23.: Sem o Tal do Autocontrole.

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¥[Narrado Por Bryan]¥


FLAHBACK:


Cheguei no hotel e Raven estava na recepção olhando uma revista e girando umas chaves nos dedos da mão direita. Não sei como ela chegou ali mais rápido que nós, mas também não quero saber. Só quero dormir.

Janete: - Sorrindo muito no novo emprego, Valentona?

Raven: - Vai te foder, Garota.

Mariel: - Que mal humor. Vigie aí a entrada, vamos levar o Projetor pra cima. - ele pegou as chaves das mãos dela e subimos.

Janete: - Vá pro quarto. Aqui não é confortável. - disse quando me deitei no sofá.

Eu: - Aqui está ótimo. Não vou entrar naquele quarto, fico no sofá e pronto.

Janete: - Sofá vai te deixar com dor nas costas.

Eu: - Melhor dor nas costas do que dor nos chifres que ganhei de presente.

Mariel: - Janete, eu vou bater nesse moleque.

Eu: - Pode bater. Aproveite e me mate. Não quero passar meu aniversário pensando que meu noivo beijou uma garota e gostou.

Janete: - Quando é seu aniversário?

Eu: - Amanhã. Até no meu aniversário eu consigo ser trouxa. Inacreditável. - permaneci no sofá bem macio dali e fechei os olhos.

Mariel: - Retiro o que eu disse. Não vou te bater.

Eu: - Até quando vocês vão ficar?

Mariel: - Moramos aqui. Na verdade, quase todos os Diract e Processados vivos até agora moram nesse lugar, ou no parque, ou num celeiro aqui perto. Precisamos nos esconder, de qualquer forma.

Janete: - É. Já passamos por problemas demais para encontrar nossos ômegas. Agora tchau, Bryan. Foi um prazer te conhecer.

Mariel: - Poderíamos sair mais. Mais amigos, mais diversão.

Janete: - Ser amigo de um Projetor deve ser foda. - Ela olhou a tela de um aparelhinho prateado em suas mãos, acho que um celular, e os dois se dirigiram à porta.

Mariel: - Precisar de ajuda é só chamar. Estaremos sempre te ouvindo.

Eu: - Okay... tchau. Foi um prazer conhecer vocês também.

Eles saíram e logo adormeci.

Aquela semana naquela porcaria de hotel foi um desastre que acabou com a minha vida! Eu queria poder destruir essa porra desse planeta e exterminar tudo o que tem nele. Só de raiva.

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[Narrado Por Flávio]:

Bryan e Marcelo entraram naquela caverna e embarcaram no carrinho infernal. Fiquei algum tempo ali parado esperando, mas iria demorar. A caverna montada parecia ser bem grande e uma volta lá iria demorar. Comecei a andar pelo parque olhando as atrações, até que começou a anoitecer. De repente todas as luzes se apagaram e algumas pessoas gritaram por causa da escuridão que ficou, principalmente algumas pessoas presas nos brinquedos. As meninas que estavam lá no topo do "Elevador" ficaram gritando que nem loucas e eu só ri.

Credo, só acabou a energia. Não é nenhum monstro.

Continuei andando, olhando as pessoas ao redor. Tinha alguns caras bem gostosinhos pelo parque. Ah, se eu não tivesse comprometido. Iria me divertir pra caralho! Resolvi beber algo e fui numa barraca pedir um refrigerante. Fiquei sentado olhando para as pessoas andando, até que alguém tocou meu ombro.

Garota: - Desculpa... pensei ser outra pessoa.

Eu: - Tudo bem. Tá escuro, não dá pra enxergar direito. - ficamos um tempo em silêncio olhando ao redor. Não prestei muita atenção nela, mas sua voz calma era boa de ouvir.

Garota: - Que chato ficar sem energia, né? - entretanto tive a sensação de que conhecia aquela voz... me virei e era uma menina de cabelo preto liso, cortado até um pouco acima dos ombros, olhos escuros e alta.

Eu: - Até que é legal ficar no escuro.

Garota: - Gosta do escurinho? - ela sorriu. Ela era... Bonita pra cacete. Um estilo bem góticazinha, o que eu gostei de ver.

Eu: - Adoro. - sorri de volta.

Garota: - Então não vai se importar de dar uma voltinha comigo por aí sem se borrar pelos monstros.

Eu: - Não. - me levantei e ela segurou meu braço, me puxando junto. Estranhei no começo a forçação de proximidade, mas o jeito dela me fez rir. E aliás, ela é uma gostosa. Não vou desperdiçar meu tempo sentado sem fazer nada. Só não posso deixar o Bryan saber disso também, senão... Nem quero saber o que ele faria. Mas talvez ela seja legal, então uma voltinha não vai fazer mal. Deixei que ela me levasse por aí e entrei na onda.

Ela não parava de falar. Era uma garota legal e eu estava sem coragem pra cortar o clima de diversão dela pra ir esperar o Bryan e o Marcelo lá em frente à caverna. Eles já devem ter saído... ou não. Com a falta de energia deve estar tudo parado. Nada me impede de conhecê-la melhor, né?

Juliana: - Já te falaram que você é um gatinho?

Eu: - Já. Me falam isso todos os dias.

Juliana: - Então. Você é muito gato... aliás, preciso de um gato de estimação, mas que não solte muito pelo, pois tenho alergia. - eu ri. Ela muda de assunto tão rápido. Gosto disso.

A energia elétrica voltou e as belas luzes coloridas iluminaram novamente todo o parque. Juliana e eu entramos numa barraca para tiro ao alvo e ela me obrigou a jogar aquilo. Não ganhei nada, mas ela ganhou um coração de pelúcia gigante.

Juliana: - Ei, Garotinha! - ela chamou uma menininha loirinha bonitinha que estava passando junto com a mãe. ela tinha olhos âmbares e umas bochechas que são apaixonantes! Ela se aproximou da menina e fez ela e a mãe pararem de andar. - Qual o seu nome?

Rubi: - É Rubi... quem é você?

Juliana: - Uma amiga. Toma pra você. - ela entregou o coração de pelúcia para a menina com um sorriso no rosto. A menininha riu e a mãe dela agradeceu à Juliana.

Eu: - Nossa... parece até um amigo meu, dando as coisas assim. - droga... Eu queria dizer "noivo", mas não consegui. Mas também não é interessante, e nem da conta dela.

Juliana: - Hum, gosto de ser legal. Na verdade, não sou nada legal, só não quero ficar andando com aquela coisa enorme pra lá e pra cá. - eu ri. Continuamos caminhando devagar.

Ela segurou meu braço e escorregou a mão até a minha e entrelaçou nossos dedos. Meu coração começou a acelerar e me senti um pouco desconfortável com aquilo. Mas não falei nada.

Juliana: - Vem comigo. - Ela me puxou em direção à uma van branca e me empurrou para trás dela.

Foi muito rápido. Ela saltou em mim já me beijando e não consegui me afastar. Não vou mentir e dizer que não gostei do beijo da garota, e por um momento não quis acabar com aquilo, mas... me lembrei do Bryan e aquilo não era certo. Eu tenho meu namorado... meu noivo, pra dizer a verdade. E eu o amo muito. Não posso fazer isso. Eu jurei pra mim mesmo que não faria mais.

Eu: - Não. Pare... - eu a empurrei e ela riu.

Juliana: - Qual é?! Vai dizer que já tem alguém!

Eu: - Sim, eu tenho. - levantei a mão esquerda e mostrei o anel.

Juliana: - Que Peninha. Você é muito gostoso pra estar preso por uma outra qualquer.

Espera. Bryan não é um qualquer. Mesmo tendo momentos de discussão em nossa relação, ele é quem me faz bem. Não vou trair a confiança dele.

Flávio: - Minha noiva é muito ciumenta e eu a amo muito. Não duvide disso.

Ai, porra... eu não consigo dizer a verdade. Estava com medo de dizer o certo e acabar complicando ainda mais. Mas... ah, deixa assim mesmo! Nem todo mundo precisa saber que eu estou noivo de um cara.

Juliana: - Noiva? Te achei com um jeitinho de viado. Essas mexidas que você dá no cabelo, o jeito de andar e de se movimentar... queria tirar a prova e de viado você não tem nada!

Flávio: - Não mesmo. Agora vou indo, porque minha noiva já deve está me esperando. - tentei sair logo daquela situação.

Juliana: - E eu?

Eu: - Você é um caso à parte.

Juliana: - Pela sua cara, gosta de dar umas escapadinhas, não é?

Ouvir aquilo me deixou meio desconfortável. Eu sei que não é certo, mas... não custa nada tirar umas casquinhas às vezes. Eu até gosto da aventura e do perigo de não poder fazer, mas fazer assim mesmo, e me excito com isso. Como Bryan mesmo me disse uma vez, eu sou um garoto do perigo. Me excito muito tendo certas oportunidades. Mas, claro, nada tão sério. De sério mesmo eu só quero o Bryan, e só. Posso ter ficado com a Julie, com o Pablo, com... outras pessoas, mas quem eu quero casar é ele, Bryan, o garoto que mais amo. É ele que me deixa louco, e me faz gemer como um louco. Nem mesmo a Julie, toda grandona, malhadona, com aquele bucetão, gostosa pra caralho, conseguiu me dar o prazer que aquele moleque me dá. Bryan sempre será meu preferido. Acima dele, pra mim, nem mesmo deuses.

Juliana: - Calma aí, Gatinho! Eu já entendi. - iria sair de trás da van, afinal não quero nada com ninguém agora. Estou noivo e vou respeitar isso. Antes, talvez, mas agora... nem pensar. Mas ela me empurrou contra o carro e me beijou de novo. E eu adorei.

Dessa vez não consegui segurar. Eu me senti excitado e não queria sair daquele beijo. Segurei na cintura dela e a puxei contra mim, ficando grudado ao seu corpo. Tentei resistir, mas eu queria aquele beijo, então retribuí. Não dava pra controlar. Era como se meu cérebro estivesse brigando consigo mesmo, e estava sendo obrigado a agir de um modo diferente. Não pensei muito e me esqueci da realidade naquele momento. Enquanto ela me beijava, pegou minha mão esquerda e levou até seu jeans bem justo... me fez passar os dedos em sua bucetinha por cima da calça. Já excitado, empurrei meus dedos contra ela, e senti o bicho atiçado. Parecia ter uma xota grande e faminta por mim, e imaginar só através do toque já me deixou de pau duro.

Ah, droga! Como eu quero... sentir lá...

Juliana: - Você é gostoso. - falou entre os beijos.

Eu: - Você também. - dei mais uma apertadinha e ela sorriu, mordendo os lábios.

Voltei a mim. Abri os olhos e a empurrei bem forte. Ela me olhou com um sorriso e o batom preto borrado. Olhei pra baixo e vi o anel de noivado no meu dedo. Comecei a me sentir bem mal por tudo aquilo, e senti um pouco de raiva de mim mesmo.

Que caralho, eu prometi pra mim mesmo que não faria mais isso... e tô sendo escroto de novo. O peso caiu sobre minhas costas e me arrependi daquilo tudo. Passei a mão na minha boca tentando tirar as manchas do batom dela e me afastei, mesmo com meu pinto latejando.

Juliana: - Qual é! Vai dizer que não gostou?

Eu: - Não... eu não gostei... - ela foi se aproximando, mordendo os lábios, mas me esquivei. - Não se aproxime. Eu sou comprometido, eu já falei.

Juliana: - Pelo jeito, a sua noiva não faz o suficiente pra você. - ela apontou para minha calça. Olhei pra baixo e vi a situação. Tapei o volume com minha blusa e saí de lá de trás rapidamente, e voltei para o meio da multidão. Que droga! Eu não deveria mesmo ter feito essa merda! Mas pensando pelo lado bom, ainda bem que Bryan não viu isso.

Andei bastante até que conseguisse fugir daquela garota. Me sentei numa cadeira vazia perto de um bar e fiquei pensando em como o Bryan ficaria decepcionado quando soubesse daquilo. Mas não só daquilo. Por tantas coisas que eu escondi dele, mesmo as pessoas próximas a mim me alertando tanto. Marcelo e Márcio principalmente. Quando fiquei com Pablo, Marcelo fez eu me sentir a porra de um lixo quando me chamou de babaca. Márcio ficou quase uma semana sem falar comigo, mas consegui ele de volta depois de contar que foi a bebida, e eu não pensei direito. Mas ele ficou a conversa inteira falando o quanto Bryan é importante na minha vida, e se eu perdê-lo, eu vou perder tudo. Ele foi bem compreensivo comigo naquele momento, por eu estar bêbado na hora, mas Marcelo... Ele não segura aquela língua grande, e todo santo dia me fazia sentir pisando numa cova. Nós não somos tão amigos quanto eu conto pro Bryan. Nos desentendemos diversas vezes. Ele não me apoia em nada, torce pra eu me foder o tempo todo, e pior, ele fala um monte de merda sobre mim para a Camile. Ela até já veio me perguntar o motivo de Marcelo não ir muito com a minha cara, e eu sempre digo o mesmo, e a verdade. Eu não sei. Eu literalmente não faço a menor ideia do porquê ele me odeia. E eu sei que às vezes ele força amizade. E assim como ele sabe ser falso, eu também sei. Então não confio tanto assim nele, mas confio no Márcio. E se Márcio diz que Marcelo é um cara do bem, e um cara legal pra caralho, eu confio e acredito nele. Então, talvez Marcelo tenha me pintado de uma única forma, com base a apenas o dia em que a gente encheu a cara e eu perdi o controle.

Eu: - Droga! Desculpe, meu amor... eu não queria ter feito isso. - meu coração começou a apertar. - Marcelo tem razão. Eu sou um babaca.

Pelo jeito que eu conheço o Bryan, ele iria pirar. Eu posso ser maior que ele, mais forte que ele, mais rápido que ele, mas quando ele está com raiva, parece que eu fico pequenininho e ele pode me esmagar somente com uma pisada. Isso é comum de se sentir. Olhar para aqueles olhos é como esperar um tsunami te esmagar. É tanta personalidade, é tanta sedução, é tanta... Tanta coisa nele, que é difícil de explicar. É tanta coisa dentro daquele garoto, que ele parece ser um gigante! E eu tenho medo disso. Eu sei que se ele quiser, ele pode me destruir sem mesmo tocar fisicamente em mim.

Bom, se ele não souber o que aconteceu, talvez tudo fique bem... então... é isso! Não vou contar. Ninguém viu o que aconteceu e ninguém vai contar, porque ninguém ali nos conhece. Assim como meus amigos me protegeram, se eles descobrirem, eu sei que eles vão ficar do meu lado. Então eu acho melhor eu... manter só pra mim.

Eu: - Esquece isso, Flávio. Vai ficar tudo bem. Esqueça isso. - me levantei e fui para a entrada do Expresso do Inferno para ver se o Bryan e o Marcelo já tinham saído.

Vi os dois conversando com um garoto de cabelo azul e a Raven, a recepcionista do Flex. O cabelo preto e enorme dela não tem como não reconhecer. Fui até lá e...

Bryan estava chorando e... logo percebi que tinha algo errado...

Ah, não... ele sabe...

Não, ele não sabe. Como ele poderia saber? Pff! Ele nem estava lá. Eu tô paranoico, só isso...

Não, mas... ele sabia de tudo. Não sei como, mas ele sabia de tudo o que aconteceu, como se estivesse lá. Até Marcelo, que pensei que ficaria ao meu lado e manteria segredo, como da outra vez, e tentaria aliviar a barra, ficou contra mim. Os três só olhavam sem fazer nada. Tudo em mim doía com as coisas que Bryan dizia, e cheguei a me ajoelhar pedindo perdão, mas ele é orgulhoso demais pra aceitar. E eu sou muito burro pra admitir meu erro.

Naquele dia eu poderia morrer que nem me importaria. Queria que um dos arremessadores de facas do parque aparecessem ali, errasse a mira e acertasse minha cabeça. Queria que alguma daquelas meninas da plateia da treta, que me xingava pelo o que fiz, pegasse uma arma e atirasse centenas de vezes em mim.

Bryan segurou minha mão e pôs algo ali. Não tive coragem de olhar, mas eu sabia que era o anel de noivado que eu comprei especialmente para ele. Vi meu amor se afastar junto com um casal e ir direto para o estacionamento do parque. Raven e o garoto do cabelo azul vieram na minha direção e não consegui me levantar do chão, somente chorar e querer morrer por ter perdido o amor da minha vida por causa de uma merda que fiz.

Raven: - Homens. Como sempre... idiotas. Por isso não gosto. Brent, análise.

Brent: - Deixa comigo, Patroa. - olhei pro garoto e ele estava com um sorriso sinistro no rosto. Parecia querer me matar, e se for isso, não irei impedir e nem pedir que impeçam.

Eu: - O quê?! Vai me matar?! - ele desfez o sorriso e ficou olhando as unhas, meio que me esnobando.

Brent: - Eu poderia dançar em cima de você até você virar suco de carne, mas não vou. Você merece sofrer... Estou perdendo meu interesse em humanos, vou investir em você, Raven. - ele falou bem rápido e quase não consegui entender.

Raven: - Cai fora, Pestinha!

Brent: - Humano, nunca deixe um projetor com raiva, mas não tenho certeza se Bryan é um projetor... mas de qualquer forma, não o irrite se não quiser morrer. - Bom, parte eu entendi, parte mais ou menos. Como ele consegue falar tão rápido?!

Raven: - Tá bom, chega. Descansa essa matraca. - ela pegou o braço dele e o puxou.

Mas que droga eles estavam falando?! Que coisa é essa de... Projetor?!

Isso é estranho. Tentei me levantar, mas caí sentado de novo na areia e fiquei com a cabeça entre as pernas, vendo minhas lágrimas molhando a areia seca.

Marcelo: - Levanta daí, Mané. Vamos pro hotel. - disse bem calmo. Milhões de vezes mais pleno que eu.

Eu: - Me deixe aqui...

Marcelo: - E você vai voltar pro hotel como? Vai andar dois quilômetros na madrugada?

Eu: - Vai embora, Marcelo... me deixe... eu fiz a merda e eu vou pagar... - segurei forte o anel na palma da minha mão e todos os sorrisos do Bryan vieram em sequência na minha cabeça como castigo.

Marcelo: - Porra, cara! Como você foi capaz de fazer aquilo com o Bryan de novo?! Passei quase uma hora dentro daquela caverna com ele e já percebi o quão legal e divertido ele é! Não consigo entender como você foi capaz de beijar outra pessoa! E de novo!

Eu: - Eu já pedi perdão... me arrependi do que fiz...

Marcelo: - Quer saber? Você é mesmo um babaca. A gente se aproximou nos últimos dias, mas eu posso dizer tranquilamente o quão babaca você é. Eu te avisei na outra vez. Eu achei que você estava mal, ou que teu namorado era mó ruim contigo, mas não. O problema aqui é você. Você é um otário. - ele apontou o dedo na minha cara. E ele não parecia com raiva de mim. Estava normal. Estava calmo, super tranquilo. Mas seu modo acusatório de falar me deixou ainda mais na merda. - Você agiu de má fé com a pessoa que mais confiava em você. Teu noivo é um moleque do caralho, e a afinidade que eu não consegui ter por você, eu tive em dobro com ele. E não adianta vir dizer que não sabia que um dia isso iria acontecer. Márcio também te avisou, e não foi a primeira, não foi a segunda e nem a terceira vez. Você permaneceu no erro, o que te torna ainda mais babaca. Você fica aí, todo marrentão, todo se achando o gostosão na frente de todo mundo, mas abaixa a voz na frente do Bryan. Fica forçando romantismo e deixando ele cego só pra ti. Mas a porra da máscara cai, eu te avisei! Agora ature seus erros! E se você se arrepende de verdade, vai ter que provar isso pro Bryan, e não pros seus amigos. Ele não merece isso, apenas pelo fato de ele ser como ele é.

Eu: - Já que acha tudo isso, então por que não fica com ele agora que já não temos mais nada?! Vai lá, leva ele pro quarto, trepe com ele e peça ele em casamento... aproveite e me mate, pois não quero ver ele com outro... - voltei a chorar como uma criança. Marcelo revirou os olhos e cerrou os punhos. Eu estava esperando um soco, mas... Não veio. Na verdade, nem precisou de soco. Só ao pensar no que eu tinha acabado de falar, já senti a dor de ter dado uma facada em mim mesmo.

Não pensei antes de falar tudo aquilo. As palavras só saíam sem mesmo eu filtrá-las. Marcelo segurou forte no meu braço direito e me puxou com uma certa grosseria. Tentei me livrar dos braços dele, mas naquele momento eu estava sem minhas forças.

Marcelo: - Cala a boca! Olha a merda que tu tá falando, Cara! Quero te dar um soco, mas não vou fazer isso em nome da amizade que temos, e também pelo Márcio, e não quero acabar com tudo como você fez com o seu relacionamento. Bora pro hotel antes que eu perca a cabeça contigo e te cate de porrada aqui mesmo.

Eu: - Por que não me deixa aqui? Me deixe ir sozinho.

Marcelo: - Flávio, vai te foder, Cara. Cala essa boca.

Ele me puxou até o carro e me fez entrar. Me deitei no banco de trás e saímos do parque. Não trocamos nenhuma palavra o caminho todo. Só consegui chorar, molhando o banco do Marcelo, e ficar pensando no meu noivo e em como ele deve estar se sentindo horrível. Queria que tudo fosse apenas um pesadelo e que eu acordasse ao lado dele na nossa cama, dormindo de conchinha.

Chagamos no Flex e levei um susto quando vi Raven sentada na recepção lendo uma revista. Ela olhou pra mim com desdém e voltou a ler sua revista com uma criatura estranha com chifres e escamas na capa. Passei direto e nem pensei direito em como ela chegou ali tão rápido e primeiro que Marcelo e eu.

A porta do meu quarto estava aberta. Abri e Marcelo me empurrou pra dentro. Voltei a chorar quando vi Bryan deitado no sofá, dormindo como um anjo. Ver aqueles olhos fechados me fazia sentir falta do azul cinzento de seus olhos maravilhosos. Os lábios me davam vontade de beijá-lo novamente e não soltar mais. Queria que ele se deitasse comigo e ficássemos nos olhando e nos comunicando apenas com sorrisos, assim como fazíamos quase todas as noites.

Marcelo: - Vai pro quarto, deixa ele descansar um pouco. Se você não sabe, o dia dele foi mais cansativo do que o de nós dois juntos.

Eu: - Marcelo... posso ficar no seu Flex?

Marcelo: - Não. Você fez a merda, você paga. Durma no quarto onde vocês dormiam, sei lá. Durma no chão, no inferno, se vira. Perto de mim não.

Ele saiu e fechou a porta. Me aproximei do Bryan e fiquei o observando dormir por longas horas, e... me esqueci de todo o resto. As lágrimas não paravam de cair do meu rosto. Acabei dormindo ali no chão, bem ao lado do sofá onde Bryan estava.

Tive um pesadelo horrível. Sonhei que tinha acordado ao lado de uma garota. Não consegui ver o rosto dela direito, mas ela estava nua. Não sabia quem era e me levantei num pulo. Me lembro que fui correndo procurar pelo Bryan, mas a única pessoa que encontrei foi o Marcelo e o Márcio conversando na sala, e Márcio estava com lágrimas nos olhos e Marcelo estava sério.

Perguntei o que tinha acontecido e os dois me olharam com uma raiva imensa. Márcio se levantou rápido e me acertou um soco. Eu só caí pra trás. As palavras que eles disseram depois me destruíram. Oliver, Bryan, Lucas e Luana tinham falecido em um acidente de carro. Lucas iria levá-los para algum lugar, e então um caminhão bateu no carro onde estavam. Márcio disse que o carro explodiu em seguida, e não teria como alguém sobreviver naquele caos. E tudo aquilo era culpa minha, pois Lucas levou Bryan para esfriar a cabeça. Marcelo cuspiu as palavras na minha cara dizendo que a culpa era minha, e toda minha..

Márcio: - Cara... desapareça das nossas vidas. Simplesmente suma, senão eu te mato. - foi a última coisa que me lembro de ouvir.

Acordei com um salto e quase bati a cabeça na mesa de centro da sala. Olhei ao redor e tudo estava vazio. Bryan não estava mais no sofá e tudo estava em silêncio. Minha cabeça doía muito, e foi bem difícil me manter de pé. Minhas costas estalaram em vários pontos, consequência por ter dormido no chão duro.

Andei pela casa inteira e não o encontrei, mas logo me aliviei quando vi ele sair do banheiro somente com uma toalha na cintura. Iria falar com ele, mas ele fingiu que não me viu e entrou no quarto sem dizer nada. Abaixei a cabeça e entrei também.

Eu: - Bryan... por favor, vamos conversar. - ele começou a cantarolar e não me deu atenção. - Eu sei que fui um idiota, mas... não sei o que aconteceu. Eu não consegui afastar aquela garota e não tive coragem de cortar o clima dela. Desculpe, meu amor.

Ele não falou nada, apenas ficou de pé, tirou a toalha da cintura e ficou completamente nu ali no quarto, bem na minha frente. Também não falei mais nada, apenas fiquei observando-o ir até a mala e pegar as roupas para vestir. Ele pôs as roupas na cama e se virou de costas pra mim. Meus olhos deslizaram para aquela bunda perfeita... redondinha e empinada. Queria poder apertar, morder e dar alguns tapas, mas me segurei. A única coisa que não consegui segurar foi o meu pau, que começou a dar sinal de vida e se levantou com toda força.

Eu: - Aonde você vai? - ele vestiu uma sunga bem justinha nas nádegas, o que eu não gostei. Não gostei mesmo. Preferia que fosse uma sunga maior. Está mostrando muita coisa.

Ele se virou pra mim, me olhou sem expressão alguma e saiu do quarto. Segui ele por todos os cantos, e ele andava pra lá e pra cá somente de sunga, rebolando à minha frente. Eu estava com uma enorme vontade de o pegar de jeito e o levar pra cama, mas... não faria isso. Não naquele momento.

Ele pegou uma toalha branca nova e jogou no sofá. Passou por mim de novo e não consegui resistir. Segurei nos braços dele e o puxei bem forte contra meu corpo. Dobrei um pouco minhas pernas e o rabo dele bateu em cheio contra meu pau latejante. Ele não tentou me empurrar e nem nada, apenas ficou parado sem se mover.

Eu: - Você me enlouquece... por favor, vamos conversar pra que eu possa... te beijar... te cheirar... te morder... - ele moveu um pouco os quadris, fazendo minha excitação aumentar. Apertei mais o corpo dele contra o meu e movi minha cintura pra cima e pra baixo, como se estivesse fodendo ele ali mesmo. Não conseguia controlar aquele desejo. Era muito mais forte do que eu. - Eu quero teu corpo.

Bryan: - Que bom saber que só sirvo pra isso. - ele me empurrou. - Ótimo saber que você só quer isso, e parece que sempre só quis isso.

Caí sentado no sofá e ele me olhou com uma certa raiva. Tinha certeza de que fiz merda de novo. Não consegui controlar meus desejos, e eu sei que é esse o meu maior problema. Aquele olhar dele me condenava a tudo de ruim, e me doía.

Bryan: - Pode dizer a verdade. Você só quer sexo, não é? Diga a verdade.

Eu: - Não! Claro que não. Eu te amo de verdade, Bryan.

Bryan: - Ah, sério? - ele sorriu de uma forma fofa e veio até mim. Sentou-se no meu colo e segurou minhas bochechas, já me beijando.

Como era bom sentir aqueles lábios deliciosos... sentir aquela boca que me fazia delirar. Retribuí ao beijo o mais rápido que consegui, apertei a bunda dele com bastante força e segui seus passos com a língua.

Bryan: - Você quer liberar essa energia?

Eu: - Quero... quero você de volta, meu amor... me perdoa? - ele sorriu e confirmou com a cabeça. Dessa vez eu que o beijei com bastante pressão, com força.

Bryan: - Quero muito fazer uma coisa.

Eu: - O quê? - ele mordeu os lábios e se levantou do meu colo já se ajoelhando no chão à minha frente.

Ele segurou forte meu pau por cima da calça e a desabotoou. Abriu o zíper e puxou a calça até meus pés, me deixando apenas com minha slim preta. Bryan pôs a mão por dentro da minha cueca e segurou forte minha rola, latejando de tesão, a puxou pra fora e abocanhou tudo o que podia. Dei um pulo pelo impacto de temperatura dentro daquela boquinha, e outro ao sentir aquela língua quente percorrer por minha glande.

Bryan: - Está gostando disso... meu amor? - confirmei com a cabeça e ele voltou a me chupar. Gemi alto e segurei na cabeça dele, fazendo-o aumentar o ritmo.

Abri as pernas e ele continuou. Abri os olhos e olhei pra ele mordendo os lábios... sorri. Vê-lo me chupando com aquela carinha sexy e ainda quase nu era muito mais excitante, e logo senti que iria gozar, mas eu não queria naquele momento. Meu corpo deu vários espasmos. Bryan se levantou e se virou de costas pra mim.

Bryan: - Você quer gozar? - ele começou a descer lentamente a sunga, deixando aquele rabo gostoso livre pra mim. Não hesitei em levar minhas mãos até ela e apertar suas nádegas com força. Passei meus dedos entre elas e senti a temperatura fervente de seu cuzinho, que com toda certeza está clamando por minhas linguadas.

Eu: - Quero. - segurei na cintura dele e o puxei contra mim. Bryan caiu no meu colo e se sentou bem em cima do meu cacete, que ficou roçando entre as bochechas de seu rabo macio. - Quero muito gozar...

Bryan: - Quer me foder? Diga que quer só sexo e eu te faço gozar agora mesmo. - ele virou o rosto pra trás e me beijou. Gemi baixo com as reboladas gostosas que ele dava e eu queria logo meter tudo o que tenho dentro dele pra gozar bastante!

Eu: - Eu quero sexo... ah... - se levantou de novo e me empurrou pro lado, me fazendo ficar deitado no sofá branco.

Bryan: - Ótimo saber que você quer sexo. E você vai gozar bastante agora. E vai se lembrar disso pra sempre.

Bryan começou bater uma pra mim numa velocidade frenética. Segurei forte nos lados do sofá e meus gemidos ficavam cada vez mais altos, a ponto de eu ter um receio de poderem escutar pelos corredores, mas não dava pra controlar. Aquelas mãos eram uma delícia também, Mano! Quase dei um grito quando ele retomou às chupadas deliciosas que eu tanto amo. Ele massageava minhas bolas, chupava todo o meu pau e ainda fazia movimentos circulares com a língua pela cabeça.

Eu: - Ah... senta gostoso, meu amor. - falei entre os gemidos.

Bryan: - Desculpe, Querido, mas não.

Eu queria gozar em sua boca, mas ele percebeu os espasmos antes e parou de me chupar. Urrei forte e alto e agarrei os lados do sofá para tentar aguentar aquele orgasmo. Ele nunca me chupou com tanta vontade assim... bom, já sim, mas não com aquele jeito delicioso e não até me fazer gozar só no boquete. Aquilo foi incrível!

Eu: - OH, MEU DEUS!!! - urrei mais uma vez, sentindo todo meu esperma cair sobre minha blusa em vários jatos, e um deles veio direto para meu queixo.

Ele ficou me encarando sério sem nenhuma expressão. Me levantei sorrindo. Finalmente estávamos bem. Não conseguiria ficar mais do que um dia sem ele ao meu lado.

Eu: - Feliz aniversário, Bebê. - me estiquei para beijá-lo, mas ele virou o rosto.

Bryan: - Obrigado. Obrigado também por confessar que só quer sexo. Eu não tenho uma buceta como aquela garota, mas você nunca na tua vida vai encontrar alguém que te faça sentir-se tão bem quanto eu faço. Boa sorte... meu amorzinho. - ele se levantou ainda sem nenhuma expressão no rosto. Pegou a toalha e o protetor solar e foi em direção à porta.

Eu: - Bryan, espere!

Droga. Ele estava me testando! Mais uma vez fui vencido pelos impulsos e não pensei direito. Ele com certeza fez tudo aquilo como um teste pra saber o que mais me controla, e conseguiu... não passei.

Como eu sou burro!

Me levantei rápido, coloquei meu pau ainda meia-bomba pra dentro da cueca e vesti a calça de novo. Fui atrás dele e o segui pra fora do nosso quarto. Ele iria fechar a porta na minha cara, mas eu segurei a porta e o braço dele.

Bryan: - Me solta. Vai usar seus desejos pra comer aquela vadia.

Eu: - Bryan, eu não quero nada com ela! Por favor, acredite em mim!

Bryan: - Estou tendo dificuldade. Me solta! - puxou o braço, saiu andando e se virou. Marcelo saiu do quarto somente com uma sunga verde clara com listras pretas dos lados, e Bryan esbarrou nele com tanta força que Marcelo foi empurrado contra a porta. Bryan tem quase a metade do tamanho e da massa corporal dele, não sei como Marcelo pareceu tão leve naquele momento. Bryan continuou caminhando com passos fortes pelo corredor.

Marcelo: - Nossa, pra que isso?!

Bryan: - Foi mal, Marcelo! - ele gritou lá do fim do corredor. Marcelo deu de ombros.

Eu: - Droga! - dei um soco na parede e senti tudo arder.

Marcelo: - Cara... não vai dizer que brigaram de novo?

Eu: - Eu sou muito idiota!

Marcelo: - Isso todos sabemos. O que é isso na sua blusa? - ele iria tocar, mas eu me afastei antes que ele encostasse.

Eu: - Mais uma vez não consegui controlar meus desejos e estraguei tudo. - ele deslizou os olhos pra baixo e provavelmente percebeu que eu ainda estava um pouco excitado.

Marcelo: - Cara... você está todo gozado? Que nojo! Não diga que vocês... erg! - fez uma careta.

Eu: - Não, nós não transamos. Eu queria, mas... ele estava me testando, e agora está convencido de que meu desejo é mais forte do que meu amor. Eu me odeio.

Marcelo: - Não dá pra gente conversar com você todo gozado. Vai tomar um banho antes que alguém te veja com porra no queixo, Cara. Você está horrível.

Eu: - Que merda... nunca gozei tanto na vida. - ele riu, mas eu permaneci sério.

Marcelo: - Seu ex-noivo é esperto. Te deu todo prazer agora, pra te mostrar o que você perdeu. Isso foi maligno, e eu gostei. - ele continuou rindo na minha cara, o que começou a me irritar. - Ele é mais esperto que você .

Entrei novamente e deixei ele falando e rindo sozinho. Tirei a blusa e limpei meu queixo.

Marcelo: - Depois vocês conversam com mais calma. Agora vamos para a piscina lá em cima nos divertir um pouco. - falou do outro lado da porta. Voltei e a abri. Ele ainda estava com o sorriso debochado no rosto. Incrível a capacidade desse retardado debochar por tanto tempo continuamente. Espero que ele não tenha filhos. Vão ser insuportáveis se herdarem essa cara dele.

Eu: - Pode ir. Não estou com muita vontade de me divertir.

Marcelo: - Já se divertiu muito, pelo jeito. - debochou de mim de novo, e riu.

Eu: - Cara, eu não consegui segurar! Ele de sunga, sem roupa, ou até mesmo com roupa já me deixa nas nuvens! Não consigo segurar meu desejo por ele.

Marcelo: - Nem por ele e nem por ninguém, né, Cara. Aliás, uma pergunta... se entrasse uma mina bem gostosa ou um carinha pintoso agora, pelados e doidos pra dar pra você, você pegaria mesmo estando noivo do Bryan e dizendo que o ama?

Eu: - Claro que não! - ele cruzou os braços e ficou sério também. Levantou apenas uma sobrancelha, debochando de mim outra vez. Eu odeio o Marcelo, sério.

Marcelo: - Flávio, quem não te conhece que te compre. Vai ter um momento que você vai se foder com essa falta de autocontrole, mais do que já está se fodendo. - ele se virou e iria ir embora.

Eu: - Marcelo, espera... - me escorei na porta e respirei fundo. Imaginar meu gatinho lá na piscina, de sunga, mostrando as coxas, com aquele sorriso e com um jeito que só ele tem, no meio de um monte de caras famintos... isso já me deixava com o coração na mão. Não consigo imaginar ele ficando com outro cara.

Marcelo: - Fale logo. - disse num tom seco.

Eu: - Cuida dele pra mim. Não deixe que os caras lá fiquem em cima dele. Por favor. - respirei fundo outra vez, sentindo de novo aquele aperto no peito.

Marcelo: - Tudo bem. Vou fazer o que puder.

Corri para o banheiro e fiquei na banheira de porcelana vazia. Abri a torneira e deixei a água gelada enchê-la aos poucos. Não tirei a calça e nem nada, fiquei sentado com a cabeça entre as pernas chorando na banheira... lamentando a merda que fiz.

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Até breveeeeee! ♥

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