Capítulo 2- Parte II

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---X---

O final do dia escolar é sempre um regalo de ver, senão com as raparigas e rapazes, mortos de cérebro, vivos de corpo, convidarem-se para uma boa "sessão de estudo" na casa de um. Isso sim é realmente bonito. Não digo que eles não gostarão, porque vá lá que não vá, o que eles vão fazer é mandar uns flirts aqui, trocar umas salivas acolá. Isto tudo no bom conforto do quarto de um deles.

Ora bem, se a coisa por acaso começar a aquecer muito, basta que a mãe, que eu aposto estava atrás da porta a ouvir tudo, toda excitada, entre no quarto, interrompendo "sem querer" os monstros, e parando a possível fecundação de alguma vez acontecer.

Pois quem algum dia queria uma gravidez na adolescência. Quem? A resposta é: NINGUÉM. Ponto final. Mas, vocês acham que os adolescentes querem saber, para eles não há consequências, só há o momento. O futuro para eles é algo longínquo.

Nunca poderia eu viver por esse lema: Vive o momento. Pois, está mais para: Esquece as consequências e ignora qualquer lógica.

Idiotas. São todos idiotas.

Com o acabar das aulas, e o desaparecer para casa de muitos dos alunos, excluindo os que têm clube, e agora, infelizmente também eu, as salas foram-se limpando do lixo humano que as preenchia.

Eu, depois de pegar na minha mochila, dirigi-me á sala dos professores, o meu lar, para ter um dedo de conversa com a minha querida Prof.Eyleen. Com quem eu brinco em demasia.

Abrindo lentamente e sorrateiramente a porta da sala dos professores, notei a Prof.Eyleen a acender um cigarro e a levá-lo á boca, tragando e expulsando o fumo em pequenas bolas queridinhas. Ohh, que querida. Encostada á sua mesa, e sem outro professor na sala, ela deve ter pensado que poderia fumar á vontade, algo que é proibido na escola.

De matreiro, entrei na sala e disse, "Olhe que fumar faz mal, Prof.Eyleen.", a Prof.Eyleen rapidamente apagou o cigarro e atirou contra a minha cara. Hey!

"Cala-te, Lars. Tu não és meu pai."

"Sorte sua que não sou, senão não a ia ensinar a fumar onde não deve.", disse, pousando a mala na mesa. Depois, olhei a professora e notei um sorriso sorridente nos seus lábios, acompanhado de um pequeno brilho nos seus escuros olhos.

"Ainda bem que vieste, Lars."

"Não que eu tenha tido escolha.", a Prof.Eyleen clicou a língua.

"Não respondas, eu ainda sou a tua professora, meu caro aluno.", suspirei...

Maldito abuso de poder...

"Diga lá então, senhora professora, de que clube se trata?", antes de eu me compor mentalmente, a professora apontou um dedo na minha direção e abanou-o.

"Na-na-não, Sr.Pessimista, só vai saber quando lá chegar. Não tem piada nenhuma saber antes.", piada...Acho que a professora tem um senso de humor meio doentio. Suspirei...

"Onde?"

"Sala C11."

Abanei a cabeça e virei-me, desejando sair da vista da professora o mais rápido possível. Porém, como já era esperado, ela interrompeu a minha fuga.

"Tenta dar-te bem com ela. Por favor!", eu sorri.

"Claro. Tudo por si.", que piada....ora este era o meu senso de humor. Fechei a porta, e já no corredor, tenho quase a certeza de ter ouvido a professora a acender outro cigarro.

Aí está, se ela não fumasse tanto, aposto que já tinha encontrado um homem para ela. A próxima vez que a vir vou dizer-lhe, afinal, é um conselho. O mais rápido ela encontra um pedaço de carne cromossoma X, mais rápido eu me vejo livre dela.

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