09.: Memórias.

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[Narrado pelo Autor]:

No momento em que Maurício percebeu que Bryan desmaiaria, deu um salto da cadeira onde estava e o segurou com ambos os braços.

Maurício: — Bryan??? — deu dois tapas leves nas bochechas do menino e abriu seus olhos, mas... assim que viu suas íris, se assustou.

A cor azulada se tornou mais forte e a íris brilhava nesse tom, alterando e oscilando para um cinza tempestuoso.

Maurício: — Mas que... — som de passos ecoaram, o forçando a olhar pra trás de relance.

Mickael: — Até você, cara?! Será que não tem mais homem de verdade aqui?!

Maurício: — Cale a boca, idiota! Ele desmaiou! vá chamar alguém!

Mickael: — E por que eu deveria?

Maurício: — Porque eu vou quebrar a tua cara se não me obedecer, moleque chato! — Mickael revirou os olhos e se aproximou... ajudou Maurício a deitar Bryan na cadeira de praia e examinou o garoto.

Mickael: — Ele tem... nada... mas que droga é essa?! — ele abriu os olhos do menino desmaiado pra ver o estado de suas pupilas, mas não havia pupila, só uma esfera azul-cinzento brilhando fortemente.

Maurício: — Você estudou medicina, não é? Então o que ele tem?

Mickael: — Não sei... eu poderia chutar se a pupila estivesse dilatada, mas... cadê a pupila?! — Bryan respirou fundo. Mickael pôde sentir a superfície de sua pele vibrando e todos os pelos de seu braço se eriçando.

Maurício: — Precisamos chamar alguém.

Mickael: — Isso parece... início de convulsão... mas ao mesmo tempo sei que não é isso. Vire ele de costas. — com cuidado, Maurício virou Bryan de costas e... puderam ver linhas negras andando pela derme, deixando marcas como queimaduras suaves na epiderme. As linhas andavam em círculos, até que desapareceram junto com as marcas vermelhas de queimadura.  — Eu tenho uma certa certeza de que nenhum médico tem diagnóstico pra isso.

Mais um dos garotos estava subindo as escadas. Blake... o mais introvertido dos garotos, subia as escadas, e ele sabia que tinha algo de errado. Podia sentir isso, pois antes de tudo acontecer ele já guardava dons desde sua infância. Dons na qual nem ao menos se lembrava no momento, mas que faziam jus à mitologia de suas crenças.

Bryan abriu os olhos e a íris brilhante era bem visível para eles. Se levantou e nem Mickael e nem Maurício se moveram.

Bryan: — O que você quer? — os dois se entreolharam quando ele se aproximou da beira da piscina, olhando para um só lugar como se estivesse falando com alguém invisível. — Eu não quero falar com você, então me deixe em paz... não, eu não...

Mickael: — Com quem ele está falando? Tem ninguém ali.

Maurício: — Ele está alucinando?

Blake: — Não. — os dois se assustaram, dando um salto como reflexo, e se viraram rapidamente. Blake sorriu sem mostrar os dentes. Ele se aproximou de Bryan, olhando para o mesmo canto que ele fitava.

Bryan: — Isso não é verdade! Não acredito em uma palavra do que você diz!

Maurício: — Blake, você pode ver com o que ele está falando?

Blake: — Não com "o quê", mas com "quem" ele está falando. — Mickael e Maurício se entreolharam e engoliram em seco. — Ele está dizendo que nós... que estamos presos num laboratório de seres de outro mundo, e estamos aqui para morrer.

CANAMEDIAM: A Casa Dos 25 Machos Onde histórias criam vida. Descubra agora