Rio de Janeiro (parte 4)Ressaca

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Annabelle abriu os olhos lentamente quando o sol forte aqueceu sua pele... As cortinas de sua suíte estavam abertas, e o calor escaldante do Rio de Janeiro ultrapassava os vidros escuros da grande janela.

— Merda! — ela resmungou, quando a maravilhosa, mas para ela torturante, revigorante luz do sol da manhã lhe acordou.

Ela apenas suspendeu o corpo e vislumbrou o mar lá em baixo, do alto do prédio... A imensidão azul era ainda mais deslumbrante. Era um convite para uma visita à piscina do hotel. Ela não resistiria por mais tempo dentro daquela suíte.

Anthony acertou sobre a dor de cabeça que Annabelle sentiria, mas esqueceu de lhe dizer sobre a ressequidão na boca. Porém, Annabelle ignorou os sintomas, incluindo sensação ruim de mal-estar e seguiu para o banho.

Flashes da noite anterior inundaram sua mente assim que a água da potente ducha caiu sobre sua cabeça, molhando seus longos cabelos castanhos e levando o cheiro do perfume almiscarado que ainda permanecia em sua pele.

Ela tocou os lábios, sonhando com a excitante sensação de ter os lábios pressionados pela mão grande de Anthony, que a impedia de gemer, em resposta ao toque despudorado.

E lá estava ela... Sonhando acordada com Anthony Bardini, como sonhava no passado.

— Eu te odeio! – ela rosnou brava consigo mesma. — Eu sou uma idiota, uma fraca!

De repente, o banho se tornava urgente. A lembrança da noite anterior atiçava seu gênio abespinhado.

— Eu o odeio... Ele nunca irá me ver implorando por ele. Idiota.

Ela resmungava sozinha pela suíte, enquanto ainda enrolada por uma toalha branca e felpuda, procurava por um pequeno conjunto de biquíni cor-de-rosa que havia trago em sua bagagem.

Quando encontrou por fim as pequenas peças de lycra, Annabelle tratou de vesti-las com pressa. Já terminava de amarrar a parte de cima de seu biquíni frente ao espelho quando a campainha tocou. Ela já havia penteado os cabelos e prende-los em um rabo-de-cavalo, aplicado uma base com protetor solar no rosto e uma fina camada de rímel à prova d'água.

Paralisada, encarando sua imagem frente ao espelho, Annabelle sentiu um calafrio no estômago.

A campainha tocou uma segunda vez.

— Não seja uma covarde! — ela repreendeu-se.

Sobre a cama, estava o lenço floral e levemente transparente que usaria amarrado sobre os quadris. Ela o apanhou e rapidamente o amarrou em volta de seus quadris, caminhando em direção à sala da suíte.

Ao se aproximar da porta, ela respirou exageradamente umas três ou quatros vezes antes de abrir.

— Bom dia, senhorita Mattes. — disse a simpática camareira.

Ódio & Luxúria - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora