Harry

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Quando cheguei em casa, não imaginei que chegaria tão destruidamente acabado. Parecia que eu tinha corrido uma maratona de 100 km ou mais, ou tinha feito um triatlo. Louis Tomlinson me deixou realmente cansado. Imagina trabalhar lá por seis meses! Eu quase não suportava a ideia. Ele sempre tinha a resposta na ponta da língua, sempre dizia o que queria e que se dane quem estivesse ouvindo.
Me deitei na minha cama e deixei minha cabeça se afundar no travesseiro fofo. Minha mãe entrou no meu quarto. Eu e ela às vezes conversávamos. Minha mãe tinha ficado bem sozinha depois que o meu pai a trocou por uma mulher dez anos mais nova que ela, ele saiu do país e tem até um filho com a tal garota. Ela encostou a cabeça na porta. Me sentei e a olhei.

—Oi, Harry...Como foi? Você saiu daqui de casa tão profissional hoje. Penteou os cachos para trás, até.– ela notou
—Ele me odeia.
—Ei...– minha mãe sentou ao meu lado e deitei minha cabeça no ombro dela– Acalme-se. Louis só está... Cansado. Vai ver que você não é o primeiro à ir naquela casa.– ela me olhou– Ou vai ver que ele está descontando uma raiva acumulada de alguém e descontou em você.
—É. Pode ser.
—O que pior pode acontecer? Você já está trabalhando lá...– ela pensou– Faz quase um mês.

Minha mãe beijou na minha testa e saiu do quarto. Não contei à ela sobre o episódio de hoje, mas tinha me deixado realmente bem mal. Lembrei que havia beijado as mãos dele... O que deu em mim?! Beijar as mãos de Louis? Sério?
Gemma entrou. Ela estava de braços cruzados, com aquele ar autoritário.

—Você não vai desistir.– ela finalmente disse
—Não sei se eu aguento, Gem...
—Mas você vai.

Gemma se ajoelhou de frente à mim e pegou nas minhas mãos. Gemma tinha arrumado um emprego como caixa de supermercado à umas semanas atrás, num perto da casa dos Tomlinson.

—Harry... Eu estou quase sendo demitida... De novo.– ela riu de si– Quem quer uma mulher que precisa voltar o tempo todo para casa porque o filho bebê está tendo uma crise alérgica?

Suspirei. Era incrível a facilidade que a minha família tinha para me colocar para baixo mesmo sem querer. Gemma era a melhor.

—Ele teve uma das crises que te falei, mas eu nunca achei que aconteceria na minha frente.– apoiei os cotovelos nos joelhos– A senhora Tomlinson me disse que eu estava fazendo bem à ele. Louis tem saído do quarto de vez em quando e ficado no jardim de casa.
—Viu? Você está se saindo bem, Harry.– Gemma sentou ao meu lado e segurou meu rosto
—Você não viu o estado dele, Gem.– sem perceber, eu deixei lágrimas escorrerem pelos meus olhos– Ele disse que me odiava.

**Flashback ON**

Eu coloquei Louis na cama e o cobri com o edredom depois de ter enfaixado suas mãos. Eu sentia meu rosto quente por lembrar dos meus lábios em contato com a pele dele, eu transformei meu ambiente de trabalho num martírio. Minha mão se aproximou de seu gorro e o puxei para trás devagar. Levantei sua cabeça e meu dedo encostou seu pescoço, me deixando quente. Mas na verdade, ele estava quente. Muito. Coloquei minha mão em sua testa e a senti quase ferver.
Meu corpo começou a entrar em pânico. Liguei para a senhora Tomlinson. Eu era culpado de tudo isso?

—Senhora Tomlinson, Louis está ardendo em febre.

Senti minhas mãos tremerem. Eu não queria que o garoto morresse bem ali, e eu não estou exagerando, aquela foi uma das maiores febres que já vi.

—Coloque o termômetro. Se estiver mais de 39, tire a blusa dele.
—Tu-tudo bem.

Corri para o andar de cima, quase tropeçando em meus pés. Peguei o termômetro e coloquei debaixo da axila dele.

—Você vai me deixar também?– ele perguntou, rouco, como se não estivesse muito consciente
—Não.–respondi

O termômetro começou a apitar e eu tirei. 38.6. Não era mais de 39. Quer dizer, não era muita febre assim...

Strong >> l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora