Um noivado, apenas um negócio...

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Quando Annabelle deixou o banheiro, com os cabelos já secos, maquiada e usando o vestido floral de alças fina que escolheu para aquela manhã, Belinda já não estava pelo quarto rondando e fazendo perguntas.

Ela vestiu um blazer branco curtinho por cima do vestido, pegou uma bolsa azul celeste de uma grife famosa e cara e calçou sandálias rasteira, bordadas de safira celeste, combinando com sua bolsa, e saiu para seu compromisso.

No caminho, pensou que talvez fosse sua última chance de sair correndo de tudo e de todos, de encontrar um buraco sujo e curtir sua realidade financeira, mas a verdade é que ela nunca teria esta coragem de jogar tudo para o alto e sumir no mundo. Sempre foi orgulhosa demais para uma coisa destas. E sua educação lhe impedia de se tornar uma covarde e voltar atrás com sua palavra.

Annabelle cumprimentou Alberto, o velho segurança na guarita do portão de sua casa, quando passou por ele dirigindo seu conversível branco, passando pelas ruas arborizadas e limpas do Jardins logo chegava ao seu destino.

Quando parou o carro, logo um manobrista veio ao seu encontro e abriu a sua porta, Annabelle desceu e lhe entregou a chave da BMW.

Uma brisa fresca agitou seu vestido quando ela caminhou pelo carpete verde da entrada do restaurante. Uma recepcionista veio ao encontro de Annabelle.

— Boa tarde senhorita Mattes. Acompanhe-me, por favor. — Annabelle não precisou dizer uma única palavra, apenas sorriu simpática e seguiu a jovem sem se incomodar em saber qual era seu nome.

O restaurante parecia um grande jardim coberto, com paredes de vidro que davam vista para outras paredes cobertas de plantas trepadeiras, das paredes de vidro desciam água formando cascatas que despejavam em um lago de peixes coloridos que seguia por todo o restaurante em um grande lago abaixo de seus pés, cobertos pelo piso de vidro.

Um saxofonista tocava músicas MPB, e era um tanto cômico que o glamoroso restaurante paulista tocasse a boemia carioca. Isto fazia Annabelle lembrar-se de sua última ida ao Rio.

À mesa estavam cinco homens. Ao lado de Anthony, estavam Otto Perardt e Tadeu Libório, ambos sócios e advogados da Rede Hoteleira Bardini. O quarto homem era Fausto Queiroga, o antigo advogado da família Mattes, Annabelle o reconheceu de cara, mas foi o quinto homem que Annabelle não reconheceu... E ele estava do outro lado da grande mesa redonda para seis pessoas e sorria em sua direção. Ele tinha os olhos tão azuis quanto os de Anthony, porém não cinzas e enigmático como os de Anthony, os seus eram azuis claros como um dia ensolarado, cristalinos como um oceano, mas não passavam pureza alguma. Seus cabelos, deviam ir até os ombros, pois estavam presos para trás em um curto rabo-de-cavalo. Ele também não usava gravata, como os outros homens à mesa, apenas um blazer cinza por cima de uma camisa de malha preta.

Ódio & Luxúria - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora