O sol havia descido mais um pouco, marcando 14 horas da tarde. Nenhuma outra alma passara pela a estrada a frente. Os olhos de Thalia encaravam a BR do lado de fora através do espelho, o som do rádio relógio ecoava pelo quarto, tocava uma música internacional bem calma "Grace" do cantor inglês, Will Young. Juntamente a música, os pensamentos de Thalia flutuavam pelo quarto. Ela era uma menina de família nobre, seu pai era dono de uma agencia de transporte aéreo, sua agencia trabalhava principalmente com helicópteros, transportava constantemente executivos, políticos, famosos e cantores. Sua mãe possuía um salão de beleza e estética em Itaim, bairro nobre de São Paulo. Aquele salão deve está em ruínas agora. Pensou ela. A música vai cessando, dando lugar a voz do locutor que parece descontente ou triste – desculpe interromper a sua programação, mas temos que passar as novas informações... a situação ainda é crítica, os nossos soldados estão em desvantagem, o mundo todo ainda está em guerra, os estados unidos estão sobre fogo serrado, a Europa está em pedaços... a Ásia foi dizimada, o governo acha que "eles" querem recolonizar a terra, ou algo parecido... – a voz muda, uma mensagem gravada de um pronunciamento do presidente da república chia no rádio – "achamos que "eles" não querem erradicar a raça humana, estão... apenas atacando as nossas armas e soldados, a Ásia já perdeu toda sua força de combate, a Europa já não possui exército, os EUA estão resistindo... mas, não sabemos por quanto tempo vamos ficar... em guerra contra... eles" – a gravação acaba, a voz do locutor retorna – o que eles querem? Será que é uma nova casa? Ou, será que é por alguma coisa especifica.... Enfim, a população está migrando para o Oeste do país, fugindo das grandes metrópoles... que deus esteja conosco, boa tarde a todos... – o rádio ficou mudo. Thalia o encarava sem piscar. Estão procurando por ela.
As dobradiças da porta da frente explodiram em pedaços, a garota se assustou, homens armados invadiram o quarto de hotel – pro chão! – ordenou um dos mascarados, Thalia se jogou para baixo.
Will se pós de pé, havia uma pistola Ponto-40 em sua mão – arma – gritou um dos militares ao ver o suspeito armado.
Todos os mascarados apontaram seus fuzis para Will. Ele correu os olhos pelo quarto tomado pelos soldados da força tática do exército. Pontos vermelhos brilhavam pelo seu corpo, eram lasers das armas dos soldados. Lentamente ele ergueu suas mãos, a pistola foi solta no acolchoado da cama.
Niah está apreensiva, a sua frente estava Will de pé com as mãos erguidas, na porta e pelo quarto todo, soldados do exército apontavam suas armas de fogo contra ele. Abaixem essas armas – não podem força-la a lutar – gritou Will para o quarto todo – eu não vou deixar – um dos soldados da linha de frente baixou sua arma, deixando-a pendurada pela bandoleira e arrancou a máscara ninja de seu rosto, se tratava do mesmo tenente jovem e arrogante de antes, da ala de comunicações da instalação militar – seu moleque desgraçado – ele retirou a bandoleiro e a deixou no chão juntamente com seu fuzil e partiu pra cima de Will, os dois entraram em uma luta corporal. O jovem tenente não possuía uma boa habilidade em lutas, diferente de Will, que se esquivava facilmente dos golpes deferidos pelo seu agressor. O tenente agora estava com o nariz sangrando – filho da mãe – foi novamente pra cima do garoto. Os soldados apenas assistiam a luta sem se meterem – alguém, segurem eles – gritou Thalia quase chorando. O jovem tenente foi de encontro ao criado-mudo perto da cama, o móvel se desfez em pedaços devido ao impacto do corpo sobre ele. O tenente se ergue, em sua mão atrás das costas, havia um Taser elétrico.
Niah vira a cabeça e olha em direção as costas do soldado e vê algo em sua mão, de imediato soube que se tratava de uma arma. Virou-se novamente para frente e sussurrou – Will... – o garoto atacou, desferindo um soco de direito que foi bloqueado com o cotovelo esquerdo do tenente, ele ergueu sua mão direita e a aproximou da barriga de Will, uma descarga elétrica estalou sobre a superfície, o garoto desabou no chão, se tremendo devido ao choque, o tenente agora se vangloriava – seu merda – disse ele limpando o sangue de seu nariz.
Niah tentava se mover, seus olhos procuravam pelos olhos de Will – Will... – sussurrou novamente – já chega! – gritou uma voz feminina e firme, se tratava da sargento Camila Amorim que agora abria caminho entre os soldados – pare já com isso, tenente! – ordenou novamente. Eufórico o tenente agarrou a mão de Will e o arrastou até o meio do quarto e em seguida o largou no chão – por causa desse moleque, toda aquela gente morreu, se ela tivesse lutado, isso tudo já teria acabado e ninguém teria que ter morrido... – gritava o tenente – não... não vou deixar que ela lute – sussurrou Will. A bota do tenente foi de encontro ao estomago do garoto no chão.
Niah se remexeu na cama como se chute tivesse sido em seu estomago – pare... – sussurrou ela – para com isso! – gritou Thalia – cala a boca, sua vagabunda, Por causa dele os seus pais morreram! – gritou o tenente. Os olhos de Thalia se encheram de lágrimas – os meus pais... – sussurrou ela entrando em estado de choque – tenente, já chega, é uma ordem! – gritou novamente a sargento Amorim – não, ela tem que saber! Os seus pais foram abatidos hoje de manhã, enquanto tentavam fugir da cidade de helicóptero – gritou o tenente. Will se esforçou para olhar na direção de Thalia que agora encarava o nada, deitada de bruços no chão – T-Thalia – sussurrou Will – cala a porra da boca, seu verme! – gritou o jovem tenente descendo o Taser nas costas de Will que se retorceu no chão a seus pés.
Os lençóis da cama levantaram voo. Todos olharam em sua direção, a garota já não estava mais lá.
O tenente foi arremessado de costas contra a parede ao lado da porta da frente. Niah o mantem erguido do chão com apenas uma mão. Seus dedos se fecham entorno da garganta do soldado, ela se aproxima lentamente, o olhando nos olhos e sussurra – já... chega – disse lentamente. Sua respiração sobre o tenente deixava claro o que ela queria. Não, não o mate. Falava sua consciência. Todos os soldados no local ergueram suas armas na direção da garota gótica, até a sargento Amorim levou a mão direita ao coldre onde sua pistola repousava. O jovem tenente se engasgava enquanto tentava se soltar da garra que agora lhe segurava pela garganta – não lutou com os alienígenas, mas quer lutar comigo?! – disse ele com dificuldade, a garota apenas o encarou – sabe qual é a diferença... entre mim e você? A diferença é... que você pode lutar contra aqueles das naves e proteger quem você ama... eu não – fez uma pausa para respirar. A garra se abre e o tenente desaba de joelhos no chão. Ainda engasgado, ele tosse, limpando a garganta. Niah o encara, ao seu redor os soldados baixam suas armas. O tenente ergue lentamente o olhar para a alienígena de pé a sua frente. A garota percebe que ali estava só mais um ser humano assustado – não sinta pena de mim! – falou com arrogância o tenente.
A sargento se aproxima de Will que ainda e contorcia no chão – peguem ele, levem para a van – dois soldados grandes abrem passagem entre os outros trazendo consigo uma maca dobrável. Os dois soldados abrem a maca a posicionando ao lado de Will e com cuidado eles retiram o garoto do chão e o deita sobre a maca – o que vai acontecer com ele – quis saber Niah olhando enquanto os soldados saiam pela porta levando Will sobre a maca, Thalia saiu logo atrás deles, escoltada por outro soldado grandalhão. A sargento olhou nos olhos verdes da garota e suspirou – olha, Niah... eles... te sequestraram, isso é crime... acho que serão presos – a garota gótica olhou rapidamente para a sargento Camila – não! Se eles forem presos eu não vou lutar – Camila cruzou os braços e olhou firmemente para a garota – ei, mocinha, não me chantageie... não sou eu que estou te colocando sozinha na linha de frente, mas se quiser impor suas condições, fale com o capitão Braga – disse a sargento, Niah baixou os olhos como se acabasse de levar uma bronca de uma professora – eu... quero que ele fique bem – disse a garota meio tristonha ou envergonhada. Um soldado passa correndo pela porta da frente – sargento, senhor, o helicóptero do coronel Santonoli foi abatido por três indivíduos... ele está morto, senhor – a sargento encarou o soldado eufórico depois voltou a olhar para a garota gótica, espantadas as duas se entre olharam. É hora de ir.
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Lavínia
FantasyLavínia conta a história de uma garota que é extremamente poderosa, ela luta contra criaturas enormes que surgem pelo mundo desde criança. Niah não sabe de onde veio, porque é tão forte e nem quem são seus pais verdadeiros. Essas questões acabam per...