Espero que gostem.
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Letícia contemplava do vidro da janela da limusine o conjunto de prédios que formavam a matriz da Multinacional Dell Fontes. Era uma estrutura enorme e muito bem desenhada, lembrava vagamente o estilo arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Suas pernas tremiam e o coração batia acelerado, não pela edificação, e sim por seu dono. Ricardo a convidou para que fosse ali, a fim de lhe mostrar parte de seu império e almoçassem juntos; ela não resistiu ao convite, queria estar ao lado do marido o máximo de tempo que pudesse, sentia muito sua falta nas horas em que ficavam distantes. Além disso, finalmente solicitariam nova senha de seu cartão no banco.
Era sexta-feira, fazia uma semana que estava "de namoro" com Ricardo. Não haviam ido além de beijos, abraços e carícias; Letícia não se sentia pronta a voltar a ter relações sexuais com ele. Sempre que estavam em meio a fervorosos beijos e amassos, paralisava e barrava os avanços do esposo.
Não podia controlar; era uma espécie de medo que lhe vinha de repente e interpunha-se entre eles. Frustrava-se quando ocorria, não tanto por si mesma e sim por Ricardo. Sabia que para ele era mais difícil não consumarem a relação; devia ser frustrante ter seus desejos negados, por mais que a respeitasse. Mesmo assim, ele não se aborrecia, pelo menos não o demonstrava, como se entendesse seu conflito interior.
Qual era seu problema? Ricardo era seu marido. Não um canalha qualquer que sumiria no meio da noite ao conseguir obter o prazer que queria; tampouco, ela era uma donzela do século passado que se perderia ao lhe entregar sua virgindade tão preciosa. Racionalmente sabia, mas quem é que pode controlar as reações que emergem do interior?
De qualquer jeito, estava decidida: daquele dia não passaria. Entregar-se-ia ao marido naquela mesma noite sem reservas. Na noite anterior, quase aconteceu.
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Ricardo a acompanhou até a porta do seu quarto, como de costume, depois de namorarem na salinha do andar. Sempre lhe dava um beijo mais suave de despedida. Porém, o beijo se intensificou; nenhum dos dois conseguia desgrudar os lábios.
As línguas voltaram à habitual dança luxuriosa no interior de suas bocas. As mãos do marido que alisavam seu rosto desceram pelos ombros e as curvas laterais. Estreitaram mais os corpos; as respirações aceleraram; Ricardo a encostou na porta do quarto e prensou-a; arfaram.
As mãos dele subiram na região dos seus seios e apalpou-os por cima da roupa, uma carícia mais ousada que lhe permitia todos os dias. Porém, ele ousou mais além, levantou as abas da blusa que ela vestia, enfiou as mãos e subiu-as encontrando a barreira do sutiã, mas não o suficiente para barrar o contato em sua pele. Ela suspirou alto com a carícia mais atrevida, mas não o interrompeu.
Ricardo passeou os dedos pela curvatura de seus seios ainda por cima da prenda, estimulou seus mamilos. Letícia delirava e suspirava, ele estava levando-a à loucura apenas com esses movimentos.
Quando ele enfiou as mãos por baixo de seu sutiã e houve o contato dos dedos sobre seus mamilos, interrompeu o beijo para gemer alto; Ricardo a prensou mais na porta e começou a mordiscar seu queixo enquanto as mãos trabalhavam para estimular os seios; os bicos ficaram rígidos de excitação. As mãos dela se agarravam aos ombros dele, intensificando a força pelo prazer que sentia
Ela tentava conter seus gemidos, mas não conseguia; saíam altos. E escutava deliciada os gemidos dele, as pausas entrecortadas de sua respiração ofegante e a ereção esfregar em sua cavidade.
- Você me deixa louco... - declarou ele numa voz estrangulada e sufocada de desejo sem parar o que fazia – Preciso... te tocar mais...
- Ricardo... - a voz mal saiu num sussurro, ela permaneceu com os olhos fechados
- Quero fazer amor com você, Letícia – estremeceu quando ele lhe sussurrou a proposta no ouvido e mordiscou sua orelha – E você?
- Ricardo... - tornou a dizer seu nome sem dar uma resposta direta
Ele tornou a beijá-la ardente enquanto as mãos continuavam acariciando seus seios; uma delas abandonou o seio que estimulava, traçou uma linha reta passando pelo ventre, umbigo, adentrou a saia e alcançou sua calcinha; Letícia arfou, mas ainda não conseguiu pará-lo, nem mesmo quando ele acariciou sua cavidade por cima do tecido, deixando-a molhada.
Contudo, ao sentir a mão de Ricardo adentrar a vestimenta e tocar a parte interna de sua intimidade, reagiu sem que pudesse se controlar; ela o empurrou, levemente, mas o fez. De imediato, ele retirou as mãos do corpo dela e afastou-se a poucos centímetros, encarando-a. Seu peito subia e descia num ritmo acelerado assim como o dela.
Letícia se arrependeu na mesma hora quando detectou certo desapontamento na fisionomia dele, tensa pela excitação.
- Desculpe, Ricardo... - arfou sem jeito enquanto ajeitava a roupa. Sabia que corava – Eu...
- Shhh... Tudo bem... querida – ele desanuviou a expressão e colocou uma mão sobre sua boca. A voz era doce e ofegante – Não tem... que se desculpar. Só eu que... que devo me desculpar por ter passado da medida com você.
- Não... eu... eu também queria – retirou a mão dele para falar – Eu quero... Ricardo, juro que eu também quero. Eu desejo você.
- Eu sei, meu bem... eu sei... - ele alargou o sorriso – Mas você ainda não está pronta... pelo menos não hoje.
- Eu posso estar. – insistiu e pegou no rosto dele com ambas as mãos – Eu... sei que você quer, Ricardo. Eu sou sua esposa... e quero te agradar.
- Mas não quero que me agrade se... não for o que deseja por completo, Letícia – olhou-a sério e inspirou uma golfada maior de ar para regularizar a respiração – Eu a desejo muito, você não tem ideia do quanto... e mal posso esperar para tê-la de novo nos meus braços. Mas não quero que se sinta forçada a nada, já te falei isso – pegou as mãos que seguravam o rosto dele e juntou-as, beijando uma de cada vez. Letícia estremeceu – Será quando você quiser de fato, querida. Não quando eu quiser porque eu já quero – sorriu – Vai acontecer quando você estiver segura. Tem que ser prazeroso para você em primeiro lugar.
- Ricardo... você não existe – ela o fitou sentindo um nó na garganta, contendo-se para não chorar de emoção por aquele homem tão maravilhoso – Que bom que eu tenho você na minha vida.
- Sou eu que agradeço por ter você na minha... por estar viva e aqui comigo – o olhar dele era cheio de ternura ao soltar suas mãos e segurá-la pelos ombros – Acredite em mim, minha Letícia, quando eu digo que apenas por poder beijá-la, me sinto feliz. Achei que nem isso teria oportunidade de fazer de novo
Letícia assentiu emocionada imaginando que ele o dizia pelo acidente
- Bom... acho melhor deixar minha linda esposa dormir... – pegou levemente em seu queixo – E não se preocupe em me agradar, Letícia. Vamos fazer amor no momento certo.
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Perigosas Lembranças
Любовные романыLetícia é uma jovem mulher que se vê num quarto de hospital, vítima de um acidente e sem a menor ideia de quem seja. Ao seu lado, encontra-se Ricardo Fontes Guerra, famoso e rico empresário, um homem tão atraente como enigmático que revela ser seu m...