O Android

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         Niah arquejou, desacreditada ao ver aqueles olhos olhando para todas aquelas almas indefesas aos seus pés. Will segurou-lhe a mão, ofegante ele encarava os mesmos olhos amarelos.

         Enfim, a criatura se manifestou, saindo das sombras, erguendo-se a vários metros acima dos prédios.
As pessoas arregalavam os olhos, erguendo-os para o alto mais alto.

       A criatura era algo mecânico, algo... robótico. Usava uma armadura vermelha com listras brancas. Em sua cabeça um capacete triangular, algo que lembrava a cabeça de um dragão. Em sua testa um chifre longo e pontudo. Seu queixo era longo e fino. Seu corpo era magricelo, seus braços eram longos e afinados assim como suas pernas. A cima dos prédios, a criatura olhou para baixo, seus dentes pontudos, trincados, lembravam um sorriso maquiavélico.

          As pessoas olharam de volta, incrédulas.

          Niah suspirava – vai matá-los... – sussurrou Niah. Will olhou lentamente para ela que encarava a criatura, ele aos poucos soltou sua mão, sabia o que viria a seguir.

          A criatura desceu seu punho poderoso sobre um prédio as margens da avenida paulista.
          Niah saltou de cima do trio numa velocidade avassaladora. Uma brisa soprou sobre Will e Thalia.

          As pessoas gritavam. Os escombros do prédio atingido caíram sobre elas.

          A criatura parece sorrir ao ver os escombros do prédio caírem sobre as pessoas. O Android se prepara para desferir outro golpe quando é atingido brutalmente no rosto por algo... verde.

       A criatura cambaleia desajeitadamente e cai sobre um prédio retangular e achatado que explode em pedaços e poeira.

       As pessoas da avenida correm em debandada para todas as direções.

       Will agarra a mão de Thalia a tirando de seu transe catatônico – Thalia, temos que sair daqui, agora! – gritou ele. Os dois desceram do trio e saíram correndo em meio a multidão esbarrando-se nas outras pessoas.
        Acima da multidão, a imagem da criatura se revirando sobre os prédios em um combate singular era impressionante. Alguns dos prédios despencavam do alto em cima das pessoas. Will e Thalia corriam desenfreadamente pela a avenida, seguidos por uma multidão e os escombros dos prédios caindo sobre ela. As pessoas tropeçavam, caiam e eram engolidas pela poeira e os destroços em seguida. Thalia olhava para trás constantemente, via as pessoas sumirem aos poucos dentro da poeira – vamos morrer! – gritou Thalia olhando para trás.

        A criatura liberou um urro poderoso ao ser atingida por um golpe no rosto.

        Will avista a entrada do metrô a uns 50 metros – não, não vamos! – Ele arrasta Thalia para a entrada, as pessoas os seguiram aos montes. Todos desceram as escadas que davam acesso ao subsolo do metrô, muitos caiam e eram pisoteados. Will e Thalia conseguem chegar a plataforma de embarque, a poeira os alcançam – Thalia, cubra os olhos! – ordenou Will. Ela tira seu casaco rapidamente e enrola em torno do rosto enquanto correm em meio as pessoas. Will percebe que não vão conseguir prosseguir pela plataforma com toda aquela poeira e então ele agarra Thalia pela cintura e a puxa para baixo – perto de mim! – Thalia se abraça a Will, os dois se jogam embaixo de um banco de ferro fundido que esta chumbado a parede para se protegerem dos escombros que poderiam entrar na plataforma.

        Na superfície, o inacreditável... uma criatura robótica lutava contra um indivíduo de cabelos verdes. Os prédios desabavam aos montes. A criatura era ágil, desferia várias sequências de golpes no ar, afim de atingir o seu inimigo a qualquer custo.

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