Louis

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Eu nunca me senti assim em toda a minha vida. Eu amava tanto Harry Styles que não conseguia nem respirar. Sabia que tentar me afastar do amor era impossível, e achei que as paredes da minha casa podiam me proteger, mas parece que, já que eu não ia sair, ele iria entrar.

Abri a porta do meu quarto e vi o ventilador na minha cama. Estava tudo cheio de poeira e a corda ainda estava ali. Meus dedos tocaram nos fios grossos da corda. Minha cabeça fervia de tantos pensamentos.

Sentei-me na cadeira e escrevi. Escrevi até a mão cansar. Escrevi músicas, poesias, cartas de amor para alguém que não quis assinar para mim mesmo, mas no fundo sabia quem era.

Minha escrivaninha nunca pareceu tão interessante. Meus dedos caminhavam pela madeira polida enquanto eu observava a neve derreter aos poucos lá fora. Abri a porta do meu quarto e abri a porta do quarto de minha mãe e de Jordan. Ele não estava, às vezes ele não voltava para casa. Minha mãe tinha um sono leve, por isso acordou assim que girei a maçaneta.

—Louis?– ela ligou o abajur e estreitou os olhos míopes– O que foi querido?

Encolhi meus pés na meia colorida, como uma tímida criança. Me aproximei da cama, levantei o edredom e me deitei ao lado de minha mãe, a abraçando. Me senti tão bem no último abraço que a dei, me senti salvo. Seguro. O pensamento que aquele quase seria o último abraço que eu daria veio até minha cabeça como uma paulada na cabeça. Chorei enquanto minha mãe envolvia seus braços no meu quarto. As mãos dela mexeram no meu cabelo e eu e ela ficamos em silêncio a noite inteira, mesmo estando acordados.

Pela manhã, Harry estava pensativo, pareceu longe pelo dia inteiro. A campainha tocou pelo meio dia e era Zayn e Niall. Eles me abraçaram com tanta força que senti meus ossos se partirem.

—Você queria me matar de susto, seu merda?– Zayn deu um soco no meu rosto. Os olhos dele estavam marejados

Niall riu e beijou meu rosto.

—Por favor, não faça isso de novo.

Harry sorriu para a cena.

—Ah! Liga o DVD, tenho uma coisa para mostrar pra vocês.– disse Niall, mexendo na mochila

—DVD? Em que ano você vive? Usamos Netflix.– falei

—Como assim? Você não tem DVD?

—Acho que temos um na dispensa.

Fomos até a dispensa, no porão de casa. Fazia muito tempo que ninguém mexia lá, só tinha lixo. Nem lâmpada tinha lá, tivemos que usar lanternas do celular. Zayn afastou a teia de perto dele.

—Não seria legal uma faxina?

—Faz você.– disse Niall– Que tal uma pipoca?

Achei uma câmera profissional no qual o meu pai usava nas festinhas de colégio, onde a minha mãe chorava como se eu estivesse fazendo um filme indicando ao Oscar. Virei para Harry e bati uma foto dele, fazendo o flash bater nas paredes empoeiradas do porão.

—Ei!– ele riu

Olhei para a foto e ri. Não queria falar para eles, mas rir doía tanto o meu pescoço que meus olhos até se enchiam de novo. Harry se aproximou de mim e viu a foto.

—Você está horrível!

—Ei, princesas. Vamos focar no DVD.

Rimos e continuamos a procurar. As caixas estavam empilhadas e cheias de coisas, raquetes, bolas, casacos, fotos, exatamente tudo.

—Que porcaria é essa?– Niall me mostrou uma roupa de gato que usei na terceira série

—Acho que é um cavalo, Niall.– disse Zayn

Strong >> l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora