Seu prazer

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  Bem, finalmente posto o tão aguardado capítulo. Procurei caprichar nos detalhes, sem cair na vulgaridade. Mas está detalhado mesmo, quem não gosta, pule essas partes.

No mais, divirtam-se!  

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 Aproximaram-se do rolls-royce de Ricardo no estacionamento do restaurante. Ele havia dispensado Pedro àquela noite para ter o prazer de dirigir e, ao mesmo tempo, relembrar mais algumas lições de direção à esposa, conforme haviam começado há uma semana, mas não tiveram oportunidade de continuar devido ao horário que ele chegava da empresa.

Ricardo a conduziu até a porta do carro e abriu; foi só neste momento que se permitiu soltar sua mão. Ele nunca deixava de cumprir um gesto cavalheiresco, nem mesmo prestes a tomá-la em seus braços. Mantinha uma postura segura, ao contrário dela, que não conseguia disfarçar o nervosismo e o tremor.

- Obrigada – disse-lhe tímida e sentiu o rosto queimar.

Seu esposo se limitou a emular um sorriso de canto. Letícia se acomodou no banco e esperou ele entrar do outro lado; Ricardo se sentou e tomou sua mão de novo:

- Podemos ir embora se você quiser. Mas sabe que você não precisa se forçar a nada que não deseja.

- Eu sei – ela assentiu e pôs a outra mão no rosto dele – Mas eu realmente quero.

Ele tomou essa mão e beijou-a com reverência.

- Prometo que farei com que essa noite seja maravilhosa para você.

- Já está sendo.

Ambos sorriram. Ricardo soltou suas mãos, deu partida no veículo e se foram. Durante o trajeto, permaneceram em silêncio, mas eram palpáveis a atmosfera sexual entre eles e a expectativa; os pequenos toques nas paradas nos sinais acentuava o quanto: seu marido lhe tomava a mão, acariciava seu rosto ou lhe dava um rápido beijo nos lábios.

Finalmente, chegaram à casa. Ricardo estacionou, desceu e abriu a porta para que saísse, deu-lhe a mão. O silêncio permanecia, sendo apenas cortado pelos ruídos longínquos do trânsito da cidade, de grilos e outros sons.

O coração de Letícia disparava e ela tremia a cada passo, mas tinha certeza do que faria. Escutava a respiração calma do marido, mas tinha a impressão de sentir certa tensão por parte dele, a despeito de sua postura tranquila. Ele a puxava pela mão, caminhava à sua frente.

Chegaram em frente da casa, Ricardo tirou a chave do bolso. Destrancou a porta com uma aparente calma, traída somente por um leve tremor que Letícia detectou em sua mão. A casa foi aberta; o interior parcialmente iluminado por algumas lâmpadas acesas.

Assim que cruzaram o umbral e Ricardo fechou a porta, ele a puxou suavemente pela cintura e a beijou. Os suspiros de ambos se misturaram; as mãos dele deslizaram por suas costas e alisaram-nas; ela jogou os braços em volta do pescoço dele. Ricardo conduziu-a e encostou-a na parede perto da porta, aprofundou o beijo e estreitou o espaço entre seus corpos. Letícia ardia, arfou ao sentir a pressão da ereção dele em sua cavidade e o peito másculo contra os seios.

Não sabia dizer quanto tempo ficaram ali se beijando, mas em certo momento, Ricardo afastou minimamente os lábios e perguntou-lhe num sussurro ofegante:

- No seu quarto... ou no meu?

- No meu. – respondeu ela também ofegante – Está mais próximo.

Ele deu um curto riso.

- Verdade.

Afastou-se, mas não soltou sua cintura. No olhar, mesclavam-se amor e luxúria. Ricardo trancou a porta, atravessaram a sala e subiram a escada, ela na frente, com a cintura ladeada por seus braços. Letícia podia sentir o olhar do marido a queimando, talvez a desnudando, já que conhecia seu corpo.

Perigosas LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora