O patriarca Rócio Mattes morre misteriosamente em uma suíte de seu Hotel em São Paulo, deixando órfãs suas filhas Belinda e Annabelle Mattes, ambas que já sofreram anos atrás com a morte de sua jovem e amada mãe. Mas será a filha mais velha, Annabel...
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Noite do noivado...
— Está tudo pronto, vamos lá! — Belinda estava tão irritantemente excitada com toda a festa e a badalação lá fora, que deixou Annabelle ainda mais nervosa, enquanto ainda dentro do seu quarto, encarava-se no espelho reunindo coragem para descer.
Sabia que devia montar um sorriso feliz, empinar seu nariz arrebitado naturalmente e receber os cumprimentos de toda aquela gente superficial. Além de encarar também alguns repórteres para uma exclusiva de alguns minutos.
— Eu preciso de mais tempo. — ela implorou, sua mão esquerda estava sobre o peito, e uma pulseira pesada de diamantes e ouro branco refletia no espelho assim como seu par de brincos.
Acessórios inúteis, como ela chamara. Já tinha joias o suficiente para usar por toda uma vida se unisse as suas próprias joias e as herdadas de sua mãe.
— Não existe mais tempo... Anthony está lá embaixo só esperando por você descer e acompanhá-lo até a área onde reservaram a mídia para uma entrevista rápida.
— Carniceiros. — Annabelle os xingou entre os dentes.
E queria poder os xingar mais, e na cara deles.
— Vamos lá... Está na hora. — Belinda tocou os ombros de sua irmã.
Annabelle retocou sem necessidade o batom vermelho e levantou-se, arrastando a curta cauda que o vestido completamente bordado na cor vermelho carmesim formava na parte de trás, sendo mais curto na frente para revelar o suficiente das sandálias de tiras de seda também vermelha.
Seu coração estava disparado, uma sensação de dèjá vu tomava sua mente... A cada passo, observando o brilho das pedras brilhantes de seu vestido, Annabelle reunia forças pelo caminho para encarar o que estava por vir. Pois ela sabia que, teria de tocar em Anthony, deixar que ele lhe beijasse, mesmo ela sabendo que isso não lhe fazia bem de forma alguma, e até que tivesse de contar algumas falsas historinhas sobre como começaram a namorar.
Ao pé da escadaria, Anthony lhe esperava com um sorriso galanteador e os olhos brilhantes. E todos os esforços que ela vinha reunindo, caiu por terra ao vê-lo tão belo. Ainda assim, ela desceu graciosamente... Passo a passo, sem pressa, com sua postura de rainha. Mais uma qualidade herdade de sua mãe.
Anthony sendo um perfeito cavalheiro, lhe estendeu o braço; Oferecendo-lhe proteção e atenção, e ela aceitou.
Ele usava um maravilhoso terno com gravata de seda azul escuro.
— Seria um tanto clichê, se eu dissesse que está encantadora? — Ele perguntou bem humorado.
— De forma alguma. — ela o garantiu. — Elogios educados nunca são demais, e muito menos clichê.
Sorrindo abertamente, ele aproximou os lábios e beijou sua testa... Logo escorregando até sua orelha.
