Harry

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Se me pedissem para explicar o que eu senti quando Louis segurou minha mão e ficamos literalmente de conchinha em uma cama sentindo o cheiro delicioso do corpo dele, eu não saberia explicar com palavras. Peguei o meu cachecol, gorro e casaco, saindo da casa dos Tomlinson. Ainda estava nevando. Eu não conseguia parar de pensar sobre o corte no pulso de Louis. Gemma estava certa, ele tentou se matar, mas por quê?
Quando cheguei em casa, expliquei o que tinha acontecido,mas não dei detalhes. Ed estava lá, assistindo televisão com Charlie, enquanto Gemma e a minha mãe lavavam os pratos sujos. Ele parecia aborrecido pela minha demora. Ed nunca foi uma pessoa ciumenta, mas esses dias ele tem olhado torto para mim.

—Quem é esse cara de quem você está cuidando?– ele perguntou
—Louis, o filho do...
—Louis Tomlinson?– Ed me interrompeu, surpreso
—Sim, o quê que tem?
—Hã... Você sabe, ele é um cara famoso.
—Sim –cruzei os braços e o olhei–, ele é.
—Só acho que ele poderia pagar mais você.
—Por que?
—Ele é rico, Harry. Por que você não pede um aumento?– arqueei as sobrancelhas– Talvez tente descobrir um segredo dele.
—Enlouqueceu, Edward? Eu não sou esse tipinho de pessoa. Não vou fazer nada que possa prejudicá-lo, ele já tem problemas demais.

Ed não falou mais nada sobre isso, e ele foi embora sem me dizer.
Subi as escadas com Charlie. Ele mexia com suas mãos pequenas nos meus cachos. O coloquei no berço e o fiz dormir.
Deitei-me na minha cama, mas não consegui dormir. Sentei-me e olhei pela janela. A neve tinha parado, mas o trânsito não. Buzinas de carros, sirenes de ambulâncias, barulho de helicópteros... Mas o único barulho que me incomodava era do meu coração batendo forte enquanto pensava em Louis.

—Gemma, você estava certa.–falei
—Eu sempre estou certa.– ela colocou um pão de queijo na boca e depois me olhou– Certa em relação à quê?
—Sobre Louis. Ele é, ou era, um suicida.
—Pesado.

Sentia que Gemma não estava me dando muita atenção.
Liguei para a senhora Tomlinson e Marquei um café com ela perto da minha casa. Eu precisava ter um assunto sério com ela, e era sobre Louis e seu corte.
Coloquei a minha melhor blusa, meu melhor casaco e minha calça de marca que comprei na promoção. Fui até o café combinado e lá vi a senhora Tomlinson, já tomando um café com biscoitos de leite com cheiro de limão.

—Eu a fiz esperar?– perguntei
—Não, querido. Eu que cheguei cedo. Por favor, seja breve, eu dei apenas uma escapadinha do trabalho.

Suspirei. Por onde eu começaria? Sobre o corte de Louis? Por que ela me contratou para ser babá de Louis? O que eram aqueles remédios? A garçonete apareceu e interrompeu meus pensamentos. Fiz o meu pedido e olhei para a senhora Tomlinson.

—O que aconteceu com Louis?
—Eu já falei a você que não irei falar desse assunto com você.– ela tomou um gole do café
—Por favor, senhora Tomlinson. Isso pode me ajudar e à ele também.

Ela suspirou e colocou a xícara na mesa. Ela mexeu na carteira e me mostrou a foto de um homem. Ele tinha os olhos azuis, como os de Louis, e, ao lado dele, uma criança com cabelo de tigela bem liso. Era Louis. A olhei.

—Esse homem é o pai de Louis.
—Ué, e aquele homem na sua casa?
—Ele é o padrasto dele.– ela suspirou– O pai de Louis morreu num acidente de trânsito. Ele nunca superou sua perda, e já faz dois anos. A música que Louis toca no teclado todos os dias, era a música preferida de seu pai. Do Queen.

Ela sorriu, um pouco ressentida. Eu estava começando a me arrepender por ter marcado esse café. A senhora Tomlinson chorou quando terminou de falar dele. Louis não foi o único que perdeu alto. Decidi não perguntar mais nada e descobrir por mim mesmo.

—Já é o suficiente, senhora Tomlinson. Não precisa me contar tudo.

Eu a tinha tirado do trabalho para ela se recordar de remorsos. Me levantei e a abracei. A senhora Tomlinson colocou a cabeça enterrada no meu ombro e molhou meu casaco com suas lágrimas.

Strong >> l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora