O patriarca Rócio Mattes morre misteriosamente em uma suíte de seu Hotel em São Paulo, deixando órfãs suas filhas Belinda e Annabelle Mattes, ambas que já sofreram anos atrás com a morte de sua jovem e amada mãe. Mas será a filha mais velha, Annabel...
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Anthony terminava de assinar o cheque com o valor da conta do atendimento no hospital, quando ouviu os passos atrás de si... Então, virou-se elegantemente e encarou Annabelle com um estranho brilho nos olhos, sorriu para ela quando guardou sua carteira e fechou sua caneta de ouro, guardando-a no bolso interno do paletó.
— Aí está ela! – ele disse de forma teatral para a recepcionista do outro lado do balcão e apontou para Annabelle. — Ela não é linda?
— Sim. Linda. – respondeu a jovem do outro lado do balcão, suspirando encantada, mas não com Annabelle, e sim com ele.
Ela percebeu que ele estava lhe fazendo ciúmes... Ou tentando.
— Oi. — ela disse, dando um sorriso simpático para a jovem e voltando a atenção para Anthony. — Podemos ir?
— Sim, claro. – ele respondeu com um sorriso.
Caminharam juntos para longe da jovem enquanto Annabelle tinha uma estranha sensação de que Anthony não facilitaria sua vida pelos próximos meses.
— Daqui, iremos direto para o aeroporto. — Anthony disse ao pegar da mão de Annabelle a sacola, e passar sua outra mão pela cintura dela, deixando ela um tanto constrangida.
Afinal, além da recepcionista que ficara para trás a cada passo que ambos davam em direção ao elevador, quem mais eles deveriam impressionar?
Ela não repeliu a mão de Anthony em sua cintura. Ao contrário, ela se esforçou para respirar com mais calma e acostumar-se ao toque. Levando em consideração o fato de que, o carinho parecia ser verdadeiro.
Eu preciso tanto disto, de verdades... Qualquer verdade que me traga um pouco de paz em meio a essa loucura. Ela pensou ao fechar os olhos com força quando entraram no elevador.
— Eu tomei a liberdade de arrumar suas malas, me desculpe por mexer em suas coisas. — Anthony sorriu, ainda com a mão sobre a cintura de Annabelle.
— Tudo bem. — ela respondeu baixo, sentindo-se desconfortável.
Ele molhou os lábios antes de apertar Annabelle ainda mais para perto de seu corpo.
— Você não me conhece... Mas precisa saber que apesar de tudo, estará segura ao meu lado. — ele disse calmo.
Suspirando, ela pensou o quanto aquilo parecia com a verdade que ela acabara de pedir mentalmente.
Ele sempre parecia adivinhar seus pensamentos.
— Eu sei. — ela murmurou, lembrando de todo o aparato de segurança no seu pé.
— Não foi apenas você a se comprometer... — Anthony fixou os olhos no rosto de Annabelle, forçando-a a encará-lo de volta. — Nossas assinaturas estão naquele contrato. Mas, além de tudo, existe o que prometi fora aquele contrato.
— Não me lembro de promessas além da qual você me garante não me forçar a ir para cama com você. — ela disse de uma só vez. Respirando fundo no final.
— Sim, é verdade. Mas não entendeu a parte que prometi ser um cavalheiro. — Ele disse.
Gentilmente, seus dedos da mão que estava sobre a cintura de Annabelle, lhe fizeram um breve e inocente carinho.
De forma robótica, Annabelle sorriu quando as portas do elevador se abriram, e abraçados passaram pelo hall de entrada e saída vip do hospital.
Como esperado, dezenas de fotógrafos os aguardavam, muitos flashes foram disparados, Anthony apressou os passos e conduziu Annabelle rapidamente para o interior do veículo. Isto foi diferente, Annabelle sentiu-se agradecida. Ele não parou para posar e exibi-la como sempre fazia. Ele a protegeu da exposição desnecessária. Um cavalheiro. Ela concluiu mentalmente, pois levando em conta a situação, ele poderia ser apenas o canalha de sempre e condecorar a si mesmo como um herói, assim, ganhando definitivamente o afeto da mídia. Mas ele não fez isto. Ele a protegeu.
— Obrigada! — ela agradeceu assim que ele bateu a porta do carro com força. Ele parecia tenso.
— Isto não era necessário... Foi demais até para mim. — ele resmungou depois de jogar a bolsa dela sobre o banco.
Anthony já tinha um novo celular, desbloqueou a tela e não parou de receber e enviar e-mails. E lá estava o Anthony frio e distante que Annabelle conhecia. O CEO dos Hotéis Bardini, o homem frio para com os negócios, e ainda mais frio para o amor.
