Capítulo 30 Longa conversa

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   Olho para o papel em minhas mãos e tento segurar as lágrimas, ando muito chorona nesses ultimos dias. Como pode? Em pouco tempo meu verdadeiro eu voltou átona e tudo culpa do imbecil aqui.

— Isso não é verdade — digo baixinho.

— Sim, Caroline. É tudo verdade, seu pai era um criminoso e seu irmão continua sendo um.

  Olho novamente para os papeis e me sento na poltrona que fica em seu escritorio. Tento digerir tudo o que li. Meu pai era um mafioso... Como assim? Não! Meu pai era um homem bondoso e carinhoso ele não era um assassino cruel.

— Isso tudo é falso! Meu pai era um homem bom

— Nunca disse que ele não era. Caroline, seu pai construiu tudo o que tem com envolvimentos com Lucius.

— As empresas da minha familia vieram crescendo a gerações!

— Seu pai deixou as empresas afundarem, ele era novo quando tomou essa responsabilidade e não sabia administrar as coisas, se envolveu com jogos de azar e começou a falir. Lucius apareceu como um salvador e em troca seu pai lhe deu sua lealdade. Seu pai trabalhou como braço direito de Lucius por muito tempo, antes mesmo de conhecer sua mãe.

— Impossivel...

  Olho novamente para as provas em minhas mãos. Esta tudo aqui, contratos assinados tanto por meu pai como por esse tal de Lucius, tem fotos, fotos do meu pai com... Com armas. Tem fotos de Abraão, com roupas estranhas com pessoas estranhas. Também vi um video de Abraão, ele estava agressivo no video enquanto batia em alguem. O video era de alguma camera de segurança, mas era tudo muito legivel... Eu não posso, não consigo acreditar.

— Onde conseguiu tudo isso?

— Eu estava trabalhando disfarçado. Tive que me infiltrar no meio dos cães de Lucius sem ser descobrerto. Me aproximar de você para me aproximar de Abraão pareceu a melhor escolha.

— Para isso me usou? — digo me levantando — Trabalha onde?

— Eu trabalho para a CIA.

— Não era contador na empresa do seu pai?

— Sim e não. Ser contador é apenas um disfarce a mais. Na verdade minha familia vem a gerações estando na CIA, meu pai foi o primeiro a sair para tomar a frente da empresa da mãe dele.

— O que você pensa em fazer com tudo isso?

— Acho que você sabe o que pretendo fazer. Foi dificil conseguir todas essas provas, eu trabalhei duro para conseguir tudo isso. Aquele pilantra matou meu irmão! Acha que vou deixar barato?!

— Eu não fazia ideia de que teve um irmão — resmungo

— Tive. E adivinhe quem o matou?

   Jogo os papeis em cima de sua mesa e olho para tudo o que ele me mostrou, cada prova, cada video, cada foto e cruzo os braços lhe encarando.

— Como Abraão entra nessa história?

— Ele começou por conta própria como matador de aluguel. Um dia contrataram ele para matar Lucius, seu irmão era convencido e aceitava fazer coisas que ninguem tinha coragem. No dia que ele foi matar Lucius, encontrou com seu pai, que com medo de Lucius descobrir o que ele fora fazer lá, apresentou o filho para Lucius. Lucius gostou do seu irmão e o contratou agora que seu pai morreu seu irmão é braço direito dele.

— Nada disso faz sentido — começo a andar em circulos, desesperada, aflita e com raiva — Como sabe tudo isso?

— Eu venho observando seu irmão a anos. Ele não era tão bom quanto achava que era, ele era apenas mais um bandidinho que a policia não era competente para pegar, mas quando ele se envolveu com Lucius passou a ter mais importancia. Acredita que seu pai tentou tira-lo dessa vida? — paro de andar e o encaro. — Seu pai não morreu no acidente de carro.

— Como é? — ele esta passando dos limites.

— Ele forjou a morte. Sua intenção era fugir depois, mas ai seu irmão entrou no caminho e como um bom pai, ele se ofereceu para nos ajudar a pegar Lucius e em troca ele queria imunidade para o filinho dele.

— Juro que se você estiver mentindo eu vou...

— Olhe para mim! Acha que estou mentindo?! — Christopher começa a gritar e cada vez mais se aproxima de mim — Eu quero aquele desgraçado apodrecendo para sempre! Essa é a missão da minha vida.

— Se meu pai não morreu naquele acidente onde ele esta?

— Antes de fazermos a enboscada seu pai foi morto.

— Como tudo isso aconteceu sem que eu soubesse?! Não! Não! Isso não é verdade.

— Pare de agir como criança. Você sabe que não estou mentindo, olhe tudo o que te mostrei. Nem todos são o que parecem ser.

  Sei que ele diz a verdade, sei que ele não esta mentindo. Não me perguntem como, eu apenas sei só não quero acreditar.

— O que vai fazer com todas essas provas?

— Você sabe. Vou entregar tudo e a justiça finalmente será feita

— Se fizer isso... Meu irmão... — eu sei que é o certo mas ele é o meu irmão, não posso permitir isso.

— Ele matou meu irmão! —  gritou enraivecido — Seu irmão é um assassino e merece mais do que isso.

— Cretino! — começo a soca-lo mas com facilidade ele segura meus pulsos — Além de ter me usado vai acabar com minha familia! Eu te odeio!

— É, eu te usei e não me arrependo. Foi por isso que te conheci e sou capaz de tudo por você.

  Olho em seus olhos e abaixo a cabeça. Como minha mãe vai lidar com tudo isso? Ela não vai aguentar saber que o marido e o filho são assassinos.

— Então... — começo a dizer e o olho — Não entregue meu irmão

— Sabe que não posso fazer isso. É a minha vingança

— Então você realmente não me ama. — Me solto dele e o encaro.

— Não julge meu amor por decisões minhas no trabalho, você não tem nada a ver com isso.

— É verdade. — viro e caminho em direção a porta — Obrigado por ter sido honesto comigo

— Então será assim?

  Me viro e fico o encarando por um longo tempo.

— Nada mudou. Você ainda me usou, ainda brincou comigo, ainda se meteu com minha familia e nunca teria me contado se eu não tivesse descobrido.

— Como tem tanta certeza? Você não sabe como tem sido para mim guardar tudo isso de você.

— Você me parece ter lidado bem com tudo isso.

   Abro a porta e saio sabendo que é a ultima vez que piso aqui.

 Tão Intenso - Livro 1 Completo ( Editando )Onde histórias criam vida. Descubra agora