23 - Treinamento

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Primeiramente, gostaria de pedir perdão para vcs pessoal. De vdd, me desculpem pela demora e eu não escrevi por preguiça mesmo. Trabalho e escola me deixaram preguiçoso, mas eu vou compensar vcs, pode apostar❤. Vou deixar só esses dois capítulos, mas logo vou postar outros, preciso terminar este ano hahaah. Espero que me perdoem, beijos e muito obg por simplesmente estar aqui.
Ótima leitura, abraços (espero que curtam).

O frio à noite é mais intenso e penetrante. Silencioso, ele chega aos ossos, fazendo-me tremer algumas vezes.
Mesmo com as roupas que Ravi me deu.
Mesmo com as roupas do avô dele; roupas com lã suficiente para aquecer toda a casa.
Sindy - ou Leila - abre um sorriso torto debochado. Faço questão de amarrá-la fortemente, mas não ponto de machucar ela.
- Talvez eu deva apertar mais, já que você está sorrindo - me levanto limpando uma mão na outra, afastando a poeira.
- É bem difícil não rir quando parece que meu avô está me colocando de castigo.
Concordo com ela, eu mesmo estou me segurando para não rir.
A luz fraca da lâmpada oscila de um jeito que me força a estreitar os olhos para conseguir enxergar Luna no canto. Em suas mãos está o canivete, ela o segura de uma forma desajeitada.
Seu desconforto chega a ser palpável. Ela espirra timidamente por causa da poeira. Preferi que ela viesse comigo ao invés dos outros. Não precisamos de mais confrontos em um só dia.
- Acho que é isso, aproveite a hospedagem. Vamos Luna?
- Poderia pelo menos me arrumar uma tevê? Não quero morrer de tédio, confinada aqui - Sindy reclama.
- Verei o que posso fazer por você, mas por hora - pego o rádio que encontrei dentro de uma das caixas daqui - é este seu entretenimento.
Ligo-o e uma música calma emana, misturada a um ruído irritante.
- O que mais eu poderia pedir?
- Se comporte, e quem sabe não trazemos algo para você comer.
Ela fica em silêncio e então acho que concorda comigo.
Luna sai primeiro, quase que correndo. Desço a escada logo em seguida, fechando a porta do sótão, me despedindo do lugar empoeirado e com pequenas caixas de papelão espalhadas pelo chão. Ouço um palavrão vindo de Leila antes de fechar totalmente a porta.
Sei que é errado trancá-la lá em cima, mas o risco é muito grande para pensar apenas em como ela está. Não podemos deixá-la junto de nós, pois quanto menos ela ver, melhor para ela. Melhor para nós.
Bryan e Ravi já estão no galpão com Gwen, parece que conseguiram juntar todas as tralhas que haviam lá em um canto afastado. Segundo Bryan, tem até algumas coisas que possamos usar em nosso treinamento sobrenatural - foi assim que ele o chamou.
É estranho ser chamado de sobrenatural, quer dizer, eu sempre fui considerado esquisito, mas acho que nunca tinha feito tanto sentido como agora. Tanto para mim quanto os outros.
Mover coisas com um simples gesto de mão; guiar a água sem nem mesmo tocá-la; criar e lançar bolas de fogos; e até mesmo curar uma perna faturada magicamente. Tudo isso tem um pouco de sobrenaturalidade, é claro que têm. Quer dizer, sobrenatural no sentido de que é totalmente diferente do natural, do ser humano comum - se é que somos humanos mesmo (e sim, estou em um momento em que qualquer hipótese é válida).
Mas seriamos nós, seres sobrenaturais, como um vampiro ou um fantasma? Normalmente, nesses contos, os seres possuem uma história de origem ou de surgimento. Por exemplo, um fantasma. Supostamente ele é uma pessoa que morreu e por alguns motivos - que na maioria dos casos é por que deixou de fazer algo enquanto estava vivo - se transformou em um ser sobrenatural, um fantasma que vaga por aí a fora.
Talvez nós tenhamos uma história de origem, ou, pelo menos, uma explicação para estes dons, poderes, magias, ou seja lá como quer chamá-los. Se meus pais estivessem aqui, teríamos mais respostas, tenho certeza que teria.
Passo pelo corredor dos quartos, Luna sai silenciosa de um deles, provavelmente o mesmo que ela usa quando vem visitar os seus avós e que vai usar para dormir.
- Er... estão nos esperando - diz ela ajeitando seus óculos, fazendo um movimento que já me acostumei.
Assinto e desço as escadas que dão na sala, e logo estamos fora da casa e caminhando para o galpão. Olho de relance para a janela no andar de cima, apenas para certificar que Sindy não fugiu pela janela ou algo assim. Mas ela está intacta, refletindo as nuvens e a luz oscilante do galpão.
A noite cinzenta combina perfeitamente com o clima. O frio aqui fora me faz tremer um pouco mais, da minha boca sai um vapor denso, então acelero o ritmo dos passos para chegar ao grande galpão antes que eu congele que eu congele aqui.
As árvores dançam com o vento e a calmaria do local é assustadora.
Observo a estrada topada de neve, até mesmo a trilha que Gwen derreteu mais cedo está coberta. Uns dos principais motivos de ainda estarmos aqui - fora o fato de que não havia outro lugar para ir - é que não possui vizinhos próximos, pois é uma parte distante da cidade; o vizinho mais próximo fica á uns cem quilômetros.
De vez em quando, sinto a umidade do mar sob o ar que não fica muito longe. Deve estar congelado com todo este frio.
Chego a grande porta do galpão e a abro para que Luna entre, meus cabelos jogados para o lado se movimentam com o vento, percebo que eles cresceram mais esses dias do que em messes da minha vida, talvez por falta de pentear.
Fecho a porta com força, deixando todo o vento para o lado de fora.
- Ufa - bufo enquanto deixo o calor do ambiente me invadir. - Podemos começar?
- Até que enfim chegaram - diz Bryan animado. - Gwen estava nos ensinando alguns golpes de defesa.
Ele movimenta os braços tentando parecer que está lutando, mas, na verdade, aparenta tentar matar uma mosca que o incomoda. Sorrio.
- Então... o que fazemos agora? - Luna pergunta mordendo o lábio. Não parece gostar da ideia de lutar, ou pelo menos não está preparada.
- Já que vocês só chegaram agora, e é um pouco tarde, deixamos o treinamento de luta para amanhã - Gwen quase grita. Ela se aproxima de nós, quase como um general.
- E..?
Ela troca um olhar com Bryan que assente e vai para o fundo do galpão, ele remexe em algumas coisas encostadas no canto da parede a procura de algo.
Por dentro o galpão parece maior ainda, tendo um espaço suficiente para dois caminhões. A estrutura de madeira por fora aparentava não aguentar se quer uma ventania, mas vendo melhor, parece bastante firme - não a ponto de sobreviver a um furacão de adolescentes sobrenaturais, mas firme.
Há um pequeno andar à cima, ocupando menos que a metade do teto, contendo uma pilha de bugigangas. Imagino que foi lá que colocaram as coisas que não serão necessárias para treinarmos, e aparentemente, não precisamos de muito.
Bryan se aproxima de Gwen com algumas coisas na mão: uma caixa e metal velha de tamanho médio, se parece muito com uma caixa de biscoitos antiga - não faço a mínima ideia do que pode haver ali; um balde de água - Luna olha receosa para ele; e outras objetos que não consigo identificar daqui, ou talvez só esteja nervoso demais para me concentrar.
Não faço ideia do que Gwen preparou com a ajuda de Bryan e Ravi, e, pelo jeito como está se comportando, não parece que será fácil.
Bryan parece ansioso e alegre, como sempre. Acho que está feliz por ajudar, já que nesta parte do treinamento ele não pode participar, não para ser treinado.
Gwen fica séria, olhando tanto para mim quanto para Luna. Ravi se aproxima de nós cautelosamente, se enrijece ao encarar Gwen. Porém um sorriso se esboça em seu rosto e ele pisca com o olho direito para ela. O que me faz bufar.
Foco.
Meu subconsciente me alerta.
- Quando quiserem - falo intercalando o olhar entre os dois.
- Vamos começar - ela fita nós três, e por um breve momento me sinto constrangido.
Cerro os punhos.
- Luna, me diga, como é a coisa que você faz?
- Poder - Bryan a corrige, ela responde com um revirar de olhos.
- Como é? Eu pensei que íamos treinar esses poderes, e não que fosse uma entrevista para um superemprego - Ravi estende os braços em confusão.
Mas eu entendo o que Gwen está fazendo e, pela forma que Luna encara Ravi, ela também entende e está explicando com os olhos, ou outra coisa, para o seu irmão lerdo.
Gwen precisa entender como funciona, precisa saber o que pode fazer para ajudar, para que possamos treinar e melhorá-los.
- É difícil explicar, mas é como se... - Luna começa, buscando palavras que a ajude a explicar como é sentir e usar o seu poder.
Os olhos cinzas se perdem em seus pensamentos, observando o chão, com uma expressão calculista.
- Como se eu sentisse a água. Não. Eu sinto-a. É como se ela fosse uma parte do meu corpo, que reage sob meus músculos e movimentos, mas muito mais livre. Permitindo-me mover ela e controlá-la, é como mover um braço ou uma perna flexível - ela enrijece as sobrancelhas.
Concentra-se diretamente no balde em que Bryan segura. A mão dela inicia um movimento para cima, suave e ao mesmo tempo trêmulo, de maneira que parece estar levantando vinte quilos em uma só mão. É mais fácil fazer do que falar, neste caso.
À medida que sua mão se ergue a água no balde corresponde. Os olhos de Bryan fitam a forma liquida ganhar vida, saindo do balde, e realmente é lindo. Mas parece exigir muito de Luna, com isso ela começa a usar as duas mãos.
Assim como eu, no momento em que estávamos lutando, aparentava ser mais simples para ela mover a água. Talvez o risco de vida nos leva a isso, a adrenalina. Quando nos damos conta, já estamos fazendo de tudo para sobreviver. Isso não é só com nós, que somos sobrenaturais ou algo assim. Acontece com qualquer um, não sabemos do que somos capazes para nos manter vivos, para fugir de algo, e quando nos deparamos com tal ato, é assustador.
A água parece tão nervosa quanto Luna, ela se agita, aparentando estar em ebulição, enquanto é movida para esquerda. As duas mãos movem-se, suaves e bonitas. As bochechas da menina dos olhos cinza se roseam perante aos olhares, mas ela não para.
Parece tentar acalmar a água, e, aos poucos, consegue. A forma líquida transparente vai tomando forma de uma enorme bolha, se acalmando. Até que por fim, o globo d'água paira em frente ao Bryan, que faz menção de que vai atravessar a mão dentro dela, porém, antes que ele tente qualquer coisa, a bolha se desenforma caindo feito uma cachoeira direto no balde.
A surpresa o faz desequilibrar. Mas ele não cai, pois Gwen o segura. Luna suspira aliviada, até reparo um sorriso brotar em seu rosto. Ela sabe sorrir.
Gwen está me evitando.
Mesmo sendo verdes, seus olhos me fazem arder nas chamas quando quer. Eles se desviam de mim, tentam. Eu também tento, mas não sou eu que estou agindo feito um general maluco em guerra pela vida e a morte. Não consigo entendê-la. Por que ela precisa ser tão bipolar, ou talvez tripolar? Em um terminado momento ela é serena, inteligente, sorridente; depois ele arde, raivosa, severa, imponente; e as vezes chega um á ponto que ela é a junção de tudo isso e um pouco mais. Uma chama instável, que queima, aquece.
Enfim seus olhos me acertam, mas veem além de mim. Atravessam-me.
- Ravi, consegue me explicar? Quero dizer, para todos nós - seu foco já está direcionado a ele.
Começo a me questionar. O que eu fiz?
Foi o simples fato de confiar em Sindy? E de contrariá-la?
Ravi bufa, tentando encontrar como dizer. Pela sua careta deve ser difícil para ele. E isso vai ser divertido para mim.
- Explicar o poder que me capacita ser mais veloz que vocês, ou o que eu consertei a sua perna, esquentadinha? - indaga ele. Parece usar o tom mais debochado que de costume.
Porém ele não está errado, Ravi pode fazer duas coisas. Completamente distintas uma da outra, o que implica em ele ter dois poderes. Eu sei que posso mover as coisas ou pessoas, não sei como, mas posso. Fora que posso criar um escudo, um poder bem útil para salvar minha vida, porém não acredito que seja outro poder.
É difícil explicar.
Acho que, na verdade, seja uma extensão do poder de mover as coisas, como se eu movesse aquele raio de volta para a arma. Talvez eu ainda não saiba muito sobre isso, talvez eu não saiba nada. Certamente a segunda opção.
Se eu quero treiná-lo, preciso entender melhor ele. Então, anoto um lembrete mental de que preciso prestar mais atenção quando usar esses poderes.
- Não havia pensado nisto - ela morde o lábio inferior, pensativa. - Andrew, você lembra do hamester?
Os olhos dela focam em mim. Fui pego totalmente de surpresa enquanto a fitava morder o lábio. Ela parece perceber, pois para no mesmo instante de fazê-lo.
- A primeira aberração? Bem que eu gostaria de esquecer.
- Então você também lembra a pazada que deu nele, não é? - suas sobrancelhas se erguem.
Ela está tentando me dizer algo. Sei pela forma que me olha.
É claro que lembro.
Eu praticamente fiz o cara voar.
Eu fiz.
Com uma força que eu não conhecia, nem mesmo sabia que existia, apenas acertei o monstro por defesa, por medo que ele machucasse Gwen. Totalmente instintivo.
O risco de morte.
Aquilo já parece fazer tanto tempo, que havia fugido das minhas memórias. Gwen também havia acertado ele, com um soco que o fez cair.
- Talvez sejamos mais forte, também.
- Que merda vocês estão falando? - Ravi nos olha confuso.
- Na primeira vez que lutamos, quando isso começou a virar uma loucura, Andrew acertou uma pazada na cara de um daqueles monstros.
- Eu sabia que você era fraco, mas trouxa eu não imaginava. Uma pazada na merda daqueles caras supermontruosos?!
- Mas o que isso tem a ver? - Bryan questiona.
Sabe que Gwen não desperdiçaria nosso tempo apenas pelo simples fato de relembrar.
- E, surpreendentemente, o golpe fez o cara voar à uns três metros de distância em uma velocidade assustadora - completa ela. Ignorando Ravi, o deixando um tanto cabisbaixo. - Eu também o acertei. Embora não tenha sido como Andrew, foi suficientemente forte para derrubá-lo.
- E isso quer dizer que?
- Você é mesmo lerdo, não é cara? - Bryan diz sorridente, se divertindo à custa de Ravi. - Quer dizer que vocês são mais fortes do que imaginam. Além de poder acender fogueiras sem fósforo, espirrar água sem precisar de torneira, pegar o controle da tevê sem sair do lugar ou até mesmo curar os machucados após a partida de futebol, vocês também têm algumas habilidades físicas. Como sua velocidade. Não é a mesma coisa que o Flash, mas é rápido. Como esta força de Drew e Gwen, e sabe-se lá o que mais Luna pode fazer.
As bochechas dela se roseam, tamanha timidez.
Ravi assente. Passando as mãos no cavanhaque que não existe.
Isso faz todos sorrirem um pouco. Gwen até revira os olhos.
- O que? - diz ele perdido. - Energia, é o que sinto.
Olhamos para ele, esperando que continue.
- Uma energia armazenada em algum lugar de dentro do meu corpo. É esquisito, pois eu sempre a senti, mas só... - ele encara Luna. Nenhum som sai de suas bocas, mas seus olhos conversam, gritam. - Só pude liberá-la há um mês.
- E que dia foi esse? - pergunta Gwen, fitando tanto Ravi quanto Luna.
- No dia do nosso aniversário, quando fizemos dezessete anos.
Gwen assente. Ela parece pensar em algo, não tenho certeza do que isso quer dizer.
Ás vezes, gostaria de invadir seus pensamentos. Saber o que ela pensa me ajudaria muito nesse momento.
- Bom, não posso mostrar como funciona, só se alguém estiver disposto á se machucar.
Fazemos que não e ele prossegue:
- Eu sei que libero essa energia pela palma das mãos e aí ele age sob o que eu quero, acho. E correr. Bem, eu simplesmente corro, é algo natural.
- Você fazia parte da equipe de corrida da escola por algum motivo - comenta Luna.
- Andrew? Acho que é sua vez.
- Certo - assinto.
Fecho os olhos por um momento, só para sentir o poder que está comigo a todo instante. Sentir ele, já se tornou tão normal quanto respirar, mas preciso ter certeza que ele está presente.
Sentir.
Fazê-lo funcionar é completamente diferente.
Sei que posso levantar, puxar, jogar para o lado, entre outros movimentos. Porém não é tão simples, exige bastante concentração e esforço.
Mas é basicamente como se tudo ao meu redor estivesse na palma de minha mão. Eu a movo para cima, e o sofá sobe: movo para o lado e garfo voa para o prato. É assim que funciona, basicamente.
- Drew? - olhos preocupados me fitam.
- Oh, desculpe. - Falo balançando a cabeça, percebo que estava longe em meus pensamentos. - Como vocês já viram, eu movo as coisas. Com um mover de mão e muita concentração. É como imaginar, comandar. Eu olho para o objeto, penso no que fazer e imagino-o fazendo o que preciso. Por exemplo:
Procuro por algo que não seja muito pesado, mas também não muito pequeno. Encontro uma vassoura encostada na parede. Com os fiapos desviados e a madeira velha, imagino que esteja aqui há bastante tempo. Talvez ela precise dançar um pouco.
Concentro-me na vassoura velha. Minha mão já está direcionada para ela, um movimento quase natural. Mas a julgar pelos olhares dos outros, eles não acham isso tão natural, no mínimo esquisito.
A vassoura responde.
Ela vibra, treme, como nos filmes de terror, se move sozinha.
- Imagino ela se movendo para esquerda. Movo a mão e ela responde - completo. A vassoura flutua para perto de Gwen, passando por Bryan. - Eu a sinto, sinto o peso dela sobre as mãos. Como se a segura-se fisicamente.
- Isso é incrível, imagina o quanto de coisa pode-se fazer! - Comenta Bryan, admirado.
Pouso a vassoura de volta na parede. Cerro os punhos, precisão. É o principal para meu poder, necessito ser preciso.
- E aquele escudo? Bom, eu não sei bem como funciona - comento cabisbaixo.
- Vejamos.
Gwen é rápida.
Ela lança uma bola de tênis que estava dentro da caixa de biscoitos.
A bola apresasse para chegar ao meu rosto, não tenho nenhuma reação.
Só espero, com os olhos nela.
Antes que eu consiga tentar parar a bola, ela me alcança.
Me alcança e me acerta. Direto na testa, me desequilibrando. Fazendo minha cabeça cair um pouco para trás com o impacto. Toda a minha cabeça dói, chego até á ficar tonto, enturvando minha visão.
Mas ela volta a medida que pisco os olhos. Ouço as últimas quicadas da bola no chão, até se extinguir por completo.
- O que você estava pen...
- Parece que você precisa treinar mais esse poder do que aquele, tinha que testar. Isto é um treino ou não? - ela me corta.
- Poderia ter me avisado pelo menos - reclamo passando a mão na testa. Seguro-me para não gritar.
- Precisava testar os seus reflexos - responde. E para ela, parece que acaba aqui.
- Vamos começar. Bryan me ajude. - O cabelo ruivo se joga para o lado em um coque. Os dois vão para o fundo do galpão, preparando alguma atividade para nós.
Isso vai ser longo.
Tenho a impressão de que não vamos ir dormir tão cedo hoje.

O Destino Dos Guardiões - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora