Rio de Janeiro (parte 1)

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Rio de Janeiro, vinte e cinco de Março de 2010.

— Seu quarto é o número 704. Seja bem vinda. — disse a recepcionista no balcão do Hotel Bardini.

Annabelle olhou tudo a sua volta, está sozinha. Um rapaz se aproxima e ajuda com a bagagem.

— Obrigada. — ela agradeceu, ainda um tanto atordoada.

Ela não tinha ideia do que poderia estar acontecendo. Quando ainda naquela manhã, conhecerá o segundo sócio de seu namorado, Tadeu Libório, ao assinar os documentos levados por ele. Estranhou a feição seria do jovem, ele fora estritamente profissional e frio. Não lhe dera um sorriso, pelo contrário, parecia ter pena dela.

Anthony não estava no avião quando ela entrou no jato particular. A comissária de bordo lhe serviu uma taça de champanhe e lhe deu boas-vindas, se pôs às ordens caso Annabelle precisasse de algo, mas nada disse a respeito de Anthony.

Quando o jato pousou no Rio, um carro já esperava por ela. Mais uma vez ela não encontrou Anthony no interior do carro.

No hotel, descobrira que um quarto só para ela a sua esperava.

Não que ela não tenha apreciado a privacidade do quarto, mas estranhara o fato de que ele não viajara com ela. Nem ao menos um telefonema. Ela estava ficando louca, mas seu orgulho ressaltava em sua personalidade turrona.

Se ele não telefonasse, não seria ela a telefonar para ele. Pensou ela com desdém. Ao mesmo tempo, sua mente era afetada por dúvidas e medos dos quais ela não compreendia.

Um cartão preto acompanhava uma caixa marfim enorme, as inicias da grife famosa e cara estava estampada em dourado sobre a tampa da mesma, ao lado uma única rosa vermelha estava destinada a ela.

'Esteja deslumbrante essa noite. Te encontro no hall do hotel às 8:hrs; Não se atrase!'

Não era necessária uma assinatura para que soubesse o nome do remetente.

Com curiosidade ela abriu a caixa que estava fechada apenas por um laço de fita vermelho. Assim que depositou a tampa da caixa sobre a cama, pode vislumbrar o tecido vermelho. Mas foi ao desembrulhar o pacote que estava coberto por papeis de seda, que seus olhos quase saltaram de sua face... A boca aberta, o coração a mil.

Lá estava o vestido vermelho carmesim... Quase uma réplica do que ela usou em sua festa de dezessete anos. Com alguns detalhes mais modernos, é claro. Porém, bordado com extrema delicadeza... Este só não era tomara que caia como o original, mas era longo e estreito assim como o que usou em sua festa.

— Não acredito. — balbuciou, tapando a boca com as mãos.

Ainda que sua mente revivesse memórias e sentimentos antigos, sua consciência gritava, piscava quase que como um letreiro luminoso a palavra Armadilha e logo em seguida Perigo. O problema maior era que ela não sabia que caminho seguir.

Não pode ser apenas por aquele maldito contrato! Ela sussurrou esperançosa. Ainda que, odiasse a si própria por se levar a sentimentos tolos.

Pegou o belo vestido de festa em suas mãos e o esticou por completo, ele era pesado, com o busto encorpado... Com certeza iria valorizar seus pequenos seios. Seus olhos brilharam, e ela sentiu o desejo de vesti-lo imediatamente.

Olhou para seu relógio de pulso e ainda era muito cedo, faltava pouco para o meio dia e seu estomago estava furioso, como um faminto leão recém acordado. Então, pensando com clareza, ela esticou com cuidado o vestido sobre a cama e observou sua beleza por uns cinco segundos antes de pegar sua bolsa e deixar o quarto.

Pensou em pegar um táxi, mas assim de cruzou o hall principal do hotel de seu quase noivo, um segurança veio em sua direção e sem uma única palavra ele caminhou ao seu lado.

A senhorita Mattes está saindo. Ela o ouviu dizer ao rádio, e achou absurdamente exagerado.

— Não me espantaria se encontrasse um tanque de guerra como escolta lá fora. — ela disse alto o suficiente para que o segurança ouvisse. Porém, sendo estritamente profissional, ele não respondeu ou demonstrou qualquer emoção.

De fato, um carro esperava por ela, outro segurança estava segurando a porta do carro para ela. Annabelle parou por dois segundos na calçada e encarou a cena. Ela nunca fora controlada desta forma. Porém, sabia que ficar contrariada não ajudaria, não tinha escolhas.

Anthony me paga, ah se me paga. — ela resmungou em voz baixa e seguiu para o interior de veículo.

— Para aonde deseja ir, senhorita? — o motorista perguntou.

— Me leve a um bom restaurante. — disse de mau humor.

Almoçou sozinha em um restaurante elegante à beira mar, saboreando a refeição com champanhe apenas para relaxar.

Quando retornou ao carro, lá estava o mesmo segurança que abriu a porta para ela na saída do hotel, foi só então que reparou que outro carro a seguia. Mais uma vez ela respirou fundo e controlou sua fúria, sabendo que de nada adiantaria discutir com aqueles homens... Seu alvo e responsável por todo este circo era Anthony Bardini.

— Como se já não pudesse ficar ainda pior! — ela resmungou, referindo-se o quanto tudo aquilo parecia ridiculamente exagerado para ela. Ela não era nenhum tipo de celebridade, afinal.

Então, indicou o estúdio de beleza para onde desejava ir, e ao chegar, foi muito bem recebida, passou quase toda a tarde se embelezando.

Por volta das sete horas da noite ela deixou o estúdio de beleza. Sua pele estava macia e radiante após receber esfoliação, banhos de infusão e profunda hidratação. E suas unhas tratadas. Seus cabelos estavam soltos, macios e volumosos, formando ondas perfeitas, a maquiagem era discreta e iluminada, um belo traço negro delineava seus belos olhos verdes, e o toque final ficaria por conta de seu batom preferido. O vermelho extasiante, pura luxúria.

Evitou a entrada principal quando chegou ao hotel, pedindo ao motorista que fosse direto para a garagem. Annabelle também usou o elevador de acesso restrito, temia que os paparazzi já soubessem de sua estadia na cidade, e o pior de tudo... O hotel onde estava hospedada. Toda a agitação noturna já seria o suficiente.

Assim que trancou a porta de sua suíte, retirou seus sapatos altos e caminhou em direção ao quarto e despiu-se por completo.

Deitou-se na cama ao lado do belo vestido. Tocou com suavidade o tecido bordado, que em contraste com sua pele clara, deixava o tom de vermelho ainda mais vibrante.

Um aperto em seu coração fez seus olhos inundarem. Mas ela não estragaria sua maquiagem. Então, respirou fundo e engoliu o choro literalmente. Sentiu medo e insegurança. Decidiu que deveria tomar mais algumas taças de champanhe, pois lhe ajudaria a relaxar.


Ódio & Luxúria - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora