Sim, sou sádico

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Duas horas depois, Otto Perardt conversava com Anthony.

— Presumo que você tenha esclarecido todas as cláusulas do contrato?

— Ainda não. — respondeu Anthony enquanto fechava sua pasta e organizava a pilha de papéis sobre a mesa. — Preciso que você entregue a ela em mãos, ainda hoje tudo isto. — disse ao repassar-lhe um envelope de cor parda e lacrado com um selo incrustado com o brasão da família Bardini.

— Como assim, ainda não?

— Quero dizer que ainda não acertamos os detalhes. Ela acabou de aceitar, então preciso que aceite os acordos pré-nupciais e assine o compromisso de confidencialidade.

— Irá mesmo impor a ela estes termos? Apenas casar-se com ela não basta? Além do mais, pode ter a mulher que quiser.

— Foi você quem deu a ideia do casamento, para que pareça real preciso ser um homem fiel. Agora se me der licença, Otto, tenho que sair.

— Como assim sair? Estamos lotados de coisas a fazer.

— Se vou ficar noivo, preciso de um anel. — riu ao passar por Otto, abotoando elegantemente seu terno preto.

No caminho a joalheria mais requisitada da cidade, Anthony pensava em como seria abrir mão de sua liberdade, mesmo que por alguns meses, um ano no máximo, para poder lavar sua reputação, valia tudo.

Ele havia arquitetado diversas formas diferentes para pôr as mãos naquela maldita empresa falida, no entanto, a mídia não seria nada amistosa, e sabia que a má reputação afetaria seus negócios.

Se não fosse por tanta hipocrisia, ele teria tomado posse da maldita empresa assim que Rócio Mattes bateu as botas, ou até mesmo antes, mediante ao que sabia a respeito do seu falecido futuro sogro.

Seu objetivo era com os negócios, não os joguinhos de amor. Por outro lado, já que devia se casar para ter o que queria... Por que não brincar um pouco de marido e mulher?

Otto Perardt, além de seu amigo e advogado pessoal, era também um dos sócios da empresa, assim como Tadeu. Ambos os sócios, juntos, tinham oito por cento da empresa e os dois estavam convencidos que a má fama de Anthony estava prejudicando os negócios.

Por conta de um ultimato dos administradores, Anthony estava sendo obrigado a se comportar. Nem que fosse apenas publicamente. Mudando sua postura, tornando-se um homem apreciado e respeitado na sociedade, sendo um verdadeiro cavalheiro, um CEO invejável.


                                                       Mais tarde, num prostíbulo...

— Até que o anel é bonito, eu me casaria com você. — disse a prostituta no colo de Anthony, que gargalhava enquanto a mulher estendia a mão, admirando o anel que estava em seu dedo, que seria em alguns dias, o anel de noivado de Annabelle.

Ódio & Luxúria - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora