O contra ataque

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         As luzes de emergência piscavam freneticamente, a grande Barramutze está em silêncio. Todos olham ao redor – estamos vivos?! – gritou Gargadu debaixo dos entulhos que caíram da tubulação do teto da sala. Os cadetes e soldados se levantavam aos poucos. 
      Key se ergue na ponte, uma passarela perto das portas de entrada. Ele olha ao redor, seus olhos arregalados procuravam alguma coisa. 
       Bilder se levanta do chão, meio atordoado. Na tela de seu computador holográfico uma caixa de informação avisava ESCUDOS EM 12%. Bilder arregalou os olhos e gritou – escudos em 12%, estamos bem! – gritou ele. Toda a tripulação vibrou. Key encarava a grande nave Grimer através do para-brisa frontal. Agora é a minha vez.


       Biraki trincava os dentes encarando a grande Barramutze diante de seus olhos, algo havia dado errado. O tiro teria sido no alvo, mas porque não o destruíra, era o que o capitão queria saber – our ifirn ichiba grango nour? Ourfie irk aurdwie? (O que aconteceu? Porque eles não morreram?) – gritou ele com o seu tenente, uma criatura magrela que falava rapidamente, se engasgando com as palavras de seu dialeto – sier, capwirk indaudir kirg foaul, ash irla lapustier fankfour, aspierk nvawia (senhor, a arma sobrecarregou os dois núcleos de energia da nave, causando uma implosão) – disse a criatura. Dentro da nave o clima era de terror, o sistema de controles estava um caos, explosões de energia por toda parte, nada funcionava, a nave estava totalmente à deriva no espaço. O capitão Biraki sabia o que viria a seguir.

         Na grande Barramutze todos vibravam. O capitão Key fitava a nave inimiga sem piscar – senhor... – gritou Bilder – ordens, senhor! – todos pararam e encararam o seu capitão. Key olhou para todos eles – contra ataque – sussurrou ele.
         Em uma transação clandestina, o capitão Key conseguiu adquirir duas novas armas para a sua nave, os tais "Olhos de dragão", dois supercanhões de energia capaz de varrer do universo um planeta inteiro. Os "olhos de dragão" se alimentam dos núcleos de energia da nave onde se encontra, gerando uma combustão ao reunir toda a massa magnética dentro de si. A combustão implode gerando uma matéria chamada "Vilício". O tal "Vilício" não pode ser manipulado por nenhum ser vivo, ele é apenas uma reação química programada e direcionada, pois sua energia transformaria em pó aquele que ousasse encará-lo a olho nu. Dito isso, ainda assim, pode-se encontrar o "Vilício" em um lugar, mais novamente, nenhum ser vivo seria capaz de chegar até ele, pois o "Vilício" se encontra no núcleo do sol que a terra gira em torno. Mas como se sabe que o "Vilício" está lá?
       Um pouco a baixo da cabine de controles da grande Barramutze, ficava o compartimento de armas. As duas comportas estão lacradas com gelo, de acordo com que o mecanismo das comportas se moviam para abrir, os blocos de gelo em torno delas se despedaçavam flutuando para longe. As duas portas de ferro se abrem deslizando para dentro da estrutura da nave. Os "olhos de dragão" se põem para fora.
       Na cabine de controles da grande Barramutze, Bilder dava a ordem para os atiradores pelo microfone alojado em seu ouvido direito – apenas mire e tire, soldado! – gritou Bilder.

       A baixo da sala de controles, o compartimento de armas estava em movimento, vários cadetes corriam de um lado para o outro sob explosões de energia dos cabos de força. As luzes piscavam. Os "olhos de dragão" se alimentam – em dois minutos teremos carga de 67%, senhor. Eu peço só mais um minuto! – gritou o chefe do departamento de armas em seu microfone olhando para seus atiradores de elite prontos para o disparo.

       Bilder olha para seu capitão na ponte – não podemos esperar, aquela arma Grimer usou 100% dos núcleos de energia da nave, mas, não ouve colapso, estarão prontos novamente em 3 minutos, temos que atacar agora, ordene o disparo, tenente! – gritou o capitão. Bilder se volta para seu microfone – não podemos esperar! Atire, atire agora! – gritou Bilder.

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