Louis

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O tapa não veio. Tinha até fechado os olhos com força, mas eu não senti nenhuma dor. Ousei abrir os olhos e vi Harry segurando o pulso de meu padrasto. Eu conseguia ver fogo nos olhos dele. Um olhar que eu nunca tinha visto antes.
Jordan o empurrou contra o chão e o acertou no rosto. Eu gritava pelo nome de Harry, que levava golpes no rosto sem piedade. Até que ele conseguiu ficar em cima de Jordan e o acerta-lo no rosto mais vezes do que eu podia contar. Os punhos de Harry começaram a se manchar do sangue de Jordan. Eu gritava para ele parar, mas era como se ele não me ouvisse. O rosto do meu padrasto se formava inchaços roxos, seus lábios sangravam e acho que Harry tinha quebrado até seu nariz.
Ouvi passos e eram dois policiais. Eles puxaram Harry pelos ombros, mas ele estava tão irado que empurrou os oficiais e deu um soco em um dos. Ele caiu por cima de Jordan, segurou sua gola e o empurrou para trás e para frente. Jordan não conseguia mais revidar. Estava muito fraco. Os policiais pegaram de novo Harry e o desceram as escadas a força. Ele parecia um animal raivoso que não conseguia mantê-lo controlado. Harry chutava o ar e berrava, não conseguia controlar seu ódio por Jordan.
Deitaram a cabeça dele no capô do carro da polícia e o algemaram. Os olhos verdes de Harry se encontraram com os meus.Os policiais abaixaram a cabeça dele para que ele entrasse no carro, fechando a porta com força. Os policiais foram embora. Eles levaram meu Harry.

Entrei na delegacia e o vi sentado no corredor, ainda algemado. Assim que ele me viu, sorriu, fazendo uma careta de dor. Harry bateu muito em Jordan, mas também apanhou.

—Oi.– sentei ao seu lado
—Oi.
—Grande festa de aniversário, não é?
—Um estouro.– Harry conseguiu rir

Minhas mãos passaram nas marcas roxas no rosto de Harry.

—Está tudo bem.

O abracei, envolvendo meus braços em seu pescoço.

—Obrigado.

Senti o cheiro embriagante dos cabelos encaracolados de Harry. Era um cheiro próprio. Um mistura dele com milhares de perfumes. O olhei os olhos. Vários olhos na delegacia apontavam pra mim.

—Me beije só para provar que você pode.– Harry disse num sussurro

Mordi o lábio. Deitei minha cabeça em seu ombro.

—Não posso...

O delegado mostrou seu rosto da janela de sua sala e fez um gesto para que eu entrasse.

—Louis? Louis Tomlinson?– ele perguntou
—Sou eu.
—Oh... Aquele lá sentado é seu amigo?– assenti com a cabeça– Ele já pode sair.
—Já?
—Já. Seu padrasto fez uns favores pra mim. Você sabe...

Ah. Tudo tinha ficado bem mais claro agora.
Saí da delegacia no mesmo dia com Harry. Ele preferiu não falar nada para sua mãe, ela ficaria bem preocupada.

Já era de manhã. Harry teria o seu jantar naquele dia. Estava tão nervoso para conhecer sua família. Eu finalmente sentia que estava... Feliz de novo.
Cocei a cabeça e me espreguicei na minha cama. Harry tinha perdido o emprego, socando meu padrasto até seus punhos se ralarem. Ele não iria me ver naquela manhã. Me sentei junto ao teclado e toquei a música que meu pai costumava tocar para mim.
Jordan abriu a porta do meu quarto.

—Fale para a sua amiguinha não pisar mais aqui.

Não respondi e continuei a tocar meu teclado.

—Da pra você parar com esse maldito teclado?– eu olhei para Jordan

Consenti com a cabeça e continuei a tocar. Ele me olhou como se eu tivesse algum problema. Ele agarrou o meu instrumento com violência. O tentei puxar, mas Jordan era mais forte que eu. Nossos olhos se cruzaram.

Strong >> l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora