Capítulo 4

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Ele caminhou pela sala e parou atrás da cadeira de Annabelle. Anthony contornou sua mesa e sentou-se de forma elegante, abrindo o único botão de seu paletó. Neste instante, uma copeira bateu a porta.

— Entre. — Ele respondeu, observando a mulher de uniforme colocar sobre a mesa do bar uma bandeja com água fresca. — Pode ir, eu sirvo a senhorita Mattes.

Ele foi até a bandeja, e com graciosos gestos, colocava água em um copo.

— Caso sua irmã não aceite a minha proposta, as ações de sua empresa serão vendidas em um leilão... Eu terei um representante lá, pronto para dar o maior lance; O que não será necessário, já que, o que resta de sua empresa cheia de dividas, estará a preço de banana.

— Isso não vai acontecer! — Annabelle disse com a voz firme.

Anthony riu de sua teimosia. Serviu-a o copo com água, mas ela o ignorou. Ele então colocou o copo sobre a mesa.

— Parece que não está a par da realidade, Senhorita Mattes... - Anthony a provocou. — Deixe eu lhe mostrar o outro lado da moeda. — Provocante, ele parou ao lado dela e tocou uma mecha de seu cabelo, enquanto a coitada estava congelada em sua cadeira. — Se Belinda aceitar casar-se comigo, por direito, metade da empresa voltará a pertencer a vocês.

— Já disse que está fora de cogitação... — Com um misto de ódio, medo e nojo, ela afastou de forma rude a mão de Anthony dos seus cabelos.

— Annabelle... Posso até ser generoso. Enquanto a empresa não der lucros, serei bonzinho e patrocinarei sua vida de luxos.

Anthony foi até o bar. Serviu-se de uísque e voltou à sua mesa, sentou-se e encarou Annabelle diretamente nos olhos.

— Você deve ter visto por aí que minha reputação não está das melhores. — abafou uma risada e continuou. — Já perdi muito dinheiro tentando mudar este status.

— Você continuará sendo um canalha, casando-se com minha irmã ou não! Pensa mesmo que um dia irá conseguir calar a boca da sociedade? — Annabelle desacreditou.

— Absolutamente. — ele afirmou, seus olhos brilharam. Os negócios que o motivava. — Pensa comigo... Um casamento com a mais recente órfã da sociedade paulista, emocionaria a todos com a imagem de um noivo muito generoso e apaixonado. Ainda tem duvidas?

Irônico, ele abafou uma risada ao dar um gole de seu uísque.

— Isto nunca irá acontecer! Não permito. — Annabelle respondeu devagar, acentuando cada silaba.

— Isto será Belinda, quem irá decidir. — ele esboçou mais um sorriso frio e perguntou: — Ela explicou o acordo?

Sim, Belinda tinha explicado o acordo. Anthony queria a empresa. Mas o casamento vinha com uma série de acordos pré-nupciais, termos e compromissos a ser cumpridos. Termos estes que Annabelle já imaginava quais.

— Ela me explicou. — Annabelle sacudiu a cabeça impaciente e encarou o homem a sua frente. — Para Belinda, tudo não passa de um grande blefe, ela nunca irá vir aqui e assinar este maldito contrato.

— Então você sabe o que irá acontecer. — ele deu de ombros, seus lábios apertados em uma careta de desdém.

— Vim aqui lhe oferecer a empresa antes que chegue a público a falência do meu pai, vendo-a por inteiro a um valor razoável.

— Bobinha... — ele disse com falso carinho. — Todos nesta cidade já sabem das dívidas do seu pai, mesmo antes dele morrer.

— Isso é impossível, nem mesmo eu e minha irmã sabíamos.

— Vocês não têm conhecimento nem da metade sobre o que acontece nesta cidade. E isso não me importa também. O que desejo é lavar o meu nome com uma noiva respeitada.

— Esqueça. Não terá a vida de minha irmã em suas mãos.

Anthony retomou sua postura de CEO, e friamente encarou Annabelle.

— Sendo assim, acredito que nossa reunião tenha acabado. Vou acompanhá-la até a porta.

Ele levantou-se e gesticulou para a porta, Annabelle também levantou e caminhou em direção à porta, sendo ladeada por Anthony.

— Isto não é apenas um jogo sujo, vai além! É absurdo, você está querendo comprar uma escrava! — ela protestou.

— Eu diria que as duas colocações estão corretas. — ele disse friamente ao abrir a porta e sorrir cinicamente para Annabelle.

Annabelle não sabia mais o que dizer. Sentia suas mãos frias e suadas, e até levemente tonta por tamanha falta de escrúpulos do homem a sua frente.

— Mais alguma pergunta? — perguntou Anthony, de firma impaciente.

Os pensamentos de Annabelle colidiam uns com os outros, como se estivessem girando no olho de um furacão. Ao mesmo tempo em que sentia vontade de bofetear aquele homem, novamente.

Ela queria cuspir na cara dele tantas palavras e sentimentos que guardará com ela por tantos anos. Mas tinha a absoluta certeza que seria presa por isso. E suas tragédias só aumentariam, perderiam tudo que o pai deixou de qualquer forma, caso não aceitasse a proposta daquele demônio.

Anthony vendo a hesitação em Annabelle fechou a porta, abriu o botão de seu paletó e pôs suas mãos nos bolsos, encostando-se a parede de forma despretensiosa.

— Ninguém sairá perdendo... — garantiu, olhando Annabelle nos olhos de forma intensa. – Ao contrário, ambos sairemos ganhando. A imprensa vai finalmente me ver como o respeitado herdeiro da família Bardini e consequentemente, um homem de negócios confiável, não serei mais o "desastre da família Bardini'", como eles costumam me classificar.

— Você sempre será um patife, como sempre foi! — ela o acusou, deixando Anthony confuso.

Ódio & Luxúria - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora