Bela

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  Mais um capítulo logo no primeiro dia do ano. Ficou bem maior do que eu esperava. E faltou algumas coisas que queria colocar, incluindo a tal cena quente (na verdade, mais de uma, enfim). Bem, ficam para o próximo.

No mais, divirtam-se!  

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Ricardo e Letícia voltaram à mansão. Ela conseguiu estacionar a BMW na garagem e recebeu um elogio do marido que a deixou muito satisfeita.

Letícia não se trocou, aguardou pela mãe com a roupa que vestia – jeans, camiseta sem mangas e uma sandália baixa de tiras – na sala de estar em companhia do marido. Ele lhe entregou um cartão de crédito e débito e sua senha pessoal para que ela o usasse à vontade até resolver o problema de senha. Letícia se recusou, a princípio, porém, Ricardo insistiu:

- O que é meu é seu, Letícia. De que vale toda minha fortuna se não posso compartilhar com você?

- Não quero abusar... e nem gastar mais do que deveria.

- Nem mesmo se você comprasse uma loja toda ou até um shopping, conseguiria gastar mais do que deveria – quase riu pelo comentário dela – E pode abusar à vontade que não me importo... ao contrário, me deixa feliz que você gaste meu dinheiro... ou melhor, nosso dinheiro.

- Tudo bem, mas vou gastar só o que for necessário.

- Você sempre parcimoniosa – balançou a cabeça divertido – Você puxou mais a seu pai do que sua mãe.

- Começo a pensar que sim. O jeito da mamãe... não é que eu não goste, mas não tem muito a ver comigo... pelo menos não agora como me sinto.

- Sempre foi assim mesmo antes da sua amnésia. Você sempre foi mais ligada ao Marcos.

- É, me sinto assim em relação a ele.

- Tanto você como seu irmão. – Ricardo a fitou de modo enigmático – Mas Luciana sempre foi mais protetora... assim como o Sérgio.

- E como você, não é? – encarou-o incisiva

- Sim, mas sempre fui pior do que eles dois juntos – os olhos dele se escureceram – E mais ainda depois que nos casamos... tanto que contratei seguranças para você.

- Ah, sobre isso... – ela se lembrou do segurança que havia dispensado de acompanhá-la no hospital no dia anterior – Não sei se o Raul te falou, mas...

- Ele me contou. – cortou-a com expressão repreensiva – Ontem... quando cheguei antes de você me receber.

- Você... não brigou com ele, não é? – olhou-o atenta. Ainda se lembrava da repreensão que havia dirigido à Larissa – Fui eu quem o dispensei... disse que ia conversar com você.

- Para falar a verdade, dei uma bronca nele, sim.

- Ricardo...

- Eu dei uma ordem clara, Letícia. Ele tinha que a cumprir – cortou-a – Tudo bem que ele também lhe deve obediência por você ser a patroa, mas você está sem memória, fica mais vulnerável e suscetível de ser abordada por pessoas mal-intencionadas – tomou as mãos dela entre as suas – Eu também ando com um segurança, não o tempo todo, mas quando vou ao trabalho. Sou um homem bastante conhecido e rico. Seria um grande peixe nas mãos de sequestradores. E você como minha esposa... corre também esse perigo. Só quero proteger você. Entende?

- Eu... não tinha pensado por esse ângulo. – veio-lhe à mente a abordagem indireta de Daniel Ribeiro, mas não pretendia compartilhar tal informação com o marido. Ainda assim, não gostava da ideia de ter alguém a vigiando como se fosse uma criança – Mas hoje ele vai ter que me acompanhar?

Perigosas LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora