20.: De olhos bem abertos.

200 31 26
                                    

¥[Narrado Por Bryan]¥

FLASHBACK:

Marcelo: — Alejandro. Por quê?

Eu: — Ah, porra...

Marcelo: — Por que? O que tem esse médico? Ele tem algum histórico ruim?

Eu: — Meu amigo e eu começamos a ter essas visões depois que o Dr. Alejandro e um outro médico, o Dr. Rique, foram na antiga pensão da minha mãe.

Marcelo: — Rique... sim... é, eu conheço. Foi ele, junto com o Dr. Alejandro e um outro médico que vi entrando no elevador com um dinossauro com asas. Eu pesquisei sobre e descobri que é um Pteranodonte, de acordo com os detalhes. O animal estava com uma coleira brilhante e as asas presas em algum tipo de corda, que as impedia de abrir completamente.

Eu: — Isso é estranho...

Só foi falar que já me senti esquisito. Minha barriga começou a vibrar e minha visão ficou turva. Aquilo só significava uma coisa... e faz tanto tempo que não acontece...

Eu: — Lá vamos nós... – Fechei os olhos e foi como se alguém me desse um empurrão pra trás. Perdi a consciência, viajando para outro lugar bem distante.

Abri os olhos e eu estava... estava fora daquela carverna. Eu estava no mesmo lugar onde me despedi do Flávio. Olhei ao redor e várias pessoas andavam pra lá e pra cá rindo. Não conseguia falar nada, apenas andar, então iria procurar pelo Flávio.

Caminhei por todos os cantos e não o encontrei, mas encontrei alguém que podia me ver. Raven, a recepcionista daquele Flex luxuoso em que estávamos hospedados. Ela me olhava fixamente sem desviar e eu resolvi ir até ela. Passei minhas mãos bem na frente de seu rosto e ela acompanhou cada movimento meu.

Raven: — Eu não sou cega, Moleque.

Eu: — Você pode me ver? – finalmente consegui pronunciar alguma coisa! Minha voz saiu mais baixa e falha que o normal, mas pelo menos saiu.

Raven: — Claro, tenho olhos pra isso.

Eu: — Não, você não entendeu... só você pode me ver. – um homem passou através do meu braço e ela arregalou os olhos.

Raven: — Espera... espíritos não falam assim. O que você é?!

Eu: — Eu não sou um espírito! Estou vivo!

Raven: — Mas... como você se projetou para cá, Moleque?!

Eu: — Não sei, apenas... ah! Droga! – olhei para a caverna do Expresso do Inferno e apontei para lá. — Estou preso lá dentro com um amigo. Tem uma criatura enorme tentando nos matar!

Raven: — Um Nadrago... não acredito que ainda está vivo depois do que fizemos... isso não é possível.

Eu: — Não sei que porra é essa de Nadrago, mas não quero morrer!

Raven: — Moleque, olha... só fique onde está e não se aproxime do Nadrago, senão ele vai te devorar e usar sua carcaça como brinquedo.

Eu: — Olha... como estou aliviado com essa ajuda. Acho que a porta de metal não vai aguentar com ele batendo e arranhando ela o tempo todo com aquelas garras enormes!

Raven: — Vou buscar alguns amigos pra tirar vocês de lá. Se esconda e não deixe os esponjas te pegarem.

Eu: — Esponjas?

Raven: — Se fizer piada com aquele desenho idiota, eu mesmo te devoro! – ela pôs a mão no bolso, tirou um frasco pequeno de perfume e espirrou na minha direção. — Loção com de cristais de quartzo e pó de alecrim, vai evitar de te farejarem. Esponjas são os que podem absorver tua energia astral e até te matar. Se mantenha longe!

CANAMEDIAM: A Casa Dos 25 Machos Onde histórias criam vida. Descubra agora