" – comentou a Rachel assim que abriu a porta. Mas depressa abandonou o quarto de hospital.

"O que é que isto significa Bella?" – perguntou Theo.

"Que eu gosto muito de ti." – disse.

"Eu também." – sorriu para mim e deu-me a mão.

A Rachel tinha razão. Eu gosto mesmo do Theo. Ao menos alguma coisa boa acontece na minha vida. Depois de mais algum tempo com o Theo, a Rachel e a Mack entraram e o Theo foi para casa descansar.

"Onde é que está o Logan?" – perguntei. Percebi uma coisa, eu não me dava muito bem com o Logan, mas ele ajudou-me e deu-me força e isso eu nunca lhe vou conseguir agradecer.

"Não sei, ele foi fazer não sei o quê, já deve estar a chegar. Tentei avisar o Shawn, mas ele não atende o telemóvel." – disse Rachel.

"Deve estar ocupado!" – disse um pouco desapontada.

Nesse momento, um ser humano entrou na sala tapado por um monte de balões e uns chocolates. Instantes depois os balões foram afastados da cara do rapaz e era Logan por trás deles.

"Para a doentinha!" – exclamou com um sorriso parvo.

"Obrigada. Tu também não sabes do Shawn?" – perguntei. Eu queria mesmo que ele estivesse ali.

Ele negou e ficaram todos na sala comigo até ao final da visita. Eu queria muito que o Patrick me visitasse, mas sabia que não era possível. Porque é que é tudo tão complicado? Porque é que eu não sou uma rapariga normal que anda no 11º ano e que as suas únicas preocupações são estudar e arranjar um namorado?

Eram mais ou menos 8 da noite quando bateram à porta. Pensei que fosse uma enfermeira para me dar uns calmantes ou para me trazer o jantar. Mas a enfermeira apenas veio informar-me que estava lá fora uma pessoa para me ver. Estranhei, pois a hora das visitas já tinha acabado.

"Achavas mesmo que eu não te vinha visitar?" – perguntou Patrick.

"Tu não devias estar aqui. Não que não queira estar contigo, mas como é que conseguiste entrar?" – perguntei. Ele sorriu timidamente. – "Tu subornaste a enfermeira? Onde é que arranjaste o dinheiro? E não me digas que é do teu salário, porque que eu saiba os professores não ganham assim tão bem para andarem a subornar enfermeiras e rececionistas mal-humoradas!"

"Andei a juntar. Eu sou muito poupadinho!" – respondeu. Não insisti mais no assunto. – "Sentes-te bem? O Theo contou-me o que se passou. Tens de ter mais cuidado!"

...

Já se passaram 4 meses, os dias estavam mais solarengos e andava tudo calmo. As investigações pararam pois 3 crianças tinham sido raptadas em Dublin e os agentes da polícia tiveram que tomar conta do caso.

Eu já estava mais que recuperada e pronta para pôr o meu plano em prática. Se apanhar quem matou os meus amigos vai valer a pena!

Ghosts of the PastOnde histórias criam vida. Descubra agora