Sedutor

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  Bom, vou postar esse capítulo, relativamente pequeno em comparação aos últimos, mas é porque vou viajar esta semana e só retorno na quinta da semana que vem. Este capítulo e o outro que seria um único, dividi para não deixá-las muito tempo sem a história. O restante sairá no próximo.

No mais, divirtam-se!

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Ricardo se aproximou da cadeira e sentou-se; Letícia engoliu em seco. O olhar daquele homem perturbava seu espírito, ela sentiu um tremor involuntário percorrê-la da cabeça aos pés. Um tremor de desejo e ansiedade por... ser beijada.

O pensamento e sua reação ao marido a assustou. Embora a conhecesse, ela não se lembrava dele, era quase um estranho e falaram-se apenas por minutos, talvez por meia hora direto mais cedo.

Desviou o rosto e balançou a cabeça para dissipar o pensamento lascivo, como se fosse se trair e seu marido pudesse notar o efeito que começava a provocar nela.

- Algum problema? – ele arqueou a sobrancelha ao vê-la balançar a cabeça

- N... não, eu apenas... – virou o rosto para ele sem fita-lo diretamente –... apenas estava pensando em tudo o que meus pais contaram.

- E o que eles lhe contaram? – sua expressão era de cautela

- Fatos da minha infância, sobre meu irmão Sérgio... e também me disseram que sou assistente social e administro uma ONG – criou coragem para encará-lo, embora constrangida – E que tenho uma sócia e amiga chamada Laura.

- Ah, sim... a Laura – Ricardo parecia desconfortável

- Tem algum problema dela me visitar amanhã? – observou-o com cuidado.

- Não... claro que não. Você pode receber quem quiser.

Ele abriu um sorriso, mas não lhe chegava nos olhos

- É... eu gostaria de recebe-la – ela continuava a fita-lo

- Ótimo. Avisarei a ela.

Embora disfarçasse, era visível que a ideia lhe desagradava. Recordou-se do que o pai lhe havia contado sobre a proibição de Ricardo, mas a mãe suavizou dizendo que era excesso de cuidado. No entanto, a postura de seu esposo demonstrava certa hostilidade. Será que ele tinha algum problema com essa amiga? Ainda que fosse o caso, não abriria mão de querer rever um rosto amigo que pudesse reavivar sua memória.

- Mencionaram... mais alguém? – Ricardo exalou certa tensão

- Falaram que tenho mais amigos da ONG – encarou-o intrigada – Por quê? Alguém especial que eu deveria me lembrar?

- Não... Só perguntando... – deu de ombros e serenou a fisionomia. Letícia o fitou, mas não detectou a tensão em seu rosto – Então... lhe contaram sobre sua ONG?

- Sim – ela assentiu – Só não disseram que tipo de ONG.

- É uma ONG responsável por vários projetos, o principal deles é acolher crianças abandonadas – fitava-a com admiração – E também encaminhar adolescentes de baixa renda a cursos profissionalizantes.

- Nossa... parece muito bom.

- E é... Você começou o projeto antes mesmo de terminar a faculdade e em menos de quatro anos a Girassol se tornou uma grande referência não só em São Paulo, mas em todo o Brasil... há até outra unidade em desenvolvimento no Rio.

- Girassol?

- O nome de sua ONG. Um belo nome por sinal... assim como um grande projeto – havia um brilho nos olhos dele e uma expressão de orgulho – Você sempre teve boas ideias, Letícia... desde pequena. Sempre inteligente e criativa... e um coração de ouro.

Perigosas LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora